15 de maio de 2018

Prémios BPF Liga NOS 2017/ 18

    Após termos partilhado os nossos prémios referentes à Premier League, chegou a vez da nossa Liga NOS.
    Na época do tetracampeão que nunca chegou a ser penta, brilhou o Porto, equipa mais consistente, que soube sempre reagir às adversidades e potenciar as suas características: com poucos jogadores tecnicistas, os azuis e brancos souberam levar os jogos para a dimensão física, sua principal força, com Brahimi depois a trocar os olhos aos adversários e Alex Telles a ter um GPS instalado no seu pé esquerdo. O Porto voltou a ser Porto.
    Depois de não resolver diversos problemas, encostando-se ao sucesso recente, o Benfica perdeu a hipótese de fazer História, e só se manteve na luta durante tanto tempo porque teve Jonas (34 anos, 34 golos) num nível assombroso. Num campeonato em que o Sporting desiludiu e muito em termos de futebol praticado - embora os leões tenham perdido o 2º lugar na última jornada, surpreende um pouco como não acabaram a época em 4º -, o Braga deslumbrou, batendo recordes, tendo a companhia de Rio Ave, Chaves e Tondela como equipas-sensação.
    Mas falemos de jogadores porque os nossos prémios são, praticamente, só deles. Abaixo encontrarão o nosso 11 do Ano, Jogador e Jovem do ano, Treinador do Ano e algumas categorias adicionais. 2017/ 18, ano em que os festejos se despediram do Marquês e voltaram aos Aliados, teve num veterano a sua figura máxima, viu despontar desconhecidos como Shoya Nakajima e Lucas Evangelista, e crescer elementos como Esgaio, Herrera e Sérgio Oliveira. Vamos lá a isto. Estes foram, para nós, os grandes destaques:



Guarda-Redes: Se este foi o último ano de Rui Patrício no Sporting e na Liga portuguesa, a despedida foi em grande. O guarda-redes da selecção nacional apresentou a consistência e segurança que o caracterizaram nos últimos anos, fazendo Alvalade gritar "Siiiiim!" em diversas ocasiões. Na época em que se tornou o futebolista com mais jogos de sempre pelo clube verde e branco, o natural de Marrazes com 30 anos e que está no clube desde os seus 12 não tremeu e, com a compostura e liderança que veio a desenvolver, segurou os leões, disfarçando várias tardes e noites menos inspiradas do ataque.
    Com o nível qualitativo médio de guarda-redes abaixo do recomendável, desta vez deve ser impossível para o Tondela segurar Cláudio Ramos. Líder no nº de defesas realizadas e grandes penalidades defendidas, o guardião de 26 anos voltou a ser crucial na campanha do clube-sensação desta edição e já merecia um salto e tanto. Com mais jogos (a baliza do Porto esteve entregue algum tempo a José Sá), o señor Iker Casillas poderia porventura ter desafiado a titularidade de Patrício no nosso 11, Cássio foi excelente no primeiro terço do campeonato, evoluindo no geral pela forma como a ideia de jogo de Miguel Cardoso o obrigou a modificar vários hábitos aos 37 anos. E, por fim, o bracarense Matheus foi competente e aproveitou a lesão de Marafona para assumir a baliza do 4º classificado e 4ª melhor defesa da prova. 


Lateral Direito: Há um ano Nélson Semedo, um ano mais tarde outro lateral português e igualmente uma locomotiva. Resgatado depois de evoluir na Ligue 1, Ricardo Pereira tomou conta do lado direito... do Porto. Sim, faz sentido falar no flanco todo, tal a profundidade que o vaivém português deu vezes sem conta, permitindo soltar Marega para terrenos interiores e revelando pulmão para dar e vender. O camisola 21 dos dragões, jogador completíssimo, nunca baixou o ritmo e merece ouvir o seu nome chamado por Fernando Santos na lista para a Rússia.
    Com a difícil e injusta missão de substituir Semedo, André Almeida surpreendeu (2 golos e 7 assistências) e realizou a sua melhor época até à data. Ainda assim, as águias precisam de um upgrade. Piccini (não deslumbrou mas foi sempre muito certinho), Goiano e Bebeto completam as nossas escolhas.


Defesa Central (Lado Dto.): O ano passado o facto dos dois melhores centrais (Lindelöf e Marcano) terem actuado do lado esquerdo, ajudou Felipe a surgir no nosso onze. Este ano algo semelhante acontece: os dois melhores defesas centrais deste campeonato foram Marcano e Mathieu, sempre pelo lado esquerdo, o que favorece Rúben Dias.
    A introdução do jovem central do Benfica, jogador durinho e que reúne todos os ingredientes para marcar os próximos anos de Benfica (caso o clube o segure alguns anos como devia) e Selecção Nacional, no onze encarnado, substituindo o capitão Luisão, contribuiu e muito para o crescimento dos encarnados. A juventude, irreverência e virilidade do 66 chegaram para fazer dele um central mais marcante do que Felipe (excelente parceria com Marcano), Bruno Viana (agradável surpresa, com tremendo potencial!), Coates (alguns golos importantes, mas inferior ao ano passado a defender) e Raphael Rossi (o Boavista mantém a tradição de ter sempre um "patrão").


Defesa Central (Lado Esq.): É doloroso ter Jérémy Mathieu fora do onze, mas Iván Marcano foi claramente o melhor central da época em Portugal. Em final de contrato com o clube da Invicta, o central espanhol jogou como se tivesse um contrato vitalício, jamais demonstrando falta de ligação ao emblema ou falta de profissionalismo. Sempre em antecipação, fortíssimo nas alturas, praticamente intransponível e mestre nas dobras, Marcano jogou esta época de acordo com a velha tradição de grandes centrais do Porto. Renovar com ele seria um passo certo rumo ao bicampeonato.
    Mathieu foi um dos reforços do ano da nossa Liga (muito provavelmente o central com melhor saída de bola por cá), tornando-se um dos jogadores mais elegantes que os sportinguistas viram esta época representar o clube. Raúl Silva manteve-se goleador mas melhorou muito no conforto com bola no pé; Jardel foi igual a si mesmo, e o sérvio Nikola Maras revelou-se uma extraordinária descoberta do scouting do Chaves. Temos muita curiosidade para ver onde vai parar o pupilo de Luís Castro.  


Lateral Esquerdo: Que jogador! Um dos dois únicos jogadores que repetem a presença no nosso onze comparativamente com o ano passado, Alex Telles foi o rei das assistências (13) e um dos 4 melhores jogadores desta Liga. O lateral esquerdo criou mais oportunidades de golo do que qualquer outro jogador e mostrou em praticamente todos os cruzamentos que fez que é por larga margem o melhor nesse capítulo em Portugal. Um pé esquerdo que vale ouro, e um jogador que é impossível não admirar.
    Bastantes furos abaixo do lateral do Porto, Grimaldo esteve algo tímido embora tenha criado uma química interessante com Cervi (no melhor momento da época na Luz, impressionavam as triangulações Grimaldo-Krovinovic-Cervi); Fábio Coentrão acumulou atritos com tudo e todos, mas recuperou a confiança e o fulgor físico; Yuri Ribeiro aproveitou o período em Vila do Conde para crescer no panorama profissional; e Jefferson fartou-se de assistir, incorporando uma equipa que deu gosto ver jogar.


Médio Defensivo: Irónico que a primeira vez que Fejsa surge no nosso 11 seja também a primeira vez em que o trinco sérvio não é campeão em muitos, muitos anos... Numa equipa com várias lacunas e que nunca substituiu devidamente alguns elementos, Fejsa foi um monstro. Sério, frio, quase sempre com a posição ganha, recuperando milhentas bolas e lendo o jogo segundos à frente. A seguir a Jonas, o elemento mais influente no futebol das águias, e talvez o jogador mais difícil de substituir.
    Danilo Pereira (incrível baixa para Portugal no Mundial-2018) estava a ser um dos melhores jogadores do campeonato até à sua lesão; Vukcevic subiu para um patamar nunca antes visto sob o comando de Abel; Pelé relançou a carreira, provando ser um dos melhores médios defensivos em terras lusas, e Alfa Semedo foi uma das surpresas da época. Honestamente, não imaginávamos que o gigante guineense fosse capaz de corresponder a este nível na Liga NOS (se Pelé sair do Rio Ave como se diz, seria o substituto ideal).


Médio Centro: Não foi só golo na Luz, foi muito mais do que isso. Numa temporada em que Sérgio Conceição se viu obrigado a inventar soluções e retirar o máximo dos seus jogadores, o mal amado Héctor Herrera foi um dos activos que mais se transcendeu. Dono de uma intensidade brutal, nunca baixando dos 110% em cada jogo, o mexicano justificou o porquê de ser o capitão dos dragões, fazendo-se notar sobretudo a partir da lesão de Danilo. Falar de Herrera em 2017/ 18 é falar de um jogador em constante alta rotação e, claro, de um tiro do meio da rua que silenciou a Luz e colocou o Porto definitivamente na rota do título.
    Fora dos 4 primeiros classificados, Lucas Evangelista foi uma das belas surpresas deste ano. O brasileiro do Estoril, emprestado pela Udinese, esquerdino de fino recorte e classe pura com a bola colada ao pé, mostrou que seria uma reforço muito interessante para qualquer um dos grandes. Tenha sorte e saiba ele fazer as escolhas certas na carreira, e pode-se tornar um caso verdadeiramente especial.
    Zivkovic (os grandes jogadores, com técnica para dar e vender como ele, jogam quase em qualquer posição; mas será melhor interior do que extremo?) foi uma boa descoberta táctica de Rui Vitória, ainda que com a sua qualidade estivesse à vista de todos que já devia ter entrado muito antes no onze. O potencial de Andrija é absurdo, e convém lembrar Krovinovic: até se lesionar em Janeiro, com apenas 850 minutos na Liga, o rendimento do croata deixava antever que este lugar nos prémios BPF ia ser dele.
    A fechar, Pedro Tiba foi o capitão e a alma do Chaves, chegando aos 9 golos (11 em todas as competições), e fazendo-se senhor de todo o meio-campo em vários jogos. E Hurtado, num Vitória muito abaixo do ano passado, conseguiu ser um dos poucos com pedalada para acompanhar Raphinha.


Médio Centro: O reforço do ano da Liga portuguesa, e autor igualmente do melhor golo desta edição. Com a sua meia distância genial e uma ambição que o fez pegar várias vezes no Sporting, abanando a equipa e levando os colegas para a frente, Bruno Fernandes foi um dos melhores jogadores desta Liga. Com muitos jogos de Serie A nas pernas, surpreendeu-nos no começo da época como é que um jogador deste nível veio parar a Portugal (notável negócio do Sporting), mas o que é certo é que esta máquina de golos e assistências não deve ficar por cá muito tempo...
    Sérgio Oliveira foi mais um dos patinhos feios que Sérgio Conceição transformou em cisnes, emprestando toda a sua qualidade de passe e visão de jogo ao miolo portista; Pizzi, anos-luz aquém daquilo que o fez ser o melhor jogador de 16/ 17, manteve a boa telepatia com Jonas mas vacilou em vários jogos como não podia; Francisco Geraldes - que quanto a nós já teria dado jeito esta temporada, tal como Iuri Medeiros, no plantel leonino - não esteve de férias em Vila do Conde, mostrando o tremendo potencial que tem este leitor que pensa e vê o jogo como poucos. E Tozé, atingindo os seus melhores números no primeiro escalão, foi um dos grandes responsáveis pela manutenção do Moreirense.


Extremo Direito: O melhor jogador dos campeões. Depois de uma boa época em Guimarães, Moussa Marega chegou ao Estádio do Dragão olhado pelos fãs com alguma desconfiança. Seria ele capaz de singrar num grande? Sim, e de que maneira. Dono de uma estampa física que faz toda a diferença no nosso futebol, o maliano - um híbrido entre extremo direito e segundo avançado, nuance táctica sempre bem colocada em campo - marcou 22 golos e estabeleceu-se como peça-chave (não é um acaso ou coincidência as duas derrotas do Porto, contra Belenenses e Paços de Ferreira, terem surgido durante a sua lesão).
    Provavelmente o Most Improved Player de 17/ 18, Ricardo Esgaio cortou a ligação umbilical ao Sporting e em Braga afirmou-se como um dos melhores do campeonato. De uma regularidade fantástica, o jogador português começou a época a lateral-direito mas não demorou a encontrar a médio direito a praia perfeita para potenciar as suas características.
    Raphinha (21 anos e 15 golos num Vit. Guimarães pouco vigoroso não é para todos) garantiu o salto para um dos grandes, Gelson Martins não explodiu nem elevou o seu futebol para o patamar que já seria expectável nesta fase mas não deixou de ser uma dor de cabeça para qualquer defesa, marcando como nunca, e Matheus Pereira garantiu também lugar no Sporting da próxima temporada com Luís Castro a trabalhá-lo em Chaves e possibilitando um assinalável salto competitivo do jogador luso-brasileiro.


Extremo Esquerdo: Muito renhido entre Brahimi e Nakajima. O japonês, jogador que desconhecíamos até aterrar em Portimão esta temporada, mostrou ter tudo para se tornar um caso sério: com o seu baixo centro de gravidade, é um driblador nato, sempre com vontade de proporcionar bons momentos, avançando para cima dos defesas e acumulando vários golos e assistências de génio. À imagem de Lucas Evangelista (Estoril), como acima referimos, foi um dos jogadores extra-grandes que perfumou esta Liga. Que alguém o agarre rapidamente. No entanto, e embora com menos golos e assistências do que Shoya, Brahimi foi determinante no título. O argelino, mesmo sem ser uma das figuras do campeonato como esperávamos (foi sim um dos melhores 7/ 8 jogadores), esteve numa galáxia à parte em termos de drible, ziguezagueando entre linhas e colocando a cabeça dos adversários à roda. Com a sua capacidade invulgar de ligar o alarme nos rivais, colocando-os em sentido, ajudou a soltar Marega no flanco oposto, puxando para si atenções e criando espaços. Até quando vamos ter em Portugal este virtuoso com técnica de cabine telefónica?
    A completar este quinteto de luxo, Ricardo Horta jogou como nunca (11 golos e 8 assistências é muita fruta, sendo muito provavelmente o melhor extremo-esquerdo do último terço da época), Franco Cervi subiu um nível o seu futebol e até chegou a carregar o Benfica no começo do ano civil, e João Novais mostrou-se ao país, deixando patente o seu dom para livres directos.


Ponta de Lança: Aos 34 anos, 34 golos. Jonas voltou a superar-se. O melhor jogador desta Liga por alguma margem carregou o Benfica durante toda a época e, com a sua técnica (é muito mais do que um simples marcador, desbloqueando jogos com as suas movimentações e ligando o jogo de todo o ataque, associando-se aos colegas) e veia goleadora, levou mesmo os adeptos a acreditar que o penta era possível. Particularmente frustrante, para o jogador e massa associativa, o tombo da equipa ter surgido durante a sua lesão na recta final da época.
    O "matador" Bas Dost voltou a mostrar a sua frieza, assinando 27 golos; Paulinho cresceu muito ao longo da época, nesta que foi a sua primeira experiência no I escalão, merecendo inclusive começar a ser equacionado por Fernando Santos brevemente; Aboubakar começou num nível incrível mas caiu com o tempo; e Fabrício foi, em conjunto com Shoya Nakajima, a maior fonte de problemas para quem teve o Portimonense pela frente. Destaque ainda para Tomané e para o forte impacto que Joel Tagueu em meia época de Marítimo.



    Nas vagas que atribuímos do nosso típico Top-6 a Herrera e Bas Dost, víamos com bons olhos igualmente a presença de elementos como Brahimi, Esgaio, Shoya Nakajima e Marcano. No entanto, jogou a favor dos nossos escolhidos a máquina de golos que o holandês voltou a revelar-se, e a brutal intensidade do mexicano, peça fundamental no título e futebol portista.
    Acima deles, quatro jogadores que foram definitivamente as figuras deste ano. Jogador com mais assistências e mais oportunidades de golo criadas na Liga, Alex Telles exibiu-se ao ponto de merecer já ser considerado um dos melhores na sua posição no futebol europeu. Com um pé esquerdo capaz de cruzamentos teleguiados e passes milimétricos, o lateral do Porto deu aos campeões uma das suas grandes armas (as bolas paradas), apresentado sempre um nível altíssimo.
    Depois, Bruno Fernandes (reforço do ano 17/ 18) carregou a equipa em diversos momentos, terminando a Liga com 11 golos e 8 assistências. Com pedigree de Serie A, o jovem português coleccionou golos do outro mundo, mostrou ser dono da melhor meia distância em Portugal e assumiu sempre a equipa, nunca se escondendo. Menos influente do que os dois superiores destaques deste campeonato, foi no entanto um dos 2 melhores jogadores no 1º terço da época.
    Finalmente, o melhor jogador dos campeões vs o melhor jogador da Liga. Moussa Marega dissipou dúvidas e mostrou que tem claramente qualidade para actuar num grande. Com o seu poderio físico, humilhou adversários, castigou os rivais, marcou 22 golos e tornou-se imprescindível no esquema de Sérgio Conceição (a quebra do Porto, que fez o Benfica acreditar no título, deu-se durante a sua breve ausência). Mas Jonas foi... inexplicável. Aos 34 anos, o veterano avançado do Benfica, camisola 10, somou 34 golos em 29 (1) jogos. A sua importância absolutamente crucial para o tetracampeão que nunca chegou a ser penta viu-se quando, durante a sua lesão, o clube perdeu 2 jogos (e os que ganhou, foram vitórias arrancadas a ferros). Com uma classe e categoria que já lhe garantiram um lugar especial na História do clube, embora a época tenha sido pintada em tons de azul, o melhor jogador foi o aquele que fez bater o coração encarnado, desafiando impossibilidades.



    No começo da temporada, Bruno Xadas parecia destinado a estar aqui. Até Krovinovic se lesionar, a pole position para este nosso troféu pertencia ao médio croata. No entanto, são outros seis os craques que elegemos (máx. 22 anos no começo do campeonato) como os miúdos desta edição.
    De livro na mão e magia nas botas, Francisco Geraldes ajudou a edificar o ADN deste Rio Ave de Miguel Cardoso, equipa que marcou a Liga com o seu futebol envolvente. A Gelson Martins (8 golos e 8 assistências) exigia-se um pouco mais, mantendo-se um jogador que entusiasma mas que parece poder dar muito mais; e Zivkovic teve por fim oportunidade de exibir todo o seu talento, numa posição na qual há uns meses poucos imaginávamos vê-lo.
    No último classificado, Lucas Evangelista (um daqueles jogadores que dá mesmo prazer ver jogar) fez o suficiente para ter muito por onde escolher a nível de ofertas neste Verão; e Raphinha (futuro jogador do Sporting) fartou-se de marcar, carregando autenticamente um Vit. Guimarães que viveu quase só dos seus momentos de inspiração.
    Mas é difícil não escolher Rúben Dias. O jovem central de 21 anos oriundo da Amadora, autêntica força da natureza (importa, claro, que aprenda a dosear os níveis de agressividade), correspondeu na hora de substituir Luisão, mostrando inclusive perfil para ser no futuro capitão do clube da Luz. Permaneça ele mais tempo do que Renato, Guedes, Lindelof e companhia. Numa altura em que quase todos os grandes centrais portugueses estão prestes a meter os papéis para a reforma, o surgir de Rúben Dias é uma nova esperança.



Treinador do Ano: Daniel Ramos (novamente um bom trabalho na Madeira e depois de partir quase do zero face às saídas de jogadores), Vítor Oliveira (a manutenção em Portimão esteve sempre segura), Silas e Jorge Simão (merecem continuar os seus projectos no Restelo e no Bessa) e José Couceiro (Setúbal vai sentir muito a sua falta) mereciam algumas palavras.
    Mas foram cinco os grandes destaques a partir do banco desta Liga NOS 17/ 18. Luís Castro voltou a provar que é um dos melhores técnicos do nosso futebol: depois do bom trabalho no Rio Ave, o treinador de 56 anos demorou um pouco a fazer os jogadores assimilarem processos, mas a 2.ª volta mostrou um Chaves que por pouco não chegou à Europa, saindo todos os jogadores valorizados.
    Na sua primeira experiência como treinador principal, o ex-adjunto de Paulo Fonseca, Miguel Cardoso, fez do Rio Ave uma das equipas que neste ano jogou "à grande". Com uma média de 57,6% de posse de bola (só o Benfica, com 58,7, ficou acima), os vilacondenses encantaram, caindo um pouco na segunda volta, mas provando que é possível - e compensa - sonhar acordado.
      Homem do milagre, Pepa comandou a equipa-sensação desta edição - o Tondela parecia condenado à descida mas terminou tranquilo no 12º lugar. Como ponto alto, a vitória na Luz na antepenúltima jornada.
    Tudo isto nos leva aos dois grandes treinadores deste campeonato: Sérgio Conceição e Abel Ferreira. Enérgico, corajoso e senhor do seu balneário, Conceição foi um dos grandes responsáveis pelo título azul e branco. De longe o melhor treinador esta época entre os dos 3 grandes, SC conseguiu encontrar sistematicamente soluções para combater as várias lesões e fez crescer jogadores (Herrera, Marega, Sérgio Oliveira ou Alex Telles nunca tinham jogado tão bem). Aceitamos quem o considere o treinador do ano. Porém, não conseguimos não entregar as máximas honras a Abel Ferreira. Olhado de lado por muitos, o treinador do Braga espremeu o plantel e geriu as opções ao seu dispor com sapiência. Resultado final: 75 pontos, a três do pódio, com a equipa a chegar à penúltima jornada com hipóteses de chegar à Champions. Falar de arbitragens normalmente não é connosco, mas o facto do Braga ter sido inequivocamente a equipa mais prejudicada dos 4 primeiros classificados, dá que pensar em que lugar poderia ter terminado uma das equipas mais consistentes e que melhor futebol apresentou na prova... Mérito de Abel.


Melhor Marcador: 1. Jonas (Benfica) - 34
2. Bas Dost (Sporting) - 27
3. Moussa Marega (Porto) - 22

Melhor Assistente: 1. Alex Telles (Porto) - 13
2. Shoya Nakajima (Portimonense) - 10
3. Ricardo Esgaio (Braga) - 10

Clube-Sensação: Tondela
Desilusão: Sporting
Most Improved Player: 1. Ricardo Esgaio, 2. Héctor Herrera, 3. Sérgio Oliveira
Reforço do Ano: Bruno Fernandes (Sporting)
Flop do Ano: Gabigol (Benfica)
Melhor Golo: Bruno Fernandes (Vit. Guimarães 0 - 5 Sporting) (Link)



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