Balanço Final - Liga NOS 18/ 19

A análise detalhada ao campeonato em que houve um antes e um depois de Bruno Lage. Em 2018/ 2019 houve Reconquista.

Prémios BPF Liga NOS 2018/ 19

Portugal viu um médio carregar sozinho o Sporting, assistiu ao nascer de um prodígio, ao renascer de um suiço, sagrando-se campeão quem teve um maestro e um velocista.

Balanço Final - Premier League 18/ 19

Na melhor Liga do mundo, foram 98 contra 97 pontos. Entre citizens e reds, entre Bernardo Silva e van Dijk, ninguém merecia perder.

Os Filmes mais Aguardados de 2019

Em 2019, Scorsese reúne a velha guarda toda, Brad Pitt será duplo de Leonardo DiCaprio, Greta Gerwig comanda um elenco feminino de luxo, Waititi será Hitler, e Joaquin Phoenix enlouquecerá debaixo da maquilhagem já usada por Nicholson ou Ledger.

21 Novas Séries a Não Perder em 2019

Renasce The Twilight Zone, Ryan Murphy muda-se para a Netflix, o Disney+ arranca com uma série Star Wars e há ainda projectos de topo na HBO e no FX.

31 de dezembro de 2018

100 Jogadores que podem marcar 2019 (51-100)


Como já é tradição no Barba Por Fazer, fechamos 2018 e abrimos 2019 com a nossa lista de 100 jogadores que podem marcar o novo ano. Pela quinta vez (podem consultar no nosso arquivo as edições de 2015, 2016, 2017 e 2018), tentámos reunir um conjunto de jogadores que nos parecem reunir alguns ingredientes para serem destaques. Alguns poderão proporcionar transferências sonantes, outros são fortes candidatos a desempenhar um papel decisivo nas conquistas em que estão envolvidos, tudo isto sem esquecer as jovens promessas a dar os primeiros passos, e aqueles jogadores mais desconhecidos que, daqui a alguns meses, têm excelentes condições para colocar os seus nomes nas bocas do mundo.
    Em 2019 não há Mundial ou Euro, mas há uma Copa América disputada no Brasil e a final four da Liga das Nações. A Champions está ao rubro (Barcelona, Juventus, Liverpool, Manchester City, Real Madrid, PSG, Bayern Munique, Atlético Madrid ou Dortmund têm todos, em diferentes percentagens, alguma possibilidade de levantar a "orelhuda") e embora a Serie A e a Ligue 1 continuem a ser campeonatos de vencedor anunciado, Espanha, Inglaterra e Alemanha prometem este ano uma luta um pouco mais animada.

    Há um ano atrás destacámos por exemplo Lucas Torreira, James Maddison e Richarlison antes de se tornarem figuras das suas equipas na Premier League, Jorginho e Kepa antes de integrarem a lista de compras de Sarri para o Chelsea, Shoya Nakajima antes de Portugal e a Europa acordarem (muitos tarde demais) para o seu talento, ou João Félix antes deste se estrear pela equipa principal do Benfica.
    Hoje lançamos os jogadores da 100ª à 51ª posição e amanhã, primeiro dia do ano, os primeiros 50 lugares de 2019. Comecemos:


51. Nicolas Pépé (Lille) - Queremos ver Pépé no Arsenal. O potente costa-marfinense de 23 anos tem sido uma das sensações de 2018/ 19 e é claramente matéria-prima para Premier League. Resta saber se sai já em Janeiro ou só no final da Ligue 1, na qual o Lille é 2.º classificado sobretudo graças a ele.

52. Andrew Robertson (Liverpool) - Verdadeira locomotiva e peça-chave no sistema de Klopp, o enérgico escocês é cada vez mais visto como um dos melhores do mundo na sua posição. A campanha dos reds na Premier e na Champions servirá para perceber como se posiciona Robertson quando comparado com Marcelo, Alba ou Alex Sandro.

53. Jadon Sancho (Borussia Dortmund) - Apenas com 18 aninhos (nasceu em 2000), o extremo inglês é daqueles que reúne todos os ingredientes para marcar a próxima década. Muitíssimo bem entregue a Favre (técnico subvalorizado), e entre craques como Reus e Witsel, deverá continuar a evoluir, deslumbrando não só a Alemanha como toda a comunidade que tem futebol na cabeça 24 horas por dia, 365 dias por ano.

54. Hakim Ziyech (Ajax) - Há muitas coisas que não percebemos no futebol. Uma delas, como é que Ziyech continua na Holanda, brilhando sem parar nas últimas épocas. A excelente Champions da turma de Amesterdão tem evidenciado o futuro de ouro de De Jong e De Ligt, e mostrado que Tadic e Blind foram boas aquisições, mas a luz mora nas botas deste marroquino.

55. Kai Havertz (Bayer Leverkusen) - São realmente poucos os miúdos por essa Europa fora que apresentam o nível que Havertz já revela aos 19 anos. O prodígio do Leverkusen é um jogador na linha de Özil (Havertz é menos mágico, mas mais objectivo) e se o Bayern sempre quiser promover uma revolução antes de 2019/ 2020, este pode ser um dos novos rostos da Baviera.

Resultado de imagem para richarlison56. Richarlison (Everton) - Jogador querido de Marco Silva (trabalharam juntos também no Watford), Richarlison é um jogador que nos suscita curiosidade para perceber que patamar e rendimento pode atingir nos próximos tempos. De acordo com isso, e embora muito menos mediático que Neymar, Coutinho e Gabriel Jesus, pode ter uma palavra a dizer na próxima Copa América.

57. Yacine Brahimi (Porto) - Supondo que o mago argelino do FC Porto não renovará, saindo a custo zero, surgem duas questões: que clube atrairá Brahimi? Deixará ele o futebol português como bicampeão?

58. Krzysztof Piatek (Génova) - Em Itália, só perde para Cristiano Ronaldo nos golos. Acima de Icardi ou Immobile, o polaco Piatek virou autêntico fenómeno no arranque da época. Há um ano atrás era um desconhecido, hoje é um valioso activo que o Génova deve negociar durante os próximos meses. Muita atenção também ao seu colega de ataque, Christian Kouamé (costa-marfinense de 21 anos).

59. Arthur (Barcelona) - Quando um médio-centro dá o salto do Brasileirão para o muito particular futebol do Barça e parece que sempre lá jogou, torna-se óbvio estarmos na presença de um jogador especial. A noção 360º do jogo, o dá e foge, todas as pequenas coisas. Arthur não foi um erro de casting dos blaugrana e só precisa de tempo para se tornar um indiscutível num meio-campo que viverá assombrado durante os próximos anos pela alegria e magia dos fantasmas da genialidade, Iniesta e Xavi.

60. Shoya Nakajima (Portimonense) - Há um ano atrás era o nosso 96º, hoje está 36 lugares acima. Observado e associado a Sevilha e Leicester City, parece ser o "lusitano" Wolves o destino do entusiasmante nipónico, um dos jogadores que os grandes se deviam recriminar por ter deixado chegar a preços incomportáveis. O negócio com o clube de Nuno Espírito Santo está 80% feito diz-se, e iminente está também um assinalável e histórico encaixe financeiro em Portimão.

61. Suso (AC Milan) - Ronaldo, Insigne, Mandzukic, Cancelo, Quagliarella e Piatek têm marcado a Serie A até ao momento. Além deles, mora em Milão o principal assistente e criador de oportunidades do futebol italiano. Conseguirá o histórico AC Milan montar uma equipa que faça justiça ao talento apresentado pelo espanhol, ou terá ele que fazer as malas?

62. Thorgan Hazard (Gladbach) - O Hazard do meio (Eden tem 27 anos, Thorgan 25 e Kylian 23) subiu finalmente o nível e está a realizar a melhor época da carreira. Duvidamos que continue em Mönchengladbach.

63. Pablo Sarabia (Sevilha) - Na periferia dos grandes Barcelona, Real Madrid e Atlético, Sarabia assume hoje o estatuto de principal craque do Sevilha. Na Andaluzia, promete fechar 2018/ 19 com o melhor desempenho individual da sua carreira. Um brilharete na Liga Europa ou um regresso às origens (Real Madrid) são cenários que não nos parecem de todo impossíveis.

64. Jack Butland (Stoke City) - Ainda hoje não conseguimos perceber como é que nenhum clube da Premier League resgatou Jack Butland quando o Stoke desceu ao Championship. Embora nenhum campeonato reúna tantos guarda-redes de qualidade (De Gea, Alisson, Ederson, Lloris, Patrício, Pickford, Leno, Kepa e Schmeichel), são vários os emblemas que olhariam para Butland como um upgrade.

65. Vinícius Júnior (Real Madrid) - 2019 representará também a chegada do compatriota Rodrygo a Madrid, mas será um ano determinante para o fantástico Vinícius mostrar de que matéria é feito. Imaginando que chegará ao Bernabéu novo técnico no Verão, será interessante perceber quão vincada será a sua imposta no miúdo que custou perto de 60 milhões.

Resultado de imagem para krovinovic66. Filip Krovinovic (Benfica) - Na época passada uma grave lesão deixou evidente a existência de um Benfica com Krovinovic e outro sem. Um treinador mais capaz encararia o croata como o jogador à volta do qual se deve construir este Benfica. Será bom se em 2019 evoluir como interior lado-a-lado com Gedson Fernandes.

67. Federico Chiesa (Fiorentina) - O filho de Enrico é um dos jogadores italianos mais virtuosos da actualidade, sendo difícil acreditar que a Fiorentina o segure no próximo Verão.

68. Paco Alcácer (Borussia Dortmund) - O melhor suplente de 2018/ 19 renasceu na Alemanha e partilha a liderança da lista de melhores marcadores com Jovic (12 golos). Porém, há uma diferença: Alcácer marcou 12 em 12, dez golos como suplente, totalizando uma média de um golo a cada 42 minutos. Caso de estudo.

69. Felipe Anderson (West Ham) - Que craque que Pellegrini recebeu oriundo da Serie A! O brasileiro tem carregado os hammers, afirmando-se como o porta-estandarte de uma equipa que não tinha um jogador assim desde a saída de Payet.

70. Brais Méndez (Celta Vigo) - Aos 21 anos, o esquerdino já chegou à selecção espanhola (1 jogo, 1 golo), e não tardará a deixar Vigo. É simplesmente bom demais...

71. Andrija Zivkovic (Benfica) - Rui Vitória disse no pior momento da época encarnada que iriam existir mudanças. A principal desde então, a titularidade entregue a Zivkovic, algo que até aí não se compreendia porque não acontecia. Seja em que posição for, o pequeno sérvio tem que estar em campo neste Benfica. Pensar que esteve perto de ser emprestado...

72. Ruben Loftus-Cheek (Chelsea) - Há quem lhe chame o Hazard com 1,90m. Depois de um construtivo empréstimo ao Crystal Palace, o rapaz que representa o Chelsea desde os oito anos é forte candidato a encostar a concorrência (Kovacic e Barkley). Tremenda margem de progressão.

Resultado de imagem para brahim diaz73. Brahim Diáz (Manchester City) - Ainda não renovou com o City e tem sido seduzido pelo Real Madrid. Conseguirá Guardiola segurá-lo como fez com Foden ou escapará para brilhar noutras paragens como Sancho?

74. João Félix (Benfica) - A dar ares de Rui Costa e Kaká, Félix é mesmo muito acima da média para a sua idade. O Benfica tem um diamante nas mãos, infelizmente desperdiçado em vários jogos ao ser remetido para a esquerda. Felizmente, há talentos à prova de tudo, mas estamos certo que estaria a evoluir sobremaneira com outra orientação. O que os benfiquistas não viveram com Bernardo, querem viver com ele.

75. James Tarkowski (Burnley) - Depois de garantir um lugar europeu, o Burnley de Sean Dyche veio por ali abaixo. Mas Tarkowski não. Equipas como o Everton, Wolves ou até mesmo os rivais do Norte de Londres ganhavam em tê-lo.

76. Rodri (Atlético Madrid) - O Barcelona deixou escapar para Madrid o herdeiro natural de Sergio Busquets. Sob orientações de Simeone, o trinco espanhol tem tudo para evoluir muito ao longo de 2019.

77. André Silva (Sevilha) - As primeiras impressões foram excelentes, caindo um pouco desde então. Não obstante, acreditamos que em 2019 faça o suficiente para justificar uma transferência em definitivo para o Sevilha.

78. Óliver (Porto) - O FC Porto já viveu alguns jogos em 18/ 19 com Óliver a pautar a produção azul e branca. Entretanto, perdeu algum espaço, até por parecer por vezes um corpo estranho na ideia privilegiada por Sérgio Conceição. Será que em 2019 o dez portista se estabelece como indiscutível? Se sim, o futebol dos dragões será certamente mais apelativo.

79. Exequiel Palacios (River Plate) - Campeão da Libertadores em pleno Santiago Bernabéu, fala-se que pode assinar pelo Real Madrid em breve. Será?

80. Lucas Paquetá (Flamengo) - No Brasileirão é tido como um dos maiores talentos, mas a nós ainda não nos convenceu totalmente. O salto para a Europa deve estar para breve, mas o AC Milan como destino (a confirmar-se) não parece ser um passo seguro.

81. James Maddison (Leicester City) - Com a sua arrogância, o médio ofensivo inglês não demorou a mostrar que é jogador com nível de Premier. Na primeira volta marcou 5 golos e fez 3 assistências, números que pode melhorar ao trabalhar o seu entendimento com Vardy ao longo do novo ano. Há um ano atrás, ainda no Norwich, figurava em 99º da nossa lista para 2018.

82. Phil Foden (Manchester City) - O facto do Manchester City ter que recuperar terreno ao extraordinário e invicto Liverpool pode retirar espaço à progressão em campo do maior talento britânico a "nascer" recentemente. Guardiola adora-o, e deve protegê-lo debaixo da sua asa.

83. Carlos Vinícius (Rio Ave) - Chiquinho, Rashid, Muriel, Hélton Leite, Kalindi, Léo Jardim e os emprestados Galeno (Porto) e Loum (Braga) têm evidenciado nesta primeira fase da época a qualidade e potencial que existe fora dos grandes. Mas nenhum jogador se equipara ao pequeno monstro que Carlos Vinícius já mostrou ser em Vila do Conde. Por algum motivo já está vinculado ao Nápoles, mas é jogador para os grandes portugueses, e o Porto ter-se-á apaixonado por ele em pleno Dragão.

84. Dyego Sousa (Braga) - Um dos melhores jogadores da Liga NOS nas 14 jornadas já disputadas, o dianteiro do Braga é a principal esperança de Abel Ferreira para que os minhotos se intrometam no pódio.

85. Florian Neuhaus (Gladbach) - Entre os principais campeonatos, só Messi, Hazard, Ryan Fraser, Haller e Suso têm mais assistências do que ele. É um atleta ainda pouco falado, mas isso mudará em breve.

86. Jota (Benfica) - 2018 significou os primeiros passos a sério de Gedson Fernandes e João Félix. Em 2019 será a vez de João Filipe "Jota" deixar os adeptos encarnados babados com a sua ousadia no 1 para 1.

87. Dodi Lukebakio (Fortuna Dusseldorf) - Com 21 anos, o esguio avançado belga foi capa de jornal quando marcou três golos ao Bayern Munique. Está emprestado pelo Watford, pelo que poderemos tê-lo em 2019/ 20 a encantar a Premier League.

88. Kieran Tierney (Celtic) - Assim como em Portugal, Alex Telles e Grimaldo continuam sem fugir para um tubarão europeu (Porto e Benfica agradecem tal a importância de ambos), o esquerdino escocês - actualmente com 21 anos, mas titular desde os seus 18 - precisa de um novo desafio. Na Escócia a tendência será estagnar.

Resultado de imagem para stephen eustáquio89. Stephen Eustáquio (Chaves) - Como Pauleta ou Diogo Jota, o percurso de Eustáquio tem sido feito à margem dos grandes. Nascido no Canadá, passou por Leiria, Torreense, Leixões e Chaves, e está hoje mais do que pronto para ser solução no meio-campo do Sporting.

90. Matt Doherty (Wolves) - O Wolves tem sido a sensação da Premier League, e o lateral-direito irlandês uma revelação aos 26 anos. Num campeonato que conta com Alexander-Arnold, Azpilicueta, Walker, Ricardo Pereira ou Trippier, tem brilhado (3 golos e 4 assistências) na ala como poucos.

91. Jean-Clair Todibo (Toulouse) - O novo projecto de jogador do Toulouse só tem contrato de formação. Interessados não devem faltar seguramente.

92. Arne Maier (Hertha Berlim) - Uma espécie de Toni Kroos em perspectiva e um protótipo de médio defensivo moderno, é um jogador para acompanhar a maturação. Fácil imaginá-lo a dar o salto internamente na Alemanha.

93. Rodrigo De Paul (Udinese) - Depois de algumas épocas apagado, De Paul parece mais consistente do que nunca. Será 2019 um ano de plena afirmação?

94. Kevin Mbabu (Young Boys) - Para além do hat-trick de Seferovic, o Suiça-Bélgica que colocou a selecção helvética na final four da Liga das Nações serviu para mostrar que Mbabu (fez-lhe bem voltar a casa, tendo saído demasiado cedo) é lateral para outros voos.

95. Francisco Trincão (Braga) - Brilhou no Europeu de Sub-19, destruindo defesas ao lado do benfiquista Jota, já teve minutos na equipa sénior, e tem sido associado a vários tubarões. Pessoalmente, gostávamos de o ver, tal como Xadas, a ser uma aposta firme de Abel Ferreira.

96. Neal Maupay (Brentford) - Entre os muitos jogadores que já estão a mais no Championship, o francês - a cumprir a sua segunda época em Inglaterra - não pára de evoluir. A temporada do Brentford não está a ser famosa, mas Maupay (15 golos) pode despertar em 2019 a cobiça de emblemas da Premier. Ficava tão bem no Leeds de Bielsa se os whites forem promovidos.

97. Abdülkadir Ömür (Trabzonspor) - Que pés tem o pequeno craque turco nascido em 1999! Pode explodir neste novo ano.

98. Hannes Wolf (Red Bull Salzburgo) - Depois de uma Youth League em que acordou meia Europa para o seu talento, o promissor austríaco vem dando os primeiros passos a sério no futebol profissional. Podemos estar perante a nova coqueluche do clube que fez despontar Sadio Mané ou Naby Keita.

99. Bradley Dack (Blackburn) - Jogador compacto, pesado alguns dirão, mas extremamente tecnicista, o médio ofensivo dos rovers é uma espécie em vias de extinção. Um favorito dos adeptos do Blackburn, deve continuar a chamar a atenção dos olheiros ingleses com a sua invulgar capacidade para sair a jogar de espaços apertados.

100. Giorgi Chakvetadze (Gent) - Um dos jogadores que mais se destacou no escalão mais modesto da Liga das Nações, o jovem georgiano de 19 anos é jogador para mais do que o campeonato belga. Agarrem-no enquanto está baratinho.

1-50100 Jogadores que podem marcar 2018 (1-50)

28 de dezembro de 2018

Balanço Premier League 18/ 19

Por algum motivo a Premier League enche os olhos e a alma aos adeptos como mais nenhum campeonato o consegue fazer no Velho Continente. Quando a maioria dos adeptos mais informados e documentados esperavam um Manchester City a dominar novamente - assim a lógica o fazia crer - é o Liverpool de Klopp que temos na pole position a meio da aventura. Os reds, finalistas vencidos na última Champions, têm tudo para lutar por um título que foge desde 1990. O técnico alemão estabeleceu as raízes e a identidade de uma equipa terrível para qualquer adversário, cada vez mais capaz de se adaptar às características do oponente e forte nos dois lados do campo. Este Liverpool versão 18/ 19 pode parecer ocasionalmente menos diabólico, mas é mais completo. E, na Liga mais louca do planeta, aquele Manchester City-Liverpool a 3 de Janeiro pode significar muita coisa.
    Já sem José Mourinho na equação, a Premier League tem, decorridas 19 jornadas, o esperado Top-6 nos primeiros seis lugares. Surpreendente o péssimo Manchester United, o rendimento acima do expectável por parte de Bournemouth e Watford, e a queda abrupta do Burnley, poucos meses depois de garantir um lugar europeu.
    Há exactamente um ano, o tapete estava estendido para o City de Guardiola caminhar até à conquista do troféu, num trajecto carregado de recordes e em que os adversários foram atropelados em catadupa. Hoje, a equipa de Pep está frágil, ressentindo-se de um mês de Dezembro irreconhecível, assistindo em simultâneo ao carácter que o Liverpool coloca em campo todos os jogos, e figurando inclusive, nesta fase, atrás do Tottenham. Poucas vezes sendo destaque (desde Agosto falou-se muito mais, em diferentes períodos, de Guardiola, Sarri, Klopp e até Emery), Pochettino acaba a primeira volta a apenas 6 pontos do primeiro lugar.
    De recordar, porque pode vir a ter o seu peso mais à frente, que Manchester City, Liverpool, Tottenham e Manchester United estão todos nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, figurando Chelsea e Arsenal na fase a eliminar da Liga Europa.
    Nesta altura do campeonato, são já três as equipas que mudaram de treinador - Manchester United, Southampton e Fulham. Janeiro será um mês certamente mexido a nível de transferências, especialmente na metade inferior da tabela, podendo certas afinações no mercado e, como sempre, o factor lesões, transformar bastante a actual tabela classificativa.

    Como anualmente fazemos, segue-se uma breve análise a meio da história, substancialmente menos detalhada do que aquela que faremos quando o capítulo 38 chegar ao fim.

Algumas ideias/ notas:

- Tudo levava a crer que teríamos finalmente bicampeão em Inglaterra, algo que não acontece desde 2009 mas... 29 anos depois, é isso Liverpool? O primeiro lugar da equipa de Anfield é absolutamente incontestável. O clube da cidade dos Beatles reforçou-se com critério no Verão - chegaram Alisson, Fabinho, Shaqiri e Keita - e a equipa tem impressionado a vários níveis. Com vários jogadores num nível extraordinário (van Dijk, Salah, Milner, Robertson e Alisson, principalmente), os reds sofreram apenas 7 golos (!) em 19 jogos. Invictos (16 vitórias e 3 empates), sofreram menos de metade dos golos que o campeão City já encaixou nesta altura da prova, sendo o segundo melhor ataque da competição.
    Em jeito de comparação, o Liverpool de Suárez que com Brendan Rodgers viu a Premier escapar quando Gerrard escorregou, era menos multifacetado que este. Salah é o craque, mas hoje a equipa tem banco, Klopp tem sabido gerir o plantel com inteligência e sensibilidade, e serão sempre insuficientes os elogios para a mudança de chip que a equipa teve desde que na época passada o "monstro" e patrão holandês Virgil van Dijk se instalou no centro da defesa.  

- Dezembro foi um pesadelo para o Manchester City. A equipa de Guardiola partilhava o estatuto de invencível com o Liverpool até há poucas jornadas, mas as recentes 3 derrotas em 4 jogos, fizeram ruir o elegante castelo de cartas ofensivo. Mesmo com um super-plantel, os citizens têm-se ressentido da ausência de De Bruyne (apenas 196 minutos), que eleva o nível do colectivo para outro patamar, sofrendo com algumas lesões pontuais (David Silva, Agüero) e com a inexistência de legítimos substitutos de Fernandinho e Mendy.
    Terá este City o "estofo" ou resiliência para morder os calcanhares deste Liverpool numa edição que, desta vez, será tudo menos um passeio?

- Chelsea e Arsenal precisam de tempo, mas o impacto inicial de Sarri e Emery é muito positivo. O italiano (sagaz ao recrutar Jorginho do seu Nápoles, "importando" assim a sua filosofia na primeira fase de construção) tem valorizado jogadores, embora os blues estejam muitíssimo dependentes de Hazard. No Arsenal, a nova vida pós-Wenger tem encontrado em Aubameyang e Torreira os principais destaques, num conjunto que, com Özil no seu melhor de forma consistente, podia ter outras ambiçoes.

- Quem és tu, Manchester United? Old Trafford tem perdido identidade, ano após ano, na sequência da saída de Sir Alex Ferguson, figura que sustentava um clube inteiro. O divórcio entre Mourinho e os red devils tornou-se obrigatório, ficando todos os envolvidos mal na fotografia. Mou gastou ainda mais a sua imagem, revelando-se incapaz de em 3 anos colocar a equipa a jogar um futebol de equipa grande (De Gea mascarou muitas lacunas nas últimas edições) e igualmente inapto para a construção de um balneário forte (a principal força de Mourinho noutros projectos). A Direcção do United falhou ao nunca definir e respeitar um plano, e os jogadores - com Pogba à cabeça - sujaram o seu profissionalismo, não sendo Solskjaer um milagreiro, mas mostrando o plantel que a vontade de correr muda muitos resultados.
    Fica no entanto a questão: conseguirá o histórico emblema inglês "roubar" o alegadamente favorito ao lugar, Mauricio Pochettino, ao Tottenham no final da época?

- Entre as equipas promovidas, não surpreende que o "português" Wolves seja o grande destaque. A equipa do barbudo NES tem sido uma dor de cabeça para os grandes, fechando a primeira volta num 11.º lugar (26 pontos), embora a apenas dois pontos do sétimo classificado (Leicester City).

- Aubameyang é líder isolado dos melhores marcadores (13 golos). O avançado do Arsenal promete uma luta taco-a-taco com Salah e Kane (ambos com 12) até ao final da temporada, sem esquecer Hazard que, já com 10 golos, tem tudo para realizar a sua época mais mortífera da carreira. O 10 belga do Chelsea é de resto o líder nas assistências, com 9 passes para golo, surgindo à frente de Fraser, Eriksen e Sané.

- Manchester City e Chelsea são respectivamente, líderes e vice-líderes, a nível de percentagem de posse de bola e acerto no passe - médias de 63,9% e 61,7% na gestão do esférico, e 89,1% e 88,3% na arte/ ciência de passar bem. Manchester United, Leicester e Huddersfield foram as equipas que até aqui se apresentaram mais dominantes no jogo aéreo, surgindo City, Chelsea, Liverpool, Southampton e Wolves como equipas mais rematadoras.

Há margem de crescimento para várias equipas. Aliviados, os jogadores do Manchester United devem realizar uma segunda volta superior, e os recentes jogos têm passado a ideia de horizonte positivo para West Ham (Felipe Anderson tem carregado a equipa, mas Pellegrini está finalmente a estabilizar ideias), Southampton e Everton. Temos curiosidade para ver se Ranieri explora o potencial evidente no plantel do Fulham, e temos maior dificuldade em imaginar Huddersfield e Cardiff a darem a volta.

- Hazard, Salah, Van Dijk, Sterling, Milner, Aubameyang, Kane e os Silvas (David e Bernardo) têm sido as principais figuras destes primeiros meses de Premier League. No plantel abaixo apresentado, composto por 23 elementos, deixámos à porta Alexander-Arnold, Alonso, Patrício, Pereyra, Jorginho, Maddison, Azpilicueta e a dupla de Marco Silva, Sigurdsson e Richarlison. Em jeito de curiosidade, comparando com o plantel que formámos há exactamente 1 ano (a meio da versão 17/ 18) repetem a presença seis atletas - Salah, Sterling, Fernandinho, Hazard, David Silva e Kane.



O melhor "plantel" da Premier League 2018/ 19 até agora

17 de setembro de 2018

Emmys Barba Por Fazer 2018

Logo à noite, o Microsoft Theater em Los Angeles vive a noite do máximo esplendor da televisão. A Academia de Televisão, Artes e Ciências distingue o que de melhor houve no mundo das séries entre 1 de Junho de 2017 e 31 de Maio de 2018. Caberá à dupla Michael Che e Colin Jost a condução da cerimónia.
    Os verdadeiros nomeados foram conhecidos a 12 de Julho, com American Crime Story (9 nomeações), Atlanta e The Handmaid's Tale (ambas com 8) a destacarem-se da concorrência. Já nós revelámos os nossos nomeados, numa cerimónia digital idêntica à que já tínhamos feito o ano passado - à imagem do que fazemos desde há muito para os Óscares -, a 3 de Agosto. Connosco, a nível de nomeações partiam em vantagem Mr. Robot e The Handmaid's Tale no drama, com 7 nomeações, Atlanta em claro destaque na vertente comédia (11 nomeações), assumindo a segunda temporada da mini-série American Crime Story o primeiro posto do pelotão das mini-séries com 10 nomeações.
    Há um ano atrás procurámos fazer justiça, na medida do possível, em relação a Michael McKean (Better Call Saul) ou Carrie Coon (The Leftovers), duas interpretações monumentais ignoradas pelos Emmys. Há um ano, Better Call Saul, Master of NoneThe Night Of e Big Little Lies foram os conteúdos aos quais demos maior destaque, num ano de despedida para séries subvalorizadas como The Leftovers Rectify.

    Respeitando o período considerado, que impede que surjam aqui séries como Sharp Objects ou Bodyguard, destacamos agora aqueles que foram para nós os melhores do ano nas várias categorias, sem esquecer a realização e escrita dos melhores episódios nas 3 vertentes consideradas. No final de 2018 voltaremos a eleger, em jeito de balanço e tendo por base o ano civil, as melhores séries do ano, as melhores novas séries, os melhores episódios e as melhores novas personagens. Para já, os nossos Emmys Barba Por Fazer 2018.


Drama

Melhor Série Drama
Mr. Robot
de Sam Esmail

Porquê
: A consciencialização do erro, o arrependimento de uma revolução ingénua. Depois de uma segunda temporada que afastou parte do público da série, a terceira etapa do triângulo fsociety, Dark Army e E-Corp elevou Mr. Robot a lenda urbana.
    Nenhuma série apresentou no último ano tamanha regularidade (destaque para os episódios _kill-pr0cess-inc, shutdown -r e _runtime-err0r.r00, simplesmente geniais), num perfeito equilíbrio entre ficção e realidade. Sem nunca retirar o pé do acelerador, Sam Esmail mostrou poder sentar-se na mesma mesa que Vince Gilligan e David Simon, e voltou a desafiar e respeitar a audiência, como mais nenhuma série da actualidade consegue fazer.
    A épica terceira temporada - que agora sabemos ter sido a penúltima - deu uma masterclass em termos de ritmo, atingiu a perfeição ao dividir o ecrã a preto e vermelho com Elliot e Angela a recordarem o passado separados por uma porta, transmitindo uma ideia de recomeço. De paz interior alcançada entre Elliot e Mr. Robot, desmascarado o 1% do 1%, e proporcionando catarse num simples premir de uma tecla.

Outros nomeados: The Handmaid's Tale, Narcos, Halt and Catch Fire, Mindhunter, Westworld, Dark
Vencedor BPF 2017: Better Call Saul

Melhor Actor - Série Drama
Rami Malek
Mr. Robot

O Episódio: "kill-pr0cess.inc"

Porquê
: Há um ano atrás a categoria estava mais forte. Demos o nosso Emmy a Aden Young (quase chocante como Rectify foi tão ignorado), mas nos nomeados constavam por exemplo Bob Odenkirk, Tom Hardy e Justin Theroux.

    A mais fraca concorrência não retira mérito a mais uma temporada especial para Rami Malek. O seu Elliot Alderson, que agora sabemos só nos acompanhará durante mais uma temporada (quarta e última), é "vítima" de uma série em que o conceito, a escrita e realização de Sam Esmail lhe roubam algum protagonismo.
    Mas na locomotiva de adrenalina, acção, nostalgia e imprevisibilidade que foi a 3ª temporada de Mr. Robot, Rami Malek manteve-se o nosso ponto de contacto, a nossa ligação privilegiada ao mundo da série. Malek, que venceu o Emmy em 2016 mas nem foi nomeado para esta edição, conseguiu que o seu Elliot, de capucho colocado e mãos nos bolsos, perdido em si próprio, se vá tornando uma das vozes inspiradoras desta geração e um dos heróis do século XXI.

Outros nomeados: Freddie Highmore, Jeffrey Wright, Jason Bateman, Lee Pace, Dan Stevens
Vencedor BPF 2017: Aden Young (Rectify)

Melhor Actriz - Série Drama
Elisabeth Moss
The Handmaid's Tale

O Episódio: "The Last Ceremony"

Porquê
: Durante bastante tempo pensámos que esta categoria estaria entregue a Maggie Gyllenhaal, com o melhor trabalho da sua carreira em The Deuce da HBO. No ano em que Tatiana Maslany se despediu de Sarah, Alison, Cosima e Helena, e no qual Claire Foy passou a coroa a Olivia Colman, Gyllenhaal mergulhou num papel exigente e desafiante.
    Porém, não foi superior a Elisabeth Moss. Na temporada de estreia de The Handmaid's Tale ficámo-nos apenas pela nomeação para Moss, consequência da arrasadora performance de Carrie Coon na temporada final de The Leftovers, mas desta vez o mais justo é dar à actriz de 36 anos o lugar ao Sol que merece. Como June Osborne ou Offred, Moss brilhou mais do que qualquer outra actriz principal, passando o sofrimento e a angústia, numa das séries mais pesadas do ano.
    Capaz inclusive de carregar episódios quase sozinha ("Holly"), recordar a interpretação de Elisabeth Moss na 2ª temporada de The Handmaid's Tale é recordar uma força da natureza.

Outras nomeadas: Maggie Gyllenhaal, Tatiana Maslany, Claire Foy, Sandra Oh, Kerry Bishé
Vencedora BPF 2017: Carrie Coon (The Leftovers)

Melhor Actor Secundário - Série Drama
Cameron Britton
Mindhunter

O Episódio: "Episode #1.2"

Porquê: 
Muito provavelmente a revelação do ano. No intenso jogo de pingue-pongue entre detectives e serial killers de David Fincher, Cameron Britton teve pouco tempo de ecrã, mas usou o que teve para se tornar o supremo destaque da série da Netflix.
    Com o seu 1,96m, o desconhecido actor encarnou Ed Kemper, tornando-se por exemplo a nossa melhor nova personagem de 2017. Verdadeiro íman de atenções, com a sua calma hipnotizante, vocabulário cuidado e instantânea transição entre sereno e aterrador, Cameron Britton merece o reconhecimento do sector.
    A Academia nomeou-o como melhor actor convidado numa série dramática, categoria da qual Ron Cephas Jones (This Is Us) saiu vencedor. Para nós, é secundário, e o melhor de todos os secundários.

Outros nomeados: Bobby Cannavale, Ed Harris, Noah Schnapp, Nikolaj Coster-Waldau, Joseph Fiennes
Vencedor BPF 2017: Michael McKean (Better Call Saul)

Melhor Actriz Secundária - Série Drama
Yvonne Strahovski
The Handmaid's Tale

O Episódio: "Women's Work"

Porquê: 
Hoje podemos afirmar que o casting de Yvonne Strahovski para o papel de Serena Joy em The Handmaid's Tale foi uma decisão de génio, visionária.
    Foi dado à bela e elegante actriz australiana o desafio certo no momento certo da carreira. Se formos realistas, jamais quando a víamos ocasionalmente em Chuck pensámos que poderia atingir um nível destes!
    Numa série carregada de desempenhos incríveis, Yvonne Strahovski consegue a proeza de estar, pelo menos, ao nível de Elisabeth Moss. E não seremos oposição a quem entender que é ela o principal destaque da segunda temporada. Também por isso nas categorias de Drama, e uma vez que foi nomeada como merecia, será o Emmy pelo qual estaremos a torcer com mais força. Capaz de nos fazer flutuar entre desenvolver empatia pela sua personagem, e repudiá-la momentos depois, tem no episódio "Women's Work" o seu expoente máximo.

Outras nomeadas: Vanessa Kirby, Thandie Newton, Aubrey Plaza, Jodie Comer, Ann Dowd
Vencedora BPF 2017: Aubrey Plaza (Legion)


Comédia

Melhor Série Comédia
Atlanta
de Donald Glover

Porquê
: Num ano muitíssimo forte na comédia (The End of the F***ing World, GLOW, Barry e The Marvelous Mrs. Maisel foram superiores a muitos dos dramas mais cotados do ano), Atlanta torna-se o legítimo sucessor de Master of None aqui no Barba Por Fazer.
    Embora muitas vezes a segunda temporada represente o defraudar de expectativas, por dores de crescimento que surjem da incapacidade de ampliar o conceito ou pela invisível perda do encantamento inicial, Atlanta contrariou a tendência e elevou (e bem) a fasquia.
    Da fantástica mente de Donald Glover, e com Hiro Murai a afirmar-se como um dos melhores realizadores do actual panorama televisivo, a Robbin' Season ousou, subverteu géneros, e procurou sempre colocar no ecrã algo nunca antes visto, com a honestidade e criatividade que caracterizam um visionário como Glover. "Teddy Perkins" é de longe o alvo a abater na corrida ao título de melhor episódio de 2018.

Outros nomeados: The End of the F***ing World, GLOW, Barry, The Marvelous Mrs. Maisel, Curb Your Enthusiasm, Silicon Valley
Vencedor BPF 2017: Master of None

Melhor Actor - Série Comédia
Bill Hader
Barry

O Episódio: "Chapter Seven: Loud, Fast, and Keep Going"

Porquê
: Aos 40 anos, o melhor trabalho da carreira de Bill Hader. A dramédia da HBO rodeou aquele que é um dos rostos mais marcantes da História recente do SNL de desempenhos tradicionalmente cómicos (Henry Winkler, Anthony Carrigan, Stephen Root ou Glenn Fleshler), demonstrando depois Hader uma brutal amplitude como actor.
    Numa categoria dificílima de decidir face à presença simultânea e Bill Hader e Donald Glover (acreditamos que na realidade o Emmy seja entregue a um deles, e ficaremos satisfeitos com qualquer um dos desfechos), o penúltimo episódio "Chapter Seven: Loud, Fast, and Keep Going" serve de desempate, e de exemplo perfeito do tom de Barry e da panela de pressão emocional desenhada numa série que infelizmente até agora passou ao lado para uma significativa fatia do grande público.

Outros nomeados: Donald Glover, Alex Lawther, Larry David, Ted Danson, Zach Galifianakis
Vencedor BPF 2017: Donald Glover (Atlanta)

Melhor Actriz - Série Comédia
Rachel Brosnahan
The Marvelous Mrs. Maisel

O Episódio: "Pilot"

Porquê
: Há um ano entregámos o nosso Emmy a Alison Brie, e não seria descabido voltar a fazê-lo, mas Rachel Brosnahan foi a actriz do ano na comédia.
    Muitíssimo distante da personagem asfixiada e em fuga constante com que ganhou notoriedade em House of Cards, Brosnahan foi uma das principais surpresas deste ano.
    Numa pertinente viagem aos anos 50, que serve de porta-estandarte para o papel das mulheres hoje, Rachel Brosnahan brilhou como Midge, a alma do projecto de Amy Sherman-Palladino. Confiante, carismática e eléctrica, uma dona de casa que vira comediante de stand-up, uma voz que merece o seu palco.

Outras nomeadas: Alison Brie, Jessica Barden, Issa Rae, Allison Janney, Aya Cash
Vencedora BPF 2017: Alison Brie (GLOW)

Melhor Actor Secundário - Série Comédia
Brian Tyree Henry
Atlanta

O Episódio: "Woods"

Porquê
: Entre todas as categorias, Brian Tyree Henry é o único actor ao qual entregamos o emmy por duas vezes consecutivas.
    Depois de ter sido uma das revelações televisivas na temporada de estreia de Atlanta, Paper Boi mostrou que tinha ainda mais para dar, não sendo por isso minimamente surpreendente que tenha entrado entretanto em filmes de Barry Jenkins e Steve McQueen.
    Numa série que praticamente só tem quatro personagens - Earn, Paper Boi, Darius e Van -, a câmara e os guiões exigem muitíssimo de Donald Glover, Tyree Henry, Lakeith Stanfield e Zazie Beetz. A honestidade que Glover e Brian Tyree Henry colocam em cada cena, como actores (no sentido mais completo) e não apenas como actores de comédia, é surreal. "Woods" e "Barbershop" foram os principais cartões de visita para garantir a Alfred 'Paper Boi' Miles o 2º emmy consecutivo connosco.

Outros nomeados: Lakeith Stanfield, Marc Maron, Tony Shalhoub, Anthony Carrigan, Stephen Root
Vencedor BPF 2017: Brian Tyree Henry (Atlanta)

Melhor Actriz Secundária - Série Comédia
Sarah Goldberg
Barry

O Episódio: "Chapter Two: Use It"

Porquê
: Quando corre bem, a meta-comunicação de ver uma actriz a interpretar uma actriz costuma dar pontos extra. Lembramo-nos recentemente de Emma Stone em La La Land ou Mackenzie Davis no pouco falado Always Shine.
    Em Barry, Sarah Goldberg foi uma agradável surpresa, enchendo de luz as cenas cinzentas, contidas e propositadamente ásperas de Bill Hader.
    Se há um ano nos apaixonámos pela femme fatale Alessandra Mastronardi em Master of None, desta vez coube à novata Sarah Goldberg conquistar-nos com uma interpretação que lhe permitiu navegar entre diferentes estados de alma. Foi o suporte perfeito para Bill Hader, com a curiosidade de, em sentido inverso, ter sido Barry (Hader) o suporte de Sally (Goldberg) no clube de teatro e improvisação. 

Outras nomeadas: Zazie Beetz, Alex Borstein, Betty Gilpin, Kate McKinnon, Aidy Bryant
Vencedora BPF 2017: Alessandra Mastronardi (Master of None)


Mini-Série

Melhor Mini-Série/ Filme TV
Patrick Melrose
de David Nicholls e Edward Berger

Porquê
: Honestamente há um ano atrás o nível das mini-séries era superior. The Night Of  e Big Little Lies foram superiores a qualquer um dos produtos desta fornada. Curiosamente, Sharp Objects, da HBO com Amy Adams como protagonista e Jean-Marc Vallée como realizador, "limpava" várias categorias este ano, mas mediante a sua data de estreia só pode ser contabilizado na próxima edição.
    Gostámos de Godless, American Crime Story baixou o nível em relação ao ensaio sobre O.J. Simpson mas foi em crescendo ao longo da temporada, e Black Mirror teve, como sempre, episódios memoráveis.
    No entanto, Patrick Melrose sobressaiu por ser uma obra mais refinada. Com Benedict Cumberbatch num dos seus melhores papéis, e um elenco de excelência com especial destaque para Hugo Weaving e Jennifer Jason Leigh, o drama familiar pintou em apenas cinco episódios uma moldura requintada, plena de excessos, duros silêncios e passados por resolver.

Outros nomeados: Godless, American Crime Story, Black Mirror, The Tale
Vencedor BPF 2017: The Night Of

Melhor Actor - Mini-Série/ Filme TV
Darren Criss
American Crime Story: The Assassination of Gianni Versace

O Episódio: "Manhunt"

Porquê
: É indiscutível que The People v. O.J. Simpson foi bastante superior a The Assassination of Gianni Versace, mas tal como Sarah Paulson e Sterling K. Brown brilharam na primeira vez da antologia criminal, Darren Criss terá aberto muitas portas com um desempenho do outro mundo.
    O peso e a responsabilidade sobre os seus ombros eram gigantes. Ao contrário da primeira temporada, a estrutura menos linear, invertida até certo ponto, e a total centralização de Andrew Cunanan na narrativa, entregou a Criss uma oportunidade única, um quase one-man-show.
    Do primeiro ao último episódio, a máscara de um sedutor, mentiroso, dissimulado e obcecado com o status foi assumida pelo antigo actor de Glee. Sem margem para dúvidas, um dos desempenhos televisivos do ano, um daqueles trabalhos que ajuda a reescrever uma carreira e que ao fim de dois episódios já tornava fácil a qualquer um antever que Darren Criss estaria, no mínimo, nomeado para um rol de prémios.

Outros nomeados: Benedict Cumberbatch, Jesse Plemons, Joe Cole, Taylor Kitsch, Michael B. Jordan
Vencedor BPF 2017: Riz Ahmed (The Night Of)

Melhor Actriz - Mini-Série/ Filme TV
Jessica Biel
The Sinner

O Episódio: "Part I"

Porquê
: Mais logo deve ganhar Laura Dern, uma vitória que não nos faz qualquer comichão, mas entre todas as surpresas do último ano (Bill Hader e Rachel Brosnahan, por exemplo), nenhuma se comparou à transformação de Jessica Biel.
    A mulher de Justin Timberlake, embora sem nunca se desligar por completo do meio, não tinha há muito os holofotes sobre si, assumindo-se como figura central num projecto de qualidade.
    A actriz de 36 anos, produtora executiva de The Sinner, mostrou predicados que muitos talvez até pensassem que ela não tinha de todo, numa personagem cujo olhar nos convenceu ao fim de poucos minutos, e que permitiu a Biel reinventar-se, numa metamorfose que em alguns momentos nos trouxe à memória Jennifer Aniston em Cake ou Sarah Silverman em I Smile Back.

Outras nomeadas: Laura Dern, Michelle Dockery, Regina King, Georgina Campbell, Isabelle Nélisse
Vencedora BPF 2017: Nicole Kidman (Big Little Lies)


Melhor Actor Secundário - Mini-Série/ Filme TV
Hugo Weaving
Patrick Melrose

O Episódio: "Never Mind"


Porquê: Embora qualquer um dos nomeados se tenha exibido abaixo do que Alexander Skarsgård apresentou há um ano (convenhamos, o elenco de Big Little Lies tramou o ano seguinte), Hugo Weaving foi um dos grandes responsáveis pelo sucesso de Patrick Melrose.
    Figura paternal execrável e rígida, dono e senhor de todas as cenas em que surgiu, o camaleão Weaving elevou a fasquia da mini-série em termos de tensão, contribuindo para nos períodos em que Patrick Melrose se passa no passado, carregar a bagagem emocional que nos permite empatizar com a personagem de Cumberbatch à posteriori.

Outros nomeados: Jeff Daniels, Edgar Ramírez, Max Greenfield, Michael Shannon, Cody Fern
Vencedor BPF 2017: Alexander Skarsgård (Big Little Lies)

Melhor Actriz Secundária - Mini-Série/ Filme TV
Jennifer Jason Leigh
Patrick Melrose

O Episódio: "Never Mind"

Porquê
: Naquela que será porventura a categoria de interpretação mais fraca das 12 apresentadas, Jennifer Jason Leigh ganha tangencialmente a Merritt Wever.
    O peso de Penélope Cruz e Judith Light não chega para nos fazer render perante os seus desempenhos satisfatórios em American Crime Story, e Merritt Wever teve em Godless a melhor personagem das nossas seis nomeadas, mas não o melhor papel.
    Actriz multifacetada e que nunca desilude (as suas participações recentes em The Hateful Eight, Anomalisa e Good Time servem para mostrar a versatilidade de Jason Leigh), enfrentou o desafio de envelhecer ao longo de Patrick Melrose, conseguindo por isso contracenar tanto com Benedict Cumberbatch como com Hugo Weaving. A Academia não a nomeou, à semelhança do que fez com Weaving.

Outras nomeadas: Merritt Wever, Elizabeth Debicki, Joanna Adler, Penélope Cruz, Judith Light
Vencedora BPF 2017: Shailene Woodley (Big Little Lies)



REALIZAÇÃO

Melhor Episódio (Drama)
runtime-err0r.r00
Mr. Robot
Realizador: Sam Esmail


Melhor Episódio (Comédia)
Teddy Perkins
Atlanta
Realizador: Hiro Murai


Melhor Episódio (Mini-Série)
Creator/Destroyer
American Crime Story
Realizador: Matt Bomer



ESCRITA


Melhor Episódio (Drama)
kill-pr0cess.inc
Mr. Robot
Escrito por: Kyle Bradstreet


Melhor Episódio (Comédia)
Teddy Perkins
Atlanta
Escrito por: Donald Glover


Melhor Episódio (Mini-Série)
Hang the DJ
Black Mirror
Escrito por: Charlie Brooker

12 de setembro de 2018

As 100 Principais Transferências do Verão

Sabem que jogadores integraram a nossa centena há um ano atrás? Nomes como Neymar, Mbappé, Bernardo Silva, Dembélé, Bonucci, Salah, Matic, Ederson, Lukaku ou Bernardeschi.
    Este ano são menos os cabeças-de-cartaz, mas o maior deles todos destaca-se sobremaneira. Cristiano Ronaldo (só um jogador assim custa 117 milhões aos 33 anos de idade) escolheu a Juventus e a vecchia signora limitou-se a fazer tudo por ele.
    A Premier League voltou a ser o campeonato com mais milhões gastos, mostrando cada vez mais viver numa realidade diferente, mas mesmo em terras de Sua Majestade a principal preocupação foi a de estabilizar as hostes e afinar plantéis. Não podemos dissociar das características globais deste mercado três factores: Cristiano Ronaldo, a (não) reacção do Real Madrid e o facto de poucos clubes grandes terem mudado de treinador. Vejamos. A vontade de mudar de ares de CR7 terá bloqueado por exemplo uma transferência que já se adivinhava como a de Gareth Bale para Manchester; tal como aconteceu em 2009 quando Ronaldo se transferiu do United para Madrid, e os red devils ficaram quietos sem alimentar um carrossel de transferências, também desta vez o Real, por vontade conjunta de Florentino e Lopetegui (ainda nos custa assimilá-lo como técnico dos merengues), preferiu acreditar no brilho maior de Bale, Benzema, Isco e Asensio, não indo atrás de nenhum galáctico (Hazard) que originasse um dominó de transferências. Finalmente, se pensarmos nos clubes mais poderosos da actualidade, este Verão apenas Real Madrid, PSG, Chelsea, Arsenal e Dortmund. Ora, Real preferiu preparar o futuro, o PSG estava refém do fair-play financeiro (não esquecer que activou uma opção de compra do empréstimo de Mbappé avaliada em 135 milhões), Arsenal e Dortmund não têm por hábito gastar fortunas, e no Chelsea Maurizio Sarri comprou pouco, acreditando que pode "espremer de outra maneira o plantel à sua disposição.
    Posto isto, tivemos em conta o que o jogador custou (impossível ignorar um custo zero como o de Goretkza), o impacto que poderá ter na equipa e no campeonato tanto no imediato como no futuro através do seu potencial, o facto de suprir uma necessidade evidente da equipa, e ainda a modalidade do negócio (por exemplo, Kovacic rumar ao Chelsea num empréstimo sem opção de compra é-lhe prejudicial neste ranking).

    Seguem-se então, sem mais demoras, as 100 principais transferências deste Verão, Cristiano Ronaldo e os outros. Destaque apenas para a excelente postura da Roma, Atlético Madrid e Barcelona.


1. Cristiano Ronaldo (Juventus)

2. Leon Goretzka (Bayern Munique)


3. Leonardo Bonucci (Juventus)

4. Thibaut Courtois (Real Madrid)


5. Thomas Lemar (Atlético Madrid)


6. Jorginho (Chelsea)

7. Radja Nainggolan (Inter)


8. Naby Keita (Liverpool)

9. Aleksandr Golovin (Mónaco)


10. Krzysztof Piatek (Génova)


11. Axel Witsel (Borussia Dortmund)


12. Riyad Mahrez (Manchester City)


13. Lautaro Martínez (Inter)


14. Vinícius Jr. (Real Madrid)


15. Malcom (Barcelona)


16. Gonzalo Higuaín (AC Milan)


17. Patrick Kluivert (Roma)


18. Arturo Vidal (Barcelona)


19. Gonçalo Guedes (Valência)


20. Rodri (Atlético Madrid)


21. Moussa Dembelé (Lyon)


22. Fabián Ruiz (Nápoles)


23. Alisson (Liverpool)


24. Diogo Dalot (Manchester United)


25. Javier Pastore (Roma)


26. Richarlison (Everton)


27. Steven N'Zonzi (Roma)


28. Stefan De Vrij (Inter)

29. João Cancelo (Juventus)


30. Jean Michaël Seri (Fulham)


31. Kepa (Chelsea)


32. Quincy Promes (Sevilha)


33. Fabinho (Liverpool)


34. Paulinho (Bayer Leverkusen)

35. Michy Batshuayi (Valência)


36. William Carvalho (Bétis)


37. Mattia Perin (Juventus)


38. James Maddison (Leicester City)


39. Bernd Leno (Arsenal)


40. Fred (Manchester United)


41. Lucas Torreira (Arsenal)

42. Santiago Arias (Atlético Madrid)


43. Arthur (Barcelona)


44. Gianluigi Buffon (PSG)


45. Thilo Kehrer (PSG)


46. Gelson Martins (Atlético Madrid)


47. Alphonso Davies (Bayern Munique)


48. Xherdan Shaqiri (Liverpool)


49. Emre Can (Juventus)


50. Bryan Cristante (Roma)


51. Felipe Anderson (West Ham)


52. Nani (Sporting)


53. André Silva (Sevilha)


54. Ante Coric (Roma)


55. Daniel Wass (Valência)


56. Gabriel (Benfica)


57. Giovani Lo Celso (Bétis)


58. Toko Ekambi (Villarreal)

59. Sime Vrsaljko (Inter)


60. Facundo Ferreyra (Benfica)


61. Gerard Moreno (Villarreal)


62. Willem Geubbels (Mónaco)


63. Alireza Jahanbakhsh (Brighton)


64. Rui Patrício (Wolves)


65. Alex Meret (Nápoles)


66. Mattia Caldara (AC Milan)


67. Bernard (Everton)


68. Álvaro Odriozola (Real Madrid)


69. Adama Traoré (Wolves)


70. André Schürrle (Fulham)


71. Ricardo Pereira (Leicester City)

72. Dusan Tadic (Ajax)


73. Éder Militão (Porto)

74. Andrea Favilli (Génova)


75. Andriy Yarmolenko (West Ham)


76. Mateo Kovacic (Everton)


77. Mariano Díaz (Real Madrid)


78. Denis Cheryshev (Valência)


79. Benjamin Henrichs (Mónaco)


80. Soufiane Boufal (Celta Vigo)


81. Odysseas Vlachodimos (Benfica)


82. Nodri Mukiele (Leipzig)


83. João Carvalho (Nottingham Forest)


84. Mario Pasalic (Atalanta)


85. Nicolás Castillo (Benfica)


86. Max Meyer (Crystal Palace)


87. Kevin Strootman (Marselha)


88. Sebastian Rudy (Schalke 04)


89. Milan Badelj (Lázio)


90. Salif Sané (Schalke 04)


91. André Gomes (Everton)


92. Mason Mount (Derby County)


93. Raúl Jiménez (Wolves)


94. Emiliano Rigoni (Atalanta)


95. Daley Blind (Ajax)


96. Jack Wilshere (West Ham)


97. Valon Berisha (Lázio)


98. Jakub Jankto (Sampdoria)


99. Matheus Cunha (Leipzig)


100. Pablo Maffeo (Estugarda)