24 de dezembro de 2017

Balanço Premier League 17/ 18

E tudo o Manchester City levou. Meio campeonato disputado, é muito difícil antecipar um cenário em Maio que não seja o da equipa de Guardiola a levantar o troféu.
    Depois de uma época em que Antonio Conte e o Chelsea não deram hipótese, aproveitando Guardiola e Mourinho para sustentabilizar bases nos seus "anos zero", os rivais de Manchester assaltaram o poder e ocupam agora os dois primeiros lugares da tabela. No entanto, um atropela adversários, apresenta a proposta de jogo mais entusiasmante do futebol europeu e joga sempre para ganhar, impondo a sua identidade; o outro, com quase tantos milhões investidos é "apenas" uma equipa fisica e mentalmente forte, na qual ter De Gea se confunde muitas vezes com defender bem.
    No Top-6 moram os seis favoritos. E, teoricamente, serão Liverpool, Tottenham e Arsenal a disputar entre si um lugar junto do trio da frente (citizens, red devils e blues) nos lugares de acesso à Champions. Destaque ainda para, ao contrário do passado recente, as equipas britânicas estarem em grande na Europa: City, United, Liverpool, Chelsea e Tottenham estão nos oitavos-de-final da Champions, e o Arsenal mantém-se na Liga Europa.
    Com um Burnley em claro destaque como equipa-sensação, chegamos a vésperas do Boxing Day e nenhuma das equipas promovidas do Championship está em lugar de descida. O Newcastle é 15º, o Brighton 12º e o Huddersfield 11º. Quanto a treinadores, Swansea, Crystal Palace, Everton, West Ham e Leicester City já trocaram de comandante. Pena a Premier ter perdido bons treinadores como Koeman, Pulis (será que alguém ainda o pesca para salvar mais uma equipa?) e Bilic, recuperando no entanto personagens de épocas anteriores como Moyes e Pardew.
    Convém recordar que, se há sensivelmente um ano atrás elogiávamos o Chelsea por estar à beira de bater o recorde de maior sequência de vitórias, entretanto o Manchester City já fixou um novo recorde. A equipa azul celeste venceu na primeira jornada, empatou na segunda diante do Everton e, desde aí, 17 vitórias consecutivas. Sim, em 19 jogos, o Manchester City encerra a primeira volta com 18 vitórias e um empate. Abismal. Nunca antes a Premier League tinha aberto os presentes dia 25 com o 2.º classificado a 13 pontos do primeiro lugar...

    Como sempre temos feito, esta é uma breve análise a meio da história, substancialmente menos detalhada do que aquela que faremos quando as 38 jornadas tiverem terminado.

Algumas ideias/ notas:

- Quantos recordes vai bater este Manchester City? A equipa de Pep Guardiola tem 18 vitórias e 1 empate em 19 jogos, 55 em 57 pontos possíveis, e marcou 60 (!) golos, o que perfaz uma média superior a 3 golos por jogo.
    Ao alcance desta super-equipa está o recorde de pontos numa Premier League (95), de vitórias (30), de invencibilidade (conseguirão Silva, De Bruyne e companhia reeditar "os invencíveis" de Wenger em 03-04?), podendo facilmente fixar novos máximos também a nível de golos (103), diferença de golos (Chelsea 09-10 com +71), vitórias em casa (18), vitórias fora (15) e diferença de pontos para o segundo lugar (18). Entre os principais recordes a nível de equipas, exceptuando o de melhor defesa (este City tem nesta altura apenas menos 3 golos do que a melhor defesa de sempre, o Chelsea de 04-05 com 15 sofridos), esta equipa parece pronta para fazer História sem parar;

- Nenhum dos outros grandes tem pedalada para a equipa de Guardiola. Nos jogos contra os restantes favoritos, o City tem mostrado estofo de campeão e tido Kevin De Bruyne sempre em plano de destaque. Os citizens atropelaram o Liverpool por 5-0 com a mesma velocidade com que Mané atropelou Ederson nesse jogo, derrotaram o Chelsea em Stamford Bridge (1-0) e o United em Old Trafford (2-1), não perdoaram diante do Arsenal (3-1) e destruíram um Tottenham sem argumentos (4-1);

- É assustador pensar até onde pode chegar este Manchester City. A equipa é jovem, está a assimilar o que Guardiola pretende e a evoluir a cada jornada como um todo. Com David Silva e Kevin De Bruyne (MVP desta edição, até agora) como maestros, o líder tem tido Sterling e Sané num nível nunca antes visto, Otamendi e Fernandinho a viverem as suas melhores épocas em Inglaterra, e fica mais fácil jogar com qualidade a partir de trás quando se tem Ederson como primeiro passe. Pensem agora o que será este elenco se Pep conseguir acrescentar nos próximos meses Weigl, van Dijk e Alexis Sánchez...
    Para além dos craques do City, destaque individual também para Mohamed Salah (temos muita curiosidade de ver com que números acabará a época o extremo-direito do Liverpool), um David De Gea (para a História aquele Arsenal-Manchester United, uma exibição do outro mundo do guardião mais preponderante entre os clubes de topo europeus) a mostrar que ou é o melhor guarda-redes do mundo, ou perto disso, destacando-se ainda o sempre matador Kane (principal favorito a assegurar, uma vez mais, o título de melhor marcador) e a fiabilidade defensiva de Azpilicueta;

- A nível de golos, ninguém tem conseguido apanhar Mohamed Salah e Harry Kane (15). Sterling, Agüero, Lukaku, Rooney e Morata surgem depois. O estatuto de melhor assistente divide-se entre Silva, Sané e De Bruyne, todos com 8 passes para golo;

- Ninguém tem tanta bola como o City (média de 65,9%), mas uma posse com sentido, dinâmica, foco na baliza adversária e procura constante de desequilíbrios. O primeiro classificado apresenta igualmente o melhor registo em termos de acerto no passe (88,7%), arriscando menos no drible do que Chelsea, Crystal Palace e Liverpool. Compreensível ao tratarem-se de equipas que têm jogadores que partem para cima dos adversários como Hazard, Zaha, Salah ou Mané.
    Nas alturas, e seguindo a velha tradição inglesa, não há quem ganhe bolas no ar como Burnley, Stoke e Newcastle;

- O Burnley (8.º lugar) é quem mais tem surpreendido. A equipa de Sean Dyche vendeu Michael Keane (Tarkowski agarrou e bem a oportunidade) e perdeu por lesão Heaton, mas ao fim de 19 jornadas tem apenas menos 8 pontos do que aqueles com que terminou a época passada (40). O que faria Dyche se tivesse 2 ou 3 jogadores de qualidade firmada no meio-campo/ ataque?
    Entre as surpresas, Huddersfield e Brighton têm mostrado argumentos para garantir a manutenção. E o Watford de Marco Silva, salvo alguns azares e mais expulsões do que seria recomendável, tem jogado mais do que aquilo que a tabela parece reflectir. Seria importante para o técnico português, no entanto, afinar a defesa;

- Depois de contratar Sigurdsson, Rooney, Keane, Pickford, Klaassen e Sandro, o Everton tem sido uma desilusão. Graças a 4 vitórias e dois empates nas últimas seis jornadas, os toffees ascenderam ao 9.º lugar e continuam a ser, juntamente com o Leicester, os principais favoritos ao primeiro lugar pós Top-6. Falta velocidade e capacidade de desequilibrar individualmente (muita falta fazem Bolasie e Barkley);

- Na antevisão da temporada apontámos Burnley, Huddersfield e Brighton à descida, uma previsão que entretanto actualizámos na nossa página de Facebook depois do fecho do mercado para Newcastle, Crystal Palace e Brighton.
    Verdade seja dita, jogada meia época, parece difícil imaginar o Swansea a salvar-se. A equipa de Renato Sanches precisa de encontrar o treinador certo e desta vez os galeses não poderão ser carregados por Sigurdsson. Parece-nos que 2017-18 será muitíssimo equilibrado, com uma luta pela manutenção bem viva e rica até ao fim. Há várias equipas inconstantes e com problemas que o mercado de Inverno pode resolver.

- No nosso plantel abaixo apresentado, composto por 23 elementos, preferimos enaltecer os muitos extremos e médios ofensivos em forma nesta primeira metade, abdicando de avançados como Agüero, Morata, Lukaku ou Rooney, algo inconstantes.
    Fica a curiosidade. A meio da temporada passada, por comparação com esta versão, repetem a presença apenas Azpilicueta, Alonso, De Bruyne, Hazard e Coutinho.


O melhor "plantel" da Barclays Premier League 2017/ 18 até agora

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