3 de setembro de 2017

TOP | Melhores Contratações da Liga NOS

Fizemo-lo numa liga que gastou 1,6 mil milhões de euros (Premier League), e fazemo-lo agora para o nosso modesto campeonato.
    Em Portugal, a maioria dos clubes da Liga NOS teve um defeso tímido. O facto do Porto ter feito dos regressados Aboubakar e Ricardo Pereira os seus principais reforços, abraçando uma contenção forçada, contribui para um TOP menos impressionante do que aquilo que seria habitual.
    O Sporting foi o campeão indiscutível do mercado em Portugal, acrescentando muita qualidade ao elenco de Jorge Jesus e tratando atempadamente de resolver a sua vida, enquanto que o Benfica contratou bem para o ataque... depois de perder quase toda a defesa (Ederson, Lindelöf e Semedo). Compreensível? Nem por isso.
    Embora na Premier League tenhamos identificado os 40 melhores negócios, neste exercício destacamos individualmente 25 casos. Em consideração tivemos a modalidade do negócio, o impacto que os jogadores podem ter no clube (tanto no imediato, como o seu potencial) e se a transferência responde ou não a uma necessidade do clube.
    Globalmente, o Sporting foi o principal destaque na nossa ocidental praia lusitana, mas também Rio Ave, Braga, Chaves ou Estoril tiveram visão e inteligência. Karamanos, João Silva, André Moreira, Jefferson e Esgaio, Lucão, Paulinho, Vaná, Chrien, Tomané, Rafael Costa, Wellington, Chaby, Chico Ramos, Kuca e Sparagna são alguns dos nomes que merecem ser referidos brevemente, sem esquecer alguns atletas do Chaves (Jordán, Jefferson e Djavan), Vit. Setúbal (Podstawski, João Teixeira, Djaló e Paciência) e o camião de contratações de qualidade que o Aves fez, podendo demorar no entanto o entrosamento dos novos activos do clube recém-promovido.

    Sem demoras, vamos então ao TOP de melhores contratações da Liga NOS para o Barba Por Fazer:


1. Bruno Fernandes (Sporting)
    De longe, o negócio do Verão em Portugal. Por 8 milhões e meio, o Sporting garantiu o capitão dos sub-21 portugueses e um jogador com pedigree de Serie A (Udinese e Sampdoria). O impacto de Bruno Fernandes nas primeiras jornadas não nos surpreendeu; afinal, trata-se de um jogador que já não imaginávamos que fosse um alvo possível para os clubes portugueses.
    O novo número 8 dos leões tem golo, incrível meia distância, técnica para dar e vender, e promete acumular muitas assistências. Basicamente, e com Gelson e Dost, liderará um dos três candidatos ao título. Com ele, o Sporting está mais perto de ser campeão, e neste palco, Bruno Fernandes está mais perto do Mundial 2018. Este é, para além de tudo o resto, um dos maiores candidatos a marcar o Golo do Ano nesta edição (dois golaços já estão).

2. Haris Seferovic (Benfica)
    Lembram-se quando o Benfica contratou Jonas, o jogador que mais impacto tem no futebol português na actualidade, por custo zero? Pois bem, os encarnados voltaram a fazer das suas, e Seferovic foi uma aposta (até ver) claramente ganha, novamente a "custo zero".
    O suiço está a marcar como nunca, parece um jogador novo, e o Eintracht Frankfurt não deve estar a conseguir perceber o que se está a passar. Ao lado de Jonas, e com o cérebro Pizzi no apoio, Haris Seferovic promete realizar a melhor época da sua carreira. E com Jiménez à espreita, o espectacular início de pouco servirá se "esferovite" secar. Convenhamos, claramente não é do ataque que os adeptos do Benfica se podem queixar.

3. Filip Krovinovic (Benfica)
    Aposta pessoal nossa. O croata, não-inscrito na Champions, foi o reforço mais caro do Benfica (módicos 3 milhões de euros) e, tendo presente o seu rendimento no Rio Ave, o rapaz que até já fala português fluentemente promete ser um "achado".
    Embora possa ter dificuldades a encaixar no actual 4-4-2 - o lugar de Pizzi é o que melhor serve as características do novo número 20, embora o melhor fosse mesmo RV começar a trabalhar uma variável 4-3-3 / 4-2-3-1 - o perfume de Krovinovic acabará por falar por si.
    A gestão da defesa do Benfica foi quase anedótica, mas no ataque esta época Krovinovic é reforço a todos os níveis, mas também Zivkovic e Rafa podem ser "reforços" com mais minutos e uma subida de desempenho.

4. Gabriel "Gabigol" Barbosa (Benfica)
    No lugar do Benfica, contratávamos Gabigol? Discutível. Trocávamos Mitroglou por Gabigol? Discutível também. Gabriel Barbosa foi um negócio que mostra como o Inter espera ainda retirar bastante dele (a opção de compra de 25 Milhões é uma apólice dos italianos), mas embora não sendo uma prioridade, sobretudo quando as posições de lateral-direito, defesa-central e guarda-redes obrigavam o clube da Luz a uma abordagem diferente, é importante não esquecer que Gabigol tem apenas 21 anos, e que há 1 ano atrás o Inter desembolsou perto de 30 Milhões por ele.
    O esquerdino, seja a extremo-direito ou no apoio ao ponta, tem qualidade técnica para passear no nosso campeonato. Resta verificar quão comprometido e focado está esta talento, que certamente terá uma adaptação mais fácil a Lisboa do que a Milão.

5. Fábio Coentrão (Sporting)
    O reboot da carreira de Fábio Coentrão é uma das grandes notícias do futebol português. A chegada a Alvalde, depois de JJ bater o pé por ele, tem todos os ingredientes para correr bem: o regresso a um campeonato onde há alguns anos era uma das principais figuras, e o reencontro com o treinador com o qual explodiu.
    Naturalmente, o único contra é o historial clínico do caxineiro, bem como alguns episódios de menor profissionalismo (adjacentes, não obstante, aos períodos de desmotivação longe dos relvados). Se escapar às lesões, Coentrão é um reforço incrível. Seria melhor se tivesse opção de compra.

6. Mile Svilar (Benfica)
    Atrevemo-nos a dizer que o miúdo Svilar, prodígio das balizas de apenas 18 anos feitos dia 27 de Agosto, vai assumir a baliza dos encarnados já esta época.
    Ao clube que teve Oblak e Ederson recentemente impunha-se a contratação de um guarda-redes preparado para o patamar (sugerimos há tempos nomes como Rajkovic e Zoet, preparando simultaneamente Svilar para o futuro), no entanto... o futuro de Svilar pode ser o presente.
    Bruno Varela deve continuar na baliza do Benfica por uns tempos, e há ainda Júlio César, mas mais tarde ou mais cedo Mile Svilar ganhará a titularidade de forma precoce. Terá o Benfica encontrado o seu mini Preud'homme?

7. Francisco Geraldes (Rio Ave)
    O primeiro jogador extra-Sporting e Benfica, é precisamente um jogador do qual o Sporting decidiu abdicar. Não fosse Jesus um treinador teimoso e de vistas curtas e Francisco Geraldes tinha lugar no actual plantel do Sporting, podendo surgir inclusive a titular em muitos jogos desta época.
    Depois de boa meia época no Moreirense, o rapaz que aprecia um bom livro no banco de suplentes mostrou nas primeiras jornadas que vai ser o maestro do fantástico Rio Ave de Miguel Cardoso.

8. Jérémy Mathieu (Sporting)
    Não somos fãs de Mathieu, e víamo-lo como um excedentário no Barça. No entanto, um elemento fora do prazo no clube de Messi, Suárez, Iniesta e Dembélé pode perfeitamente ser um patrão da defesa no futebol português.
    As primeiras jornadas deixaram excelentes indicações, mostrando-se Mathieu um excelente complemento para Coates, acrescentando qualidade na saída de bola a partir do lado esquerdo, e oferecendo toda a sua experiência à linha recuada. Contratação para poucos anos, mas inteligente.

9. Marcos Acuña (Sporting)
    É o quarto jogador do Sporting nos dez primeiros lugares, e ainda faltam mais dois leões neste TOP-25, o que atesta bem o defeso leonino.
    Acuña não é um jogador muito dotado tecnicamente, mas é um exemplo na raça e na solidariedade com os colegas. Tem tudo para ser um caso de sucesso nas mãos de Jorge Jesus, e não parece precisar de períodos de adaptação. O lado esquerdo é dele.

10. André Horta (Braga)
    A reunião de Ricardo e André. Aquilo que parece a descrição de um êxito pimba é na realidade uma bonita história futebolística em Braga. Sem espaço no Benfica, vá-se lá perceber porquê, André Horta foi emprestado aos bracarenses e pode rapidamente mostrar aquilo que o fez ser um caso sério nos primeiros meses na Luz em 16-17.
    A concorrência é bastante - Abel Ferreira tem para o centro do terreno Danilo, Vukcevic, Assis, Fransérgio, João Teixeira, e Bakic também foi inscrito - mas André Horta, tendo um perfil diferente de todas estas opções, pode ganhar o seu espaço. Garantidamente, é um ano importante na carreira do novo número 15 do Braga.

11. Raúl Silva (Braga)
    Defensivamente, apresenta várias falhas. É um central bastante limitado, e mais "duro" do que seria recomendável. No entanto, e apesar de privilegiarmos sempre um defesa que saiba... defender bem, não se pode ignorar o impacto que Raúl Silva tem do ponto de vista ofensivo. À la Sergio Ramos.
    Em 2016/ 17, foram 7 golos na Liga NOS ao serviço do Marítimo. Números impressionantes para um central. E os primeiros tempos em Braga já mostraram que a época passada não foi um acaso - no acesso à Liga Europa, marcou nos dois golos diante do AIK.

12. Ricardo Costa (Tondela)
    Embora o principal reforço do Tondela tenha sido a continuidade do guardião Cláudio Ramos, a aquisição de um líder nato como Ricardo Costa aproxima claramente os beirões da sempre difícil manutenção. O desafio de Pepa é uma vez mais um pequeno milagre, mas ter Ramos na baliza e o defesa com passagens pelo Porto, Wolfsburgo ou Valência, é uma grande ajuda. Mesmo tendo este senhor já 36 anos.

13. Matheus Pereira (Desp. Chaves)
    Um empréstimo com um ano de atraso. O Sporting geriu mal Matheus Pereira em 2016/ 17, mas a nova época pode ser de enorme crescimento para este talento puro. O Chaves de Luís Castro é a equipa perfeita para um extremo que vai humilhar muitos defesas.

14. Óscar Barreto (Rio Ave)
    No flanco direito do ataque do Rio Ave de Miguel Cardoso, salta a vista o potencial do colombiano com tiques de James Rodríguez. Já se estreou a marcar em Portugal, remata com qualidade de longe, e prometem ficar na retina as suas diagonais.

15. Jorginho Intima (Desp. Chaves)
    O ex-Manchester City foi uma das figuras na primeira metade de 16-17 quando representou o Arouca. Entretanto, o Arouca desceu, Intima esteve meia época na Ligue 1, mas volta agora ao futebol nacional para representar um clube que, tendo neste momento 1 ponto em 4 jogos, é um dos que apresenta maior potencial de crescimento. Ter Matheus Pereira num lado, e Jorginho no outro, não é para todos.

16. Fransérgio (Braga)
    Daniel Ramos adorava de certeza continuar a contar com ele. Figura no Marítimo, Fransérgio viajou para Braga com Raúl Silva e Dyego Sousa. Embora as opções para o miolo sejam muitas, dos médios-centro, Fransérgio é aquele que apresenta melhor chegada à área (chegou a jogar a falso 9 no Marítimo). Conhece bem o nosso futebol, sabe ler os momentos do jogo, e constrói com critério.

17. Rodrigo Battaglia (Sporting)
    O Sporting queria muito Battaglia. O suficiente para largar Jefferson e Esgaio, juntando alguns milhões ao negócio. O argentino, em constante crescimento e afirmação nos últimos anos (passados entre Moreirense, Chaves e Braga), tem um papel a cumprir esta época. Sem Adrien, o Sporting precisa de intensidade, energia e electricidade. Algo que William e Bruno Fernandes não têm tanto como Battaglia.

18. Rui Pedro (Boavista)
    Não há muito a dizer. O Boavista precisava de um avançado, e Rui Pedro precisava de minutos como titular numa equipa da Primeira Liga. 1+1.
    Desculpa, Leonardo Ruiz, mas este tem que ser o titular da equipa de Miguel Leal. E podemos estar perante uma agradável surpresa a nível de registo de golos marcados.

19. Pedro "Pêpê" Rodrigues (Estoril)
    Em condições ideais, o Benfica teria vendido Samaris e Rui Vitória não olharia para Filipe Augusto como o amor da sua vida. E nesse contexto, Pêpê podia ser a alternativa dos encarnados a Fejsa na posição seis. Posição que, em boa verdade, Pedro Rodrigues interpreta de forma bem diferente do sérvio.
    Um dos destaques do Benfica B na temporada anterior, Pêpê terá no Estoril uma nova etapa da sua evolução. Pode demorar a ganhar o seu lugar, mas depois será rei sem dificuldade.

20. Seydou Doumbia (Sporting)
    Sim, Doumbia é um nome de peso e um goleador de qualidade certificada. Porém, irregular. A vida correu-lhe bem no CSKA e em Basileia, mas nem por isso no Newcastle e em Roma. Em Alvalade, se há uns tempos parecia que a dupla de ataque podia vir a ser Dost+Doumbia, neste momento parece mais provável Doumbia ser apenas uma alternativa a Dost, apostando JJ - também dependendo dos jogos e dos adversários - numa estrutura com 3 médios, sendo Bruno Fernandes o mais próximo do avançado holandês. Doumbia pode, no entanto, vir a ser uma espécie de Jiménez do Sporting. Ou então não. O tempo o dirá.

21. Nuno Santos (Rio Ave)
    Esperávamos bastante mais de Nuno Santos na sua passagem por Setúbal. Em Vila do Conde, num Rio Ave para o clube o extremo rumou em definitivo, Nuno Santos tem Rúben Ribeiro e Barreto à sua frente na hierarquia. Está por isso nas suas mãos (pés) mostrar o incrível reforço que pode ser. Na temporada passada houve Krovinovic e Gil Dias, nesta pode ser a vez de Geraldes e Nuno Santos.


22. Wakaso (Vit. Guimarães)
    Saiu de Portugal em grande, partindo do Rio Ave para o Lorient de França.
    Wakaso volta a Portugal para estabilizar o meio-campo vimaranense. A posição de trinco nem era uma prioridade num plantel que nos parece inferior ao da época passada, mas há naturalmente espaço para Wakaso, automaticamente a melhor opção de Pedro Martins para 6.


23. Victor García (Vit. Guimarães)
    Foi um dos poucos destaques do Nacional da Madeira numa época para esquecer e, visto que o Porto tem Ricardo Pereira e vai começar a preparar Diogo Dalot para o futuro, fazer as malas para o Minho parece ter sido a decisão mais acertada do venezuelano Victor García.
    O novo camisola 42 do Vit. Guimarães assinou em definitivo, e promete ser uma locomotiva no corredor direito. Bruno Gaspar foi bem substituído.

24. Bruno Gomes (Estoril)
    Bisou contra o Benfica, bisou contra o Sporting. Bruno Gomes continua no Estoril e aos 21 anos é um reforço importante para Pedro Emanuel, podendo reeditar com Kléber e Allano (Carlinhos mudou-se para o Standard Liège) um ataque que fez o Estoril disparar na tabela nas últimas jornadas da temporada passada.

25. Rafinha (Vit. Setúbal)
    Vários jogadores podiam fechar este TOP, mas optámos por Rafinha. O pequeno jogador que os sadinos descobriram no Amarante, desde que bem orientado por Couceiro, pode ser uma das revelações do futebol português. Técnica não lhe falta, impressionando qualquer um pela capacidade de ziguezaguear entre adversários com a bola sempre colada ao pé.

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