12 de agosto de 2017

Antevisão da Barclays Premier League 2017/ 18

  Barclays Premier League - Que boa sensação a de ter trinta e oito jornadas pela frente. Menos de 3 meses depois da última jornada da última época, a temporada 2017/ 18 arranca a todo o vapor num ano que promete muita competitividade, mediatismo, jogos impróprios para cardíacos (que melhor exemplo que o Arsenal 4-3 Leicester a abrir a Liga?) e as surpresas do costume.
    Na esmagadora maioria dos grandes campeonatos europeus é mais ou menos fácil acertar no topo da classificação. Há, regra geral, 2 ou 3 candidatos. Em Inglaterra não. Na terra da rainha Isabel II qualquer um dos 6 favoritos (Chelsea, Tottenham, Manchester City, Liverpool, Manchester United e Arsenal) falhará redondamente a época se não terminar no Top-4, e acertar na ordem deste sexteto é desafio para qualquer adepto. Mas atenção, porque desta vez os gastadores Guardiola e Mourinho já não têm desculpas. Só o título chega para serenar adeptos e imprensa.  
    Numa temporada em que Newcastle (de regresso ao patamar onde pertence), Brighton e Huddersfield são as novidades na grelha de partida, os clubes ingleses já fizeram chegar grandes nomes à maior competição do planeta - Bernardo Silva, Ederson, Lacazette, Salah, Morata, Bakayoko, Lindelöf, Mendy, Klaassen e Chicharito são alguns deles, sem esquecer as transferências internas (Lukaku, Walker, Rooney, Iheanacho, Defoe e Pickford, entre outros). E ainda aguardamos o desfecho de casos como Coutinho, Alexis Sánchez, van Dijk e Sigurdsson para saber em concreto como se apresentará cada equipa.
    Numa análise rápida, o Chelsea defende o título depois de um defeso em que os blues cometeram, no nosso entender, alguns erros. Manchester City e Manchester United corrigiram lacunas dos respectivos plantéis e estão mais fortes, não nos podemos esquecer que o Tottenham (como irá lidar com o factor Wembley?) foi a equipa que melhor futebol praticou nas últimas duas épocas, e depois há a vertigem do Liverpool de Klopp e o Arsenal que continua crente em Wenger (no clube desde 1996), sendo esta provavelmente a penúltima época do francês no comando dos gunners.
    Jogos partidos, golos espectaculares, defesas impossíveis, intensidade nos píncaros, é tudo o que podemos esperar de 2017/ 18, edição em que as grandes equipas apostaram todas na continuidade dos seus técnicos. Atenção às elevadas expectativas para Everton e West Ham, e veremos quem cai em Maio para o Championship, numa época em que não há CAN que roube craques e na qual muitos jogadores quererão dar tudo para que não lhes escape a presença no Mundial 2018.
    Sem mais demoras, viajem connosco nesta Antevisão da Premier League 2017/ 18, equipa a equipa:


 MANCHESTER CITY (1)

    O que é que queres mais, Guardiola? No lançamento de 2017/ 18, o nosso favorito é o Manchester City. Os citizens investiram e muito - e não havia grande alternativa, considerando o plantel envelhecido e a defesa com o prazo de validade a expirar - e têm hoje um plantel mais completo, equilibrado, com um ataque de sonho.
    Pep Guardiola não teve o impacto que esperávamos em Inglaterra, mas a sua 1.ª época terá servido para o espanhol tirar notas e não falhar, agora que já não tem qualquer margem de erro. Na verdade, este plantel chega para fazer do City o grande favorito na Premier League, mas obriga inclusive a uma boa Champions, competição que os responsáveis do clube deverão querer ganhar no espaço dos próximos 3 anos.
    Ederson, Kyle Walker, Danilo, Mendy e Bernardo Silva são as novas caras. Guardiola tem finalmente o guarda-redes perfeito para a sua filosofia, podendo Ederson confirmar já ser um dos melhores do planeta na sua posição, e quem tem Walker e Mendy terá a equipa sempre virada para a frente, mesmo a partir do sector mais recuado. Ter Kompany todo o ano seria ouro sobre o azul celeste desta equipa.
    No ataque vai dar gozo ver este City. O plantel permite jogar com Agüero e Gabriel Jesus juntos na frente, ou reforçar aquele super meio-campo, podendo Pep variar inclusive entre três centrais e uma linha de quatro. Reprodução do treinador em campo, o pensador David Silva rapou o cabelo e assumirá papel de maestro, bem apoiado pelos primeiros passos do mágico Bernardo Silva na Premier League e por Kevin De Bruyne, bem capaz de em Maio ser um dos nomes a equacionar para Jogador do Ano. Há Sterling, Sané (esperamos ainda mais esta época), os miúdos Foden (diamante em bruto) e Díaz, e claro Agüero e Jesus. Uma equipa abençoada, com obrigação de marcar muitos golos. Haja consistência, e capacidade de não cair quando empatar ou perder por mais do que uma vez num período curto. Jogar bonito é fundamental, mas aprender a "sacar" alguns 1-0 naqueles jogos chatos e sem inspiração pode fazer a diferença nas contas finais.

Treinador: Pep Guardiola
Onze-Base (4-1-4-1): Ederson; Walker, Kompany, Stones (Otamendi), Mendy; Fernandinho; Bernardo Silva (Sterling), De Bruyne, David Silva, Sané; Gabriel Jesus (Agüero)

Atenção a: Kevin De Bruyne, Gabriel Jesus, Ederson, David Silva, Bernardo Silva

 CHELSEA (2)

    O dia em que Antonio Conte disse a Diego Costa que já não contava com ele por SMS foi o dia em que o Chelsea perdeu a pole position para revalidar o seu título. Temos ficado bastante desiludidos com o defeso dos campeões em título, com vários erros e decisões difíceis de compreender.
    Este ano John Terry já não está no balneário, e o processo defensivo despediu-se ainda de Zouma e Matic (como Chelsea, como?), negando oportunidades aos produtos da formação Aké, Chalobah e Loftus-Cheek. Em contrapartida, Rüdiger e o regressado Christensen juntam-se à panóplia de centrais à disposição de Conte, o treinador que deu um valente tiro no pé ao riscar Diego Costa. O clube falhou o objectivo Lukaku, e Morata, por mais qualidade que tenha, não é um claro upgrade em relação a Costa, peça fundamental com a sua raça e veia goleadora, e um dos obreiros do título de 16/ 17, sobretudo na primeira metade da temporada.
    Claro está que o Chelsea não deixou de ter uma brilhante defesa, nem Conte passou a ser mau treinador. O italiano é uma máquina de produzir bons resultados, mas era perfeitamente evitável perder Matic e estar em vias de perder Costa. Na pré-época, Willian e Batshuayi deixaram bons sinais, mas este Chelsea deve continuar a viver da fantasia de Hazard e da omnipresença de Kanté, o melhor jogador do último campeonato.
    O título da Premier League não é revalidado desde 2008/ 09. E embora o Chelsea - do Top-6 a equipa mais capaz de retirar bons resultados em jogos de total inércia e falta de inspiração - possa terminar tanto em 1.º como em 5.º, suspeitamos que ainda não é desta que há bicampeão.

Treinador: Antonio Conte
Onze-Base (3-4-3): Courtois; Rüdiger, David Luiz, Cahill; Azpilicueta, Kanté, Bakayoko (Fàbregas), Alonso; Willian, Hazard, Morata

Atenção a: Eden Hazard, N'Golo Kanté, Álvaro Morata, Willian, Marcos Alonso

 TOTTENHAM (3)
 
    Se tudo continuasse como estava, talvez apontássemos o Tottenham ao título. No entanto, há uma questão: Wembley. Resumem-se numa palavras as nossas dúvidas. A equipa de Pochettino (não nos cansamos de dizer que está entre a nata dos melhores treinadores do mundo) foi a que melhor futebol praticou em Inglaterra no conjunto das últimas duas épocas, mas o espectáculo não se traduziu na conquista do campeonato. Aliás, para encontrar o último título na História dos spurs é preciso recuar a 1961.
    No Norte de Londres, a estratégia tem sido preservar o que há, e trabalhar esta base jovem, acreditando que um núcleo liderado por Kane, Alli e Eriksen acabará por chegar mais cedo ou mais tarde ao tão desejado título. Por isso, o Tottenham "reforça-se" com a continuidade de muitos destes craques, renovando contratos. Mas será isto suficiente para lutar contra equipas como as de Manchester, sistematicamente à procura de se aperfeiçoarem com muitos milhões na carteira?
    A tendência das equipas é verem o seu rendimento afectado quando mudam de casa. White Hart Lane tem sido um templo para esta equipa, e jogar todo o ano em Wembley enquanto acontece o Querido Mudei a Casa pode custar pontos. Veja-se: o West Ham sofreu bastante com a passagem para o estádio Olímpico, e o Tottenham estranhou bastante Wembley quando lá disputou a fase de grupos da Champions na temporada passada. O mítico Wembley pode funcionar como factor extra de motivação para os adversários, e terá que ser o Tottenham a fazer desta a sua nova casa, adaptando-se às dimensões do campo e ao novo ambiente. Esse "período de adaptação" será crucial na classificação final, acreditando nós que a qualidade colectiva e individual desta equipa acabará por pesar - Kane é o mais forte candidato a Melhor Marcador, Dele Alli e Eriksen devem continuar num nível incrível e veremos o que Daniel Levy dá a Poch até ao final de Agosto. Saiu Kyle Walker (para um rival directo) e não entrou ninguém. Se assim continuar serão boas notícias para os embriões Walker-Peters, Winks e Marcus Edwards.

Treinador: Mauricio Pochettino
Onze-Base (4-2-3-1): Lloris; Trippier, Alderweireld, Vertonghen, Rose; Dier, Dembélé (Wanyama); Eriksen, Alli, Son; Kane

Atenção a: Harry Kane, Dele Alli, Christian Eriksen, Moussa Dembélé, Toby Alderweireld

 LIVERPOOL (4)

    Coutinho merece o Barcelona. Mas a Premier League e sobretudo o Liverpool não merecem perder Coutinho. A primeira peça do dominó Neymar pode ser o craque brasileiro, com a transferência do astro para o PSG a ditar uma sequência de transferências que ninguém podia prever. O Liverpool diz que não vende por nada, mas o 10 já terá entregue um transfer request para cumprir o sonho que anteriormente já deixara "loucos", como Steven Gerrard disse há poucos dias, Suárez e Mascherano.

    Do Liverpool de Klopp sabemos o que esperar - extraordinária pressão bem aplicada por todo o colectivo, a asfixiar adversários, muita velocidade e intensidade, contra-ataques mortíferos e uma singular capacidade de surgir em grande contra Chelsea, City, United, Tottenham e Arsenal. Serão os reds capazes de encontrar uma alternativa que lhes permita resolver os jogos contra equipas menores que se fecham atrás?
    Na previsão da temporada do clube de Anfield tem natural importância a continuidade ou não de Coutinho, um génio como poucos. Até porque, caso saia, não sabemos quem é que o clube contratará. Dados garantidos são as excelentes épocas que Sadio Mané (preparem-se para a melhor época de sempre do senegalês!) e Mohamed Salah podem fazer, num ano em que felizmente não há CAN.
    Não somos capazes de deixar os reds fora do Top-4, até pelos pontos que conseguem conquistar nos confrontos directos. Segurar Coutinho e juntar Virgil van Dijk faria do mês de Agosto um sonho para qualquer adepto do clube. Já a baliza, continua a não nos deixar convencidos.

Treinador: Jürgen Klopp
Onze-Base (4-2-3-1): Mignolet; Clyne, Lovren, Matip, Milner (Robertson); Can (Henderson), Wijnaldum (Lallana); Mané, Coutinho, Salah; Firmino

Atenção a: Sadio Mané, Coutinho, Mohamed Salah, Roberto Firmino, Emre Can

 MANCHESTER UNITED (5)

    O padrão comportamental das equipas de José Mourinho deixa boas perspectivas para esta época. Mourinho adora o segundo ano. Para além desta curiosidade estatística, o Manchester United (de regresso à Champions por via da conquista da Liga Europa) movimentou-se muitíssimo bem neste mercado de transferências. Três reforços cirúrgicos: Lukaku, Matic e Lindelöf.
    Romelu Lukaku parece ter nascido para jogar no United, de tão bem que fica com a camisola 9 dos red devils. E não só poderemos acompanhar nos próximos anos o brutal crescimento de um ponta de lança ainda com muito para evoluir (assustador, mas é verdade) como a equipa de Old Trafford bem precisava de um goleador depois de só marcar 54 golos no último campeonato. Imaginem agora que o ainda lesionado mas livre Zlatan se junta mais tarde a Lukaku... Pois, é isso.
    Com Lindelöf, o United tem central para uma década e que acabará por ganhar a titularidade ao lado de Bailly; e, numa equipa fisicamente impressionante, ter Matic (como é possível o Chelsea o ter "dado" a um rival?) e Pogba no meio-campo é um sonho para qualquer treinador. Depois, Ander Herrera é um relógio suiço, De Gea um dos melhores do mundo, e esperamos que Mkhitaryan se afirme e compense o que não fez na época passada. Há ainda os jovens Rashford (grandes expectativas para esta época do jogador de 19 anos), Lingard e Martial, e o experiente Mata; mas para que este United vire máquina, parece faltar ainda assim uma estrela no plano ofensivo - difícil não pensar no galês Gareth Bale.

Treinador: José Mourinho
Onze-Base (4-3-3): De Gea; Valencia, Bailly, Lindelöf, Darmian; Matic, Pogba, A. Herrera; Mkhitaryan, Lukaku, Rashford (Lingard, Martial)

Atenção a: Romelu Lukaku, Henrikh Mkhitaryan, Paul Pogba, Nemanja Matic, David De Gea

 ARSENAL (6)

    No lote de 6 candidatos ao título, temos tremenda dificuldade em ordenar o Top-5, mas apontar o Arsenal ao sexto lugar não custa muito. Os gunners, naquela que deve ser a penúltima época do eterno Wenger, entraram em 2017-18 com uma vitória na Community Shield e sobreviveram para contar a história no jogo inaugural do campeonato (4-3, contra o Leicester). Mas somos obrigados a desconfiar desta equipa.
    A falta de ambição e incapacidade de aproveitar os erros dos outros, dizendo ausente e não presente nos grandes momentos, deve continuar, numa época em que o 3-4-2-1 será o desenho preferencial. Com Lacazette (precisou de 1 minuto e 35 segundos para se estrear a marcar na Premier League) o Arsenal tem finalmente o avançado ideal que há muito se exigia, mas... e Alexis Sánchez? O chileno, uma das figuras do campeonato e um dos jogadores com maior capacidade de decidir sozinho uma partida, termina contrato no final desta época - preferirá o Arsenal tê-lo a contribuir um último ano, saindo a custo zero depois? Ou vendê-lo já e começar já a reformular a equipa?
    Ainda não percebemos qual será o desfecho deste caso, bastante importante na previsão do Top-6, mas seja como for há evidentemente qualidade e bastante profundidade no plantel, que permitem sonhar.

Treinador: Arsène Wenger
Onze-Base (3-4-2-1): Cech; Mustafi, Koscielny, Monreal (Holding); Bellerín (Oxlade-Chamberlain), Xhaka, Ramsey, Kolasinac; Özil, Sánchez; Lacazette

Atenção a: Alexis Sánchez, Alexandre Lacazette, Mesut Özil, Aaron Ramsey, Sead Kolasinac

 EVERTON (7)

    Vender Lukaku, comprar uma equipa. O Everton é uma das nossas apostas fortes para esta época depois de um defeso muito activo e inteligente, que acreditamos ainda ter algumas histórias para contar. Os toffees venderam ao Manchester United o seu goleador e principal figura, Lukaku, e juntaram esse dinheiro ao já significativo orçamento para garantir dois rostos do futuro do futebol britânico, Jordan Pickford e Michael Keane, fizeram regressar a casa o filho pródigo Wayne Rooney, adquirindo ainda Klaassen e Sandro (o espanhol foi uma "pechincha").
    O valor de Ronald Koeman como treinador é inquestionável, e nesta fase parece claro que o clube irá ainda vender Ross Barkley, parecendo disposto a perder a cabeça por Sigurdsson. O islandês seria a cereja no topo do bolo e o reforço certo para atirar esta equipa para outro patamar, quem sabe intrometendo-se no Top-6. E Gylfi merece-se estar integrado num ecossistema ao seu nível.
    Depois de um arranque de campeonato terrível (City, Chelsea, Tottenham e United nas primeiras 5 jornadas) o Everton deve afirmar-se como uma das equipas-sensação da prova. Defensivamente está substancialmente mais coeso, combina os incansáveis Gueye e Schneiderlin com o prodígio Tom Davies (Lookman, Calvert-Lewin e Holgate são outros jovens ingleses que Koeman deve continuar a regar com oportunidades) a meio-campo, e na frente achamos que Rooney reencontrará os golos em Goodison Park, apoiado pelo impacto sem pedir licença de Klaassen e Sandro.

Treinador: Ronald Koeman
Onze-Base (4-2-3-1): Pickford; Coleman, Keane, A. Williams, Baines; Gueye, Schneiderlin (Davies); Sandro, Klaassen, Mirallas; Rooney

Atenção a: Wayne Rooney, Davy Klaassen, Sandro Ramírez, Michael Keane, Tom Davies


 WEST HAM (8)

    Mourinho disse que todos devíamos estar atentos ao West Ham, uma vez que os hammers se estavam a reforçar para atacar o título. Observação exagerada de Mourinho, mas esperamos bem mais esta época do que aquilo que a equipa de Bilic mostrou em 16/ 17, temporada em que o outrora talismã Payet traiu o clube.
    7.º lugar em 2015/ 16, 11.º em 2016/ 17. O clube londrino tem tudo para subir alguns lugares, tanto quanto possível, e muito para isso irão contribuir os reforços, sendo especialmente relevante o facto de serem jogadores já identificados com o futebol inglês. Joe Hart não tinha lugar no plantel de Guardiola mas torna-se automaticamente o melhor guardião que o West Ham teve nos últimos anos, Chicharito regressa à Premier mais maduro e pronto para se assumir, desta vez, como titular indiscutível, e há ainda Arnautovic, fera difícil de domar mas que pode explodir sob a orientação do treinador croata.
    Veremos se é já esta época que o miúdo irlandês Rice (18 anos) tem alguns minutos no centro da defesa, funcionando esta equipa de acordo com a irreverência dos seus extremos, especialmente Michail Antonio e o seu extenso reportório de festejos criativos, e podendo surpreender a nível global com a magia do seu 10 Lanzini.

Treinador: Slaven Bilic
Onze-Base (4-2-3-1): Hart; Zabaleta, José Fonte, Reid, Cresswell; Noble, Kouyaté; Antonio (Feghouli), Lanzini, Arnautovic (Snodgrass); Chicharito (Ayew)

Atenção a: Chicharito, Manuel Lanzini, Joe Hart, Marko Arnautovic, Michail Antonio

 LEICESTER CITY (9)

    Depois daquele título que nunca esqueceremos, o Leicester desceu à Terra sem Deus Kanté e ficou em 12.º na temporada passada. Nesta, pode subir um bocadinho.
   Craig Shakesperare continua no clube - não sabemos se isso é bom ou mau, existiam certamente soluções mais entusiasmantes, mas é inequívoco que o treinador-poeta salvou a equipa e produziu resultados - e, até ver, Riyad Mahrez também.
    Até ao final do mês poderão sair Drinkwater e Mahrez (estamos mais convencidos relativamente à saída do médio britânico) e também dependendo do destino desses dois atletas, maior ou menor será o rebranding da equipa, que até já pode ter encontrado em Iborra o sucessor do homem bebedouro. Sem a sobrecarga física dos jogos europeus, as raposas terão nesta época uma dupla que promete química instantânea - Vardy (electricidade renovada) e Iheanacho - e o reforço Harry Maguire é uma excelente resposta à necessidade de rejuvenescer o centro da defesa.
    O nosso instinto diz-nos que Demarai Gray pode disparar em 2017/ 18, e seria bom o ingresso de Iheanacho "puxar" por Musa. 

Treinador: Craig Shakespeare
Onze-Base (4-4-2): Schmeichel; Simpson, Morgan, Maguire, Fuchs; Mahrez, Ndidi, Iborra, Gray (Musa); Iheanacho, Vardy

Atenção a: Jamie Vardy, Kelechi Iheanacho, Riyad Mahrez, Harry Maguire, Demarai Gray

 SOUTHAMPTON (10)

    Depois de Pochettino e Koeman, Claude Puel revelou não estar à altura dos antecessores e deu lugar ao ex-Alavés, o argentino Mauricio Pellegrino. Oxalá tenha o mesmo sucesso no clube que o quase homónimo Mauricio Pochettino.
    Enquanto Everton e West Ham atacaram o defeso em força, os saints garantiram apenas Lemina. Pouco? Sim, sobretudo se tivermos em conta o dossier van Dijk. O holandês, para nós um dos melhores centrais do mundo, quer dar o salto para um grande (Liverpool, provavelmente) mas o Southampton está determinado em estragar-lhe os planos. "Não jogas por nós, nem por ninguém" parece ser a postura do clube do Sul de Inglaterra, que caso veja que Virgil é um caso perdido, não deveria prolongar mais esta situação, canalizando o dinheiro da sua venda para melhorar a defesa e o meio-campo.
    Quem tem Tadic, Boufal (pode dar o clique a qualquer momento) e Redmond tem criatividade e verticalidade, e Gabbiadini e Charlie Austin são matadores, oferecendo inclusive a Pellegrino a possibilidade de jogar ocasionalmente com os dois avançados em simultâneo. O 10.º lugar seria um desfecho decente, embora algumas coisas possam mudar de acordo com o caso VVD.

Treinador: Mauricio Pellegrino
Onze-Base (4-3-3): Forster; Cédric, Stephens, Yoshida, Bertrand; Romeu, Davis, Ward-Prowse (Lemina); Tadic, Redmond (Boufal), Gabbiadini (Austin)

Atenção a: Manolo Gabbiadini, Dusan Tadic, Mario Lemina, Sofiane Boufal, Nathan Redmond

 CRYSTAL PALACE (11)

    Frank de Boer, Mauricio Pellegrino e Marco Silva são as três novidades nos bancos de suplentes ingleses, e apenas dois deles não estavam na Premier League há poucos meses atrás. O antigo internacional e central holandês fez um brilhante trabalho no seu Ajax, não resultou em Milão, mas promete tornar este Crystal Palace bem mais interessante.
    A chegada do irmão gémeo de Ronald de Boer ganhou já forma através da alteração táctica - o 3-4-3 parece aposta forte. Nesse âmbito, as chegadas de Fosu-Mensah e sobretudo Riedewald fazem todo o sentido, dotando a equipa de maior qualidade a sair a jogar desde trás; van Aanholt é um ala puro mas temos as nossas reticências em relação a Townsend do outro lado (mais um Moses? Ou perderá o lugar?). Quem tem Loftus-Cheek (é o momento certo para se mostrar) e Milivojevic pode lutar fisica e tacticamente no coração do jogo, sendo o goleador Benteke e a grande figura da equipa, Wilfried Zaha, os jogadores de quem esperamos mais. Mas atenção a Lokilo, que parece ter caído no goto do treinador.

Treinador: Frank de Boer
Onze-Base (3-4-3): Hennessey; Fosu-Mensah, Dann, Riedewald; Townsend, Milivojevic, Loftus-Cheek, van Aanholt; Zaha, Benteke, Lokilo  

Atenção a: Wilfried Zaha, Christian Benteke, Loftus-Cheek, Luka Milivojevic, Jason Lokilo

 BOURNEMOUTH (12)

    Não temos dúvidas: Eddie Howe estará a treinar um dos grandes ingleses nos próximos anos. O treinador britânico de 39 anos não se cansa de se transcender, levando o clube a superar os impossíveis e ultrapassar prognósticos época após época, e é bastante bom sinal o facto dos cherries terem hoje melhor plantel, embora ainda sujeito a melhorias.
    Com um futebol que deixa qualquer adepto feliz e contente, será compreensível se o Bournemouth terminar abaixo do 9.º lugar da época passada, sobretudo mediante os bons reforços da concorrência. Mas, fiel à base de jogadores que tem evoluído o clube e feito História, espera-se uma época tranquila para Howe. Juntam-se ao norueguês Joshua King (um dos most improved players na última época) um guarda-redes como o clube merece, Begovic, um veterano que não falha na cara do golo, Defoe, e o menino Aké está agora no clube em definitivo, soltando-se das amarras do campeão Chelsea.
    Teoricamente, sofrerão menos golos, e no plano ofensivo, onde não devemos ignorar Afobe ou até Gradel, muito dependerá do casamento King-Defoe.

Treinador: Eddie Howe
Onze-Base (4-4-2): Begovic; Francis, Steve Cook, Aké, Daniels; A. Smith (Pugh), Arter, Gosling, Stanislas (Fraser, Gradel); King, Defoe (Afobe)

Atenção a: Joshua King, Jermain Defoe, Asmir Begovic, Charlie Daniels, Nathan Aké

 WATFORD (13)

    Marco Silva podia ter arranjado um trabalhinho mais fácil. O técnico português, depois de um quase-milagre no Hull City, assegurou a sua manutenção ao fazer as malas para o Watford (Southampton ou Crystal Palace teriam sido destinos mais interessantes, embora não seja público se houve propostas). A esperança média de vida dos seus antecessores Mazzari e Quique mostram que o clube é pouco paciente: este Watford tem plantel para ficar pouco acima dos lugares de despromoção, mas a Direcção parece ambicionar bem mais. Convém é permitir a mini-revolução que certamente MS gostaria de operar.
    De equipa pouco vistosa e limitada tecnicamente, é natural que os hornets passem a trocar melhor a bola, respeitando o input que o treinador deixa em todas as suas equipas. A defesa continua a parecer-nos francamente incapaz, sobretudo se pensarmos que esta deixará de ser uma equipa de pontapé para a frente e jogo directo para Deeney. Pela positiva, as diferentes opções que existem no miolo (os reforços Chalobah e Will Hughes, mas também Capoue, Pereyra, Cleverley, Behrami, Doucouré) e estamos bastante curiosos para ver o impacto de Andre Gray e Richarlison. O capitão Deeney tem novos amigos.

Treinador: Marco Silva
Onze-Base (4-4-2): Gomes; Janmaat, Kaboul, Britos, Holebas; Pereyra (Amrabat), Chalobah, Capoue (Hughes), Richarlison; Andre Gray, Deeney

Atenção a: Andre Gray, Richarlison, Troy Deeney, Roberto Pereyra, Will Hughes

 NEWCASTLE (14)

    É aqui que o Newcastle pertence. A estadia dos magpies no Championship só durou uma época, e Rafa Benítez (o homem que comandou o Liverpool "naquela" final da Champions), não sendo um treinador que quiséssemos ver num dos emblemas do Top-6, é mais do que treinador para um clube com estas características, História e objectivos.
    O Newcastle quererá por certo ter uma época tranquila, mas Rafa já se queixou que esperava alguns reforços que não está a ter. Teoricamente, o elenco ao seu dispor chega para ficar no meio da tabela: Dwight Gayle (23 golos no Championship ganho pelo clube) e Matt Ritchie (12 golos e 7 assistências) querem mostrar de vez que são jogadores de Premier League, e Ayoze, Atsu e Jacob Murphy são jókers muito interessantes.
    A despromoção seria um falhanço (o plantel do Newcastle é, em teoria e actualmente, superior aos de Huddersfield, Brighton, Burnley, Stoke e Swansea), mas para este regresso à piscina dos grandes terminar com um lugar na primeira metade da tabela, Benítez precisa de uns dois ou três jogadores.

Treinador: Rafa Benítez
Onze-Base (4-2-3-1): Elliot; Yedlin, Lascelles (Clark), Lejeune, Dummett; Shelvey, Hayden (Diamé); Ritchie, Ayoze, Atsu (J. Murphy); Gayle (Mitrovic)

Atenção a: Dwight Gayle, Matt Ritchie, Ayoze, Florian Lejeune, Christian Atsu

 WEST BROMWICH (15)

    Tony Pulis não vai ao fundo. É uma das mais velhas máximas da Premier League.
    O West Brom, depois de uma época cuja primeira metade surpreendeu tudo e todos, continua igual a si mesmo. É difícil esperar grandes jogadas deste conjunto, mas também é fácil esperar vários jogos sem sofrer, grande domínio nas bolas paradas e muitos jogos "chatos".
    A defesa está lá toda, com McAuley e Dawson como super-heróis junto às balizas adversárias, e do meio-campo para a frente a grande novidade é Jay Rodriguez. O atleta do Southampton, cronicamente fustigado por lesões desde o final de 2013/ 14, procura renascer e tem qualidade técnica para isso. Pulis pode até testar a juventude (Leko, Sam Field, Tyler Roberts) mas aconteça o que acontecer a época do WBA não deve fugir ao seu ADN. Rodriguez, Matt Phillips e Chadli são aves raras num elenco que só alterará a sua forma de estar em campo se acrescentar dois, três grandes reforços até final de Agosto.

Treinador: Tony Pulis
Onze-Base (4-2-3-1): Foster; Dawson, McAuley, Evans, Brunt (Nyom); Yacob, Livermore; Phillips, Chadli, Jay Rodriguez; Rondón (Robson-Kanu)

Atenção a: Jay Rodriguez, Matt Phillips, Craig Dawson, Gareth McAuley, Hal Robson-Kanu

 STOKE (16)

    Aqui entre nós, prever o desempenho deste Stoke é das coisas mais difíceis nesta edição. Os comandados de Mark Hughes (treinador do clube desde 2013) não apresentam grande homogeneidade e equilíbrio, não tendo também grandes soluções na hora de ir ao banco.
    No entanto, há Jack Butland. O guardião inglês, ausente de quase toda a temporada passada por lesão, é absolutamente incrível e um forte candidato a salvar a equipa em várias ocasiões. À sua frente, contar com a dupla Shawcross-Zouma promete bastante. Uns metros depois, o Stoke vendeu o indomável Arnautovic e ainda Walters, e até à data só adicionou a velocidade de Choupo-Moting e a experiência de Fletcher ao grupo, recuperando ainda o emprestado Joselu. Em Joe Allen sabemos que podemos confiar, mas a irregularidade de Shaqiri e Bojan deixam-nos reticentes quando analisamos a versão actual desta equipa.
    A verdade é que o Stoke tanto pode acabar à beira da descida, como perto do 10.º lugar. Para que tudo corra bem pede-se a primeira grande época de Saido Berahino no clube e mais caras novas no ataque. A acontecer uma surpresa, arriscamos em Thibaut Verlinden (18 anos).

Treinador: Mark Hughes
Onze-Base (4-2-3-1): Butland; G. Johnson, Shawcross, Zouma, Pieters; Allen, Fletcher; Shaqiri, Bojan, Choupo-Moting; Berahino (Joselu, Diouf)

Atenção a: Jack Butland, Saido Berahino, Kurt Zouma, Eric Choupo-Moting, Joe Allen

 SWANSEA (17)

    Nas últimas temporadas, poucas equipas terão sido tão one-man-team como o Swansea. A qualidade individual do islandês Gylfi Sigurdsson chegou para, praticamente sozinho, segurar o clube do País de Gales na Premier League. O que nos leva a uma grande questão: e se, como tudo indica, Sigurdsson rumar ao Everton?
    Sem o seu 23, os swans perderão um dos melhores cobradores de bolas paradas (tudo... cantos, livres directos, livres indirectos) do mundo e um GPS na hora de encontrar os colegas em posição de finalização. Se ficar, Sigurdsson continuará a ter um peso brutal, comprometido com o clube; mas o mais certo é mesmo a transferência para o Everton acontecer, o que ditará uma cratera no clube. Logo se verá como o Swansea - a acontecer tudo isto - irá abordar o mercado, podendo certamente comprar vários elementos com o dinheiro da venda do seu craque. Perante o actual elenco às ordens de Clement, temos particular interesse em acompanhar a chegada do bigode de Roque Mesa (excelente temporada no Las Palmas, jogador muito intenso) a Inglaterra, podendo Tom Carroll ganhar relevância e Tammy Abraham mostrar que o seu sucesso no Bristol City não foi obra do acaso.

Treinador: Paul Clement
Onze-Base (4-3-3): Fabianski; Naughton, Fernández, Mawson, M. Olsson; Roque Mesa, Fer, Sigurdsson (Carroll); J. Ayew (Routledge), Llorente, Abraham

Atenção a: Gylfi Sigurdsson, Roque Mesa, Tammy Abraham, Fernando Llorente, Tom Carroll

 BRIGHTON (18)

    Das três equipas que vêm do Championship, o Brighton de Chris Hughton foi a que mais qualidade acrescentou ao seu plantel neste defeso. Vice-campeões no segundo escalão inglês (um golo do Aston Villa, na última jornada e aos 89 minutos, tirou-lhes o título), perderam Stockdale mas encontraram no australiano Matt Ryan um substituto à altura, talvez melhor até.
    Quem tem Dunk-Duffy no coração da defesa promete dificultar a vida aos avançados contrários, e a nível ofensivo há soluções com diferentes características e feitios. Ao absolutamente vital Dale Stephens e aos veteranos Sidwell e Glenn Murray, o clube acrescentou o holandês Pröpper, Pascal Groß (estejam atentos a este "armador" de jogo alemão, no ponto para surpreender a Premier League) e ainda o jovem Izzy Brown, que na época passada representou o Hudderfield.
    Impossível não referir também Anthony Knockaert. O francês foi o melhor jogador do Championship, marcou 15 golos e fez 8 assistências. Não vingou quando estava no Leicester, mas agora é outro jogador.

Treinador: Chris Hughton
Onze-Base (4-5-1): Ryan; Bruno, Dunk, Duffy, Suttner; Knockaert, Stephens, Sidwell (Pröpper), Pascal Groß, Izzy Brown (March); Murray (Hemed)

Atenção a: Anthony Knockaert, Pascal Groß, Matthew Ryan, Lewis Dunk, Dale Stephens

 HUDDERSFIELD (19)

    É difícil não gostar de David Wagner como treinador. Eleito Treinador do Ano no Championship 16/ 17, Wagner é um pupilo de Jürgen Klopp, e dos três técnicos das equipas promovidas (todos vêm acrescentar qualidade ao campeonato) Wagner é aquele que temos maior curiosidade, por ser o que pode ter mais "dedo" na performance da sua equipa.
    Uma coisa é certa: estes jogadores vão ter que ser espremidos ao máximo. E muito dependerá do playmaker Aaron Mooy, de um Tom Ince em busca de convencer por fim os ingleses e o mundo do futebol, das assistências do lateral-direito e capitão Tommy Smith, e de Steve Mounié, um gigante que pode fazer estragos já na sua 1.ª época.
    Já não há Danny Ward, há Lössl. Já não há Izzy Brown, há Ince, Mounié e... Depoitre. A manutenção parece difícil, mas já vimos coisas mais estranhas na Premier League.

Treinador: David Wagner
Onze-Base (4-2-3-1): Lössl; Tommy Smith, Schindler, Zanka, Löwe; Mooy, Williams; Kachunga, Palmer (van La Parra), Ince; Mounié

Atenção a: Aaron Mooy, Tom Ince, Steve Mounié, Tommy Smith, van La Parra

 BURNLEY (20)

    Sem reforços, não há milagres. Na época passada, Sean Dyche "espremeu" o plantel do Burnley, surpreendendo-nos bastante. A classificação final (16.º lugar) não traduziu a época segura e bem longe da descida que o clube fez, contribuindo muito para isso o seu excelente comportamento defensivo e um factor casa difícil de descrever - das 11 vitórias conquistadas, 10 foram em casa.
    A retaguarda funcionava como um todo, mas era impossível não destacar o capitão Tom Heaton na baliza, e o central Michael Keane, um dos melhores no jogo aéreo em Inglaterra. Ora bem, Keane rumou ao Everton, e no ataque tínhamos bastantes expectativas para esta segunda vida de Andre Gray, mas Marco Silva levou-o para o Watford.
    Perante tudo isto, o Burnley precisa claramente de encontrar um novo parceiro para Ben Mee na defesa, sendo quase desnecessário dizer que Walters, Jack Cork e Charlie Taylor não chegam para a equipa assegurar a manutenção. O irlandês do Stoke, o médio do Swansea e o lateral do Leeds foram boas aquisições, mas principalmente no ataque há que investir e bem. Vendo o copo meio cheio, esta época pode ser a melhor da carreira de Robbie Brady.

Treinador: Sean Dyche
Onze-Base (4-4-2): Heaton; Lowton, Mee, Tarkowski, Ward (C. Taylor); Arfield, Hendrick, Cork, Brady; Walters, Vokes

Atenção a: Robbie Brady, Tom Heaton, Jonathan Walters, Jeff Hendrick, Ben Mee


por Miguel Pontares e Tiago Moreira

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