Balanço Final - Liga NOS 18/ 19

A análise detalhada ao campeonato em que houve um antes e um depois de Bruno Lage. Em 2018/ 2019 houve Reconquista.

Prémios BPF Liga NOS 2018/ 19

Portugal viu um médio carregar sozinho o Sporting, assistiu ao nascer de um prodígio, ao renascer de um suiço, sagrando-se campeão quem teve um maestro e um velocista.

Balanço Final - Premier League 18/ 19

Na melhor Liga do mundo, foram 98 contra 97 pontos. Entre citizens e reds, entre Bernardo Silva e van Dijk, ninguém merecia perder.

Os Filmes mais Aguardados de 2019

Em 2019, Scorsese reúne a velha guarda toda, Brad Pitt será duplo de Leonardo DiCaprio, Greta Gerwig comanda um elenco feminino de luxo, Waititi será Hitler, e Joaquin Phoenix enlouquecerá debaixo da maquilhagem já usada por Nicholson ou Ledger.

21 Novas Séries a Não Perder em 2019

Renasce The Twilight Zone, Ryan Murphy muda-se para a Netflix, o Disney+ arranca com uma série Star Wars e há ainda projectos de topo na HBO e no FX.

30 de janeiro de 2017

Dicas Fantasy Premier League - Jornada 23

Quando a Premier League se torna a nossa Champions. Depois de um fim-de-semana sem campeonato inglês, a jornada 22 parece já tão longínqua (disputou-se a 21 e 22 de Janeiro) mas esta terça e quarta-feira - com os primeiros jogos a começarem à hora tradicional da Champions, 19:45 - há novas emoções em solo britânico.
    Os últimos dias serviram para Southampton e Manchester United carimbarem o acesso à final da Taça da Liga Inglesa, e serviram também para que o Liverpool desse sequência ao seu terrível 2017 (sorriu o Wolves, com um jogaço de Hélder Costa em Anfield) - 4 derrotas, 3 empates e apenas uma vitória, esta última sobre o modesto Plymouth, aproximando-se agora uma fase em que os reds defrontam Chelsea (nesta jornada), Tottenham e Arsenal. Vida difícil para a equipa de Klopp, que costuma no entanto "gostar" dos jogos grandes.
    O jogo grande desta jornada é precisamente o Liverpool-Chelsea, constituindo a primeira de duas jornadas capitais para a temporada do líder isolado (o Chelsea recebe o Arsenal na próxima ronda, pelo que os 6 pontos em disputa nestas jornadas 23 e 24 podem relançar a época em Inglaterra ou praticamente sentenciarem o destino glorioso dos blues). Nos reds, Coutinho ainda procura recuperar a melhor forma, e Sadio Mané deve viajar da CAN directamente para o onze. Com alguns jogos interessantes e renhidos - Stoke-Everton, Middlesbrough-West Brom e Bournemouth-Crystal Palace - pelo meio, as atenções estarão também concentradas no West Ham-Manchester City. Nos hammers, que "roubaram" o melhor jogador de Marco Silva, o escocês Snodgrass, Payet já rumou a Marselha, e nos citizens a curiosidade para continuar a acompanhar a evolução do recém-chegado miúdo maravilha Gabriel Jesus é grande. No Burnley-Leicester a 4.ª melhor equipa em casa recebe a 2.ª pior equipa fora em 2016/ 17, queremos ver o que faz o Swansea na jornada a seguir a conquistar 3 pontos inesperados em Anfield, e de resto Arsenal e Tottenham são favoritos, numa jornada em que Marco Silva volta a encontrar-se com José Mourinho.
    Olhando para a jornada passada, os principais destaques no Fantasy foram defesas - Gary Cahill e Seamus Coleman, ambos com 15 pontos. Roberto Firmino, De Bruyne, Llorente, Andy Carroll e Brunt também estiveram em bom plano.
(Podem-se juntar à Liga Barba Por Fazer: Código - 2518758-588128)


As nossas apostas para a 23.ª jornada são:

Olivier Giroud - Arsenal - 8.7
    Depois de 4 jornadas consecutivas a marcar, Olivier Giroud ficou em branco no 2-1 diante do Burnley, jogo atípico para os gunners e fortemente condicionado pela expulsão de Xhaka. A goleada de 5-0 imposta ao Southampton a meio da semana serviu para moralizar a equipa e ampliar as opções de Wenger (Welbeck e Walcott disseram ao técnico francês que pode contar com eles), mas quando Arsenal e Watford entrarem em campo, e dado que não cumpriu qualquer minuto no embate da FA Cup, é praticamente certo que Giroud esteja entre os eleitos.
     Numa fase em que no Fantasy há Alexis Sánchez e só depois o resto do mundo, ter o chileno é absolutamente obrigatório; mas preservar Giroud durante as próximas semanas pode fazer sentido (lançá-lo contra Watford e Hull pode gerar dividendos, caso tenham 5 médios para irem a jogo quando o Arsenal visita Stamford Bridge).
    O Watford não vence desde a jornada 15 e na primeira volta Alexis Sánchez (1 golo e duas assistências) castigou a equipa de Mazzarri numa vitória dos gunners por 3-1. No Emirates espera-se um bloco baixo com 3 centrais, e que poderá ter dificuldades a explorar transições, surgindo Giroud como um jogador que terá muitas bolas pelo ar para ganhar e pelas quais combater, ajudando ainda os colegas nos habituais apoios.


Seamus Coleman - Everton - 5.6
    Quando Coleman está assim... é irresistível. O lateral-direito irlandês tem sido um dos grandes beneficiados depois de Koeman privilegiar uma defesa com Holgate, Williams e Funes Mori, soltando como alas dois ases do Fantasy, Baines e Coleman.
    Com dois jogos consecutivos a amealhar Bónus 3 - Manchester City, onde totalizou 12 pontos fazendo uma assistência, e Crystal Palace contra quem fez 15 pontos marcando o único golo do jogo - Coleman tem nada mais nada menos do que 43 pontos nas últimas sete jornadas. Com 92 pontos no total da época, o jogador que em 2013/ 14 fez 180 pts tem-se aproximado do Top-5 de defesas (o trio do Chelsea, Cahill, Azpilicueta e Alonso, Kyle Walker e Koscielny) e a tendência será continuar.
    É difícil escolher entre Baines e Coleman, certamente. Baines marca grandes penalidades e tem ocasionalmente outras bolas paradas para cobrar, mas Coleman surge mais vezes em zonas de finalização. O momento de forma de ambos é muito bom, e o calendário igualmente - Stoke (fora), Bournemouth (casa), Middlesbrough (fora) e Sunderland (casa) podem representar um bom período. E também por isto, convém terem Lukaku.


Kyle Walker - Tottenham - 6.2
    Aquilo que Coleman tem feito nas últimas jornadas, Kyle Walker fê-lo toda a época até agora. O melhor lateral-direito desta edição 16/ 17, que começa a fazer por merecer ser considerado o melhor na sua posição na actualidade, beneficiou com a passagem do Tottenham de Pochettino a 3 centrais - a tendência será preservar a aposta, podendo Walker e Rose continuar a brilhar nos corredores, e oferecendo excelentes perspectivas para Alli e Eriksen no apoio a Kane.
    Depois da derrota em Old Trafford, o Tottenham venceu 6 jogos consecutivos empatando na jornada passada em casa do Manchester City depois de se ver a perder por 2-0. Os spurs, que pelo meio venceram o líder Chelsea (2-0), são porventura a equipa em melhor momento em Inglaterra e não nos parece que a equipa de White Hart Lane caia de rendimento nos próximos meses. A médio-prazo surge no calendário um espectacular Liverpool-Tottenham (jornada 25), mas é preciso relembrar que os spurs já jogaram com Chelsea e Manchester City na segunda volta, e são a equipa com menos derrotas (2) em solo inglês. Ninguém os deverá conseguir tirar do Top-4.
    Acreditamos que Kane e Rose recuperem a tempo de defrontar o Sunderland e, sejamos honestos, só um dia de total desinspiração pode afastar o Tottenham de uma noite gloriosa e com vários golos. O momento do Sunderland (20.º) é péssimo, e a diferença entre o futebol produzido pelas equipas é abismal.


Fernando Llorente - Swansea - 6.1
    Se olharmos para o defeso de Janeiro, vemos uma boa abordagem do Everton (Schneiderlin e Lookman), o West Ham a responder à birra de Payet com os reforços Snodgrass e José Fonte, o Stoke a garantir o talentoso mas instável Berahino, o Leicester a tentar resolver o "problema Kanté" com Ndidi, e finalmente o Hull City a tentar melhorar o seu plantel com segundas linhas e empréstimos.
    Para além de tudo isto, o Swansea, agora orientado por Paul Clement, tem-se movimentado com qualidade: garantiu Martin Olsson para lateral-esquerdo, acrescentou qualidade ao meio-campo com Tom Carroll, podendo Narsingh ser no entanto o melhor reforço dos swans.
    Depois de vencer o Liverpool em Anfield por 3-2, espera-se que o 17.º classificado dê luta a um Southampton que se viu goleado pelo Arsenal no rescaldo do êxtase do acesso a Wembley. Olhando para o plantel do Swansea, e até Narsingh mostrar se pode ou não ser uma boa opção por 5.5, apostar na equipa do País de Gales só pode significar uma de duas coisas: ou apostar em Sigurdsson, ou em Llorente.
    O islandês é o craque da equipa (tem 101 pts, bem distante dos seus colegas de equipa), mas Llorente pode causar estragos. O Southampton não tem van Dijk, e o espanhol pode explorar isso mesmo.


Christian Benteke - Crystal Palace - 7.3
    O regresso precoce de Zaha (Costa do Marfim eliminada da CAN) foi a melhor notícia que Sam Allardyce poderia ter. Depois de garantirem Schlupp (contratação desnecessária, num desperdício de dinheiro típico dos clubes ingleses), os eagles devem juntar van Aanholt ao seu plantel, esse sim um reforço de qualidade.
    Até ao fim todos os pontos serão preciosos, e a fase vindoura pode revelar-se decisiva na época do Palace: o calendário dita Bournemouth (fora), Sunderland (casa), Stoke (fora) e Middlesbrough (casa) nas próximas jornadas, sinal que Benteke terá oportunidades para fazer a diferença e aumentar a sua conta pessoal (actualmente, 8 golos marcados).
    O momento não é o melhor (4 derrotas consecutivas), e o adversário é perigoso - o Bournemouth de Eddie Howe é forte em casa, e uma equipa muito mais sólida e com processos trabalhados do que o Palace - mas a pujança e supremacia de Christian Benteke no jogo aéreo leva-nos a crer que o jogo poderá ser mais equilibrado.



Outras Opções:
- Guarda-Redes: Na baliza e com Tom Heaton (5.0) em casa não há que inventar. O guarda-redes do Burnley já é um recordista de pontos de Bónus na História dos GR do Fantasy, e a época ainda está bem distante do seu fim, e a conjugação com o momento do Leicester fora de portas pode significar uma noite positiva para Heaton, senhor de múltiplas defesas.
    Embora o Hull comece a mostrar o ADN Marco Silva, a esmagadora diferença entre os dois plantéis leva-nos a recomendar também David De Gea (5.4), numa temporada em que o espanhol não está tão exuberante como nos últimos dois anos. Foster e Valdés devem proporcionar um bom espectáculo nas suas balizas, e Petr Cech tem boas chances de clean sheet.

- Defesas: Entre defesas, já falámos de Seamus Coleman e Kyle Walker, mas não há como fugir a outros elementos extremamente regulares - Marcos Alonso (6.6) joga em Anfield mas é um perigo constante, e é difícil imaginar o Liverpool-Chelsea com muitos golos, Danny Rose (6.1) dá uma profundidade brutal, e deve recuperar a tempo de defrontar o Sunderland, e em casa do Middlesbrough, Chris Brunt (5.0) pode continuar a demonstrar que podem confiar nele.
    Antonio Valencia (5.5), Leighton Baines (5.6) e Adam Smith (4.7) são jogadores em que também acreditamos bastante.

- Médios: Alexis Sánchez (11.9). Tem 162 pontos e ainda vamos com 22 jornadas jogadas, por isso ponham-no a capitão sem pensar duas vezes. Absurdo como só cerca de 38% de utilizadores o têm...
    Eriksen brilha com maior intensidade em White Hart Lane, mas Dele Alli (8.8) brilha em todo o lado; Wilfried Zaha (5.5) poderá ser peça-chave para o Palace, caso jogue; e caso o Swansea se apresente em bom plano, todos os caminhos começarão em Gylfi Sigurdsson.
    Paul Pogba (8.5) deve visar a baliza do Hull em várias ocasiões, e embora o Middlesbrough esteja razoavelmente bem, o momento de Matt Phillips (5.9) pode-se sobrepor.
    No jogo grande, apostamos sobretudo em Coutinho, embora Hazard tenha uma boa oportunidade para se aproximar do estatuto de MVP de Diego Costa, num jogo em que a presença ou ausência de Mané ditará dois jogos diferentes.

- Avançados: Acima comentámos o potencial de Giroud, Llorente e Benteke mas pelo menos os últimos dois pontas-de-lança não são opções de topo nesta ronda. Zlatan Ibrahimovic (11.7) recebe o Hull e deve marcar, Harry Kane (11.2) já sabe esta época o que é marcar ao Sunderland, e há ainda nomes como Romelu Lukaku (9.6). Gray e Diego Costa são outros dos craques aos quais estaremos atentos, enquanto que no West Ham-Manchester City resta saber se Andy Carroll estará a 100% fisicamente, e quem escolherá Guardiola entre Agüero e Gabriel Jesus.




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11 (3-4-3): Heaton; Coleman, Walker, Brunt; Sigurdsson, Sánchez, Pogba, Alli; Lukaku, Ibrahimovic, Kane

Atenção a (Clássico; Diferencial):
Arsenal v Watford - Alexis Sánchez; Olivier Giroud
Bournemouth v Crystal Palace - Junior Stanislas; Christian Benteke
Burnley v Leicester City - Tom Heaton; Andre Gray
Middlesbrough v West Brom - Matt Phillips; Chris Brunt
Sunderland v Tottenham - Harry Kane; Dele Alli 
Swansea v Southampton - Gylfi Sigurdsson; Fernando Llorente
Liverpool v Chelsea - Diego Costa; Philippe Coutinho
West Ham v Manchester City - Kevin De Bruyne; Andy Carroll
Manchester United v Hull City - Zlatan Ibrahimovic; Antonio Valencia
Stoke v Everton - Romelu Lukaku; Seamus Coleman

24 de janeiro de 2017

Lista de Nomeados (Óscares 2017)

Foram anunciados há momentos os nomeados para as 24 categorias dos Óscares 2017 da Academia. Vários rostos conhecidos, entre os quais Brie Larson, Jennifer Hudson, Ken Watanabe, Jason Reitman ou Guillermo del Toro, divulgaram os vários nomeados para a 89.ª edição dos Óscares, com data marcada para 26 de Fevereiro e apresentação de Jimmy Kimmel.
    Confirmam-se as nossas suspeitas: La La Land igualou o recorde de 14 nomeações numa edição que pertencia a Titanic e All About Eve.
    Numa leitura rápida e global, para além da catrefada de categorias em que o filme de Damien Chazelle compete, destaca-se a ausência de Amy Adams (esperava-se a nomeação por Arrival, num grande ano para a actriz nascida em Itália que brilhou também em Nocturnal Animals) com a Academia a optar por nomear Ruth Negga, uma das actrizes com ascensão meteórica em 2017 ao conjugar o seu papel em Loving com a série Preacher.
    Felizmente, a Academia não boicotou Hacksaw Ridge, nomeando inclusive Mel Gibson como merecia, e conseguindo o filme com Andrew Garfield como protagonista um total de 6 nomeações. Recapitulando, depois das 14 nomeações de La La Land, surgem Moonlight e Arrival (tão bom ver Denis Villeneuve ter o reconhecimento que merece depois de tamanha consistência nos últimos anos) com 8 nomeações cada, e só depois Hacksaw Ridge, como já referido, que tem 6 nomeações tal como Manchester by the Sea (Filme, Realizador, Actor, Actor Secundário, Actriz Secundária e Argumento Original, nada mau).
    Meryl Streep somou a sua 20.ª nomeação da Academia, e em sentido inverso 2017 marca a estreia de Lucas Hedges (20 anos) nestas andanças. No conjunto de 9 nomeados para filme - embora nos pronunciemos no momento certo quando fizermos os nossos próprios Óscares como sempre - parece-nos faltar pelo menos Nocturnal Animals, bastante superior a Hidden Figures e Fences, por exemplo. Nos actores secundários, a Academia optou por nomear Michael Shannon (Nocturnal Animals) e Jeff Bridges (Hell or High Water), embora nesses dois filmes talvez Aaron Taylor-Johnson e Ben Foster tenham brilhado com maior intensidade. De destacar ainda o facto de La La Land ter duas canções nomeadas - "City of Stars" e "Audition (The Fools Who Dream)" - que possibilitaram que chegasse às 14 nomeações; e uma palavra final para The Lobster, filme do grego Yorgos Lanthimos, que aqui no Barba Por Fazer nomeámos há um ano para Melhor Argumento Original, embora a Academia só se tenha lembrado de o fazer um ano depois.
   

Lista de Nomeados:

Melhor Filme


Arrival
Fences
Hacksaw Ridge
Hell or High Water
Hidden Figures
La La Land
Lion
Manchester by the Sea
Moonlight

Melhor Realizador



Damien Chazelle (La La Land)
Barry Jenkins (Moonlight)
Denis Villeneuve (Arrival)
Mel Gibson (Hacksaw Ridge)
Kenneth Lonergan (Manchester by the Sea)

Melhor Actor



Casey Affleck (Manchester by the Sea)
Ryan Gosling (La La Land)
Viggo Mortensen (Captain Fantastic)
Denzel Washington (Fences)
Andrew Garfield (Hacksaw Ridge)

Melhor Actriz



Emma Stone (La La Land)
Natalie Portman (Jackie)
Isabelle Huppert (Elle)
Meryl Streep (Florence Foster Jenkins)
Ruth Negga (Loving)

Melhor Actor Secundário



Mahershala Ali (Moonlight)
Michael Shannon (Nocturnal Animals)
Dev Patel (Lion)
Jeff Bridges (Hell or High Water)
Lucas Hedges (Manchester by the Sea)

Melhor Actriz Secundária



Viola Davis (Fences)
Naomie Harris (Moonlight)
Nicole Kidman (Lion)
Michelle Williams (Manchester by the Sea)
Octavia Spencer (Hidden Figures)

Melhor Argumento Original
La La Land
The Lobster
Manchester by the Sea
Hell or High Water
20th Century Women

Melhor Argumento Adaptado
Arrival
Fences
Hidden Figures
Lion
Moonlight

Melhor Filme de Animação
Kubo and the Two Strings
Moana
Zootopia
The Red Turtle
My Life as a Zucchini

Melhor Filme Estrangeiro
Land of Mine (Dinamarca)
A Man Called Ove (Suécia)
Tanna (Austrália)
The Salesman (Irão)
Toni Edmann (Alemanha)

Melhor Edição
Arrival
Hacksaw Ridge
Hell or High Water
La La Land
Moonlight

Melhor Fotografia
Arrival
La La Land
Moonlight
Silence
Lion

Melhor Design de Produção
Arrival
Fantastic Beasts and Where to Find Them

Hail, Caesar!
La La Land

Passengers

Melhor Edição de Som
Arrival
Deepwater Horizon
Hacksaw Ridge
La La Land
Sully

Melhor Mixagem de Som
Arrival
Hacksaw Ridge
La La Land
Rogue One: A Star Wars Story
13 Hours: The Secret Soldiers of Benghazi

Melhores Efeitos Visuais
Deepwater Horizon
The Jungle Book
Doctor Strange
Kubo and the Two Strings
Rogue One: A Star Wars Story

Melhor Figurino
Allied
Fantastic Beasts and Where to Find Them
Jackie
Florence Foster Jenkins
La La Land

Melhor Maquilhagem
A Man Called Ove
Suicide Squad
Star Trek Beyond

Melhor Banda Sonora Original
Jackie
La La Land
Lion
Moonlight
Passengers

Melhor Canção Original
"Audition (The Fools Who Dream)" (La La Land)
"Can't Stop the Feeling" (Trolls)
"City of Stars" (La La Land)
"The Empty Chair" (Jim: The James Foley Story)
"How Far I'll Go" (Moana)

Melhor Documentário
O.J.: Made in America
Life, Animated
13th
Fire at Sea
I Am Not Your Negro

Melhor Curta-Metragem
Silent Nights
Sing
Timecode
La Femme et le TGV
Ennemis Intérieurs

Melhor Curta de Animação
Borrowed Time
Blind Vaysha
Pearl
Piper
Pear Cider and Cigarettes

Melhor Curta (Documentário)
4.1 Miles
Extremis
Joe's Violin
The White Helmets
Watani: My Homeland

23 de janeiro de 2017

Crítica: Moonlight

A CAMINHO DOS ÓSCARES 2017
Realizador: Barry Jenkins
Argumento: Barry Jenkins
Elenco: Trevante Rhodes, Naomie Harris, André Holland, Ashton Sanders, Janelle Monáe, Alex Hibbert, Mahershala Ali
Classificação IMDb: 7.5 | Metascore: 99 | RottenTomatoes: 98%
Classificação Barba Por Fazer: 87


    Em 2014, Richard Linklater mostrou ao mundo o seu projecto de 12 anos (Boyhood), celebrado pela crítica - 100 no Metascore e 98% nos Rotten Tomatoes - ao conseguir de uma forma inovadora, paciente e experimental oferecer-nos um ensaio sobre o que é crescer e amadurecer, deixando o tempo passar não só pelas personagens mas também pelos actores. Um dos melhores filmes deste ano, 'Moonlight', soube ousar também na construção narrativa, alegadamente inspirado pelo taiwanês Zui hao de shi guang - está fragmentado em 3 fases (criança, adolescente e adulto) embora o seu foco esteja colocado sobretudo num processo de auto-descoberta e aceitação ou paz interior.
    Barry Jenkins, apaixonado pelo manuscrito extremamente pessoal de Tarell Alvin McCraney, In Moonlight Black Boys Look Blue, acrescentou ao guião também um pouco do seu passado e apostou numa estrutura arriscada. Moonlight divide-se em 3 capítulos: i. Little, ii. Chiron e iii. Black.
    Considerado nos Globos de Ouro o Melhor Filme Dramático, é bem capaz de ser o filme que este ano melhor trabalha as suas personagens - há conflito, dilemas morais, personagens que influenciam o trajecto de outras e, sobretudo, há evolução. Uma evolução que dura 1 hora e 51 minutos mas que podia perfeitamente ter mais meia hora (não questionamos o timing do fim, que faz sentido, e o último plano é perfeito, mas parece faltar algo à terceira parte, na qual o filme fecha o que tem a fechar e fá-lo como grande filme que é, pedindo ainda assim algo que o pudesse elevar a super-obra-prima indiscutível e intemporal).
    Uma das melhores coisas de Moonlight é o seu carácter genuíno. Acompanhar o trajecto de um jovem afroamericano homossexual poderia tentar Jenkins e a sua equipa a fazer o filme carregar uma bandeira de black movie ou gay movie. Mas não. E o mérito é de Barry Jenkins, como contador da história, e de todo o elenco, com o foco bem definido - a humanidade e universalidade de toda a vida do protagonista.
    Poético num filme que lhe é tão pessoal, Barry Jenkins apoia-se numa excelente banda sonora de Nicholas Britell ("The Middle of the World" é simplesmente incrível, embora o equilíbrio do filme esteja também na boa articulação e tempo que dá aos silêncios) e no meritório trabalho do Director de Fotografia, James Laxton, e conseguiu verdadeiros milagres de produção - Naomie Harris, única actriz que entra nas três partes, filmou todas as suas cenas em apenas 3 dias, e as filmagens totais duraram 25 dias, sem que os 3 actores (Alex Hibbert, Ashton Sanders e Trevante Rhodes) que interpretam a personagem principal se conhecessem e trocassem impressões.
    Em i. Little, é o pequeno Alex Hibbert que nos introduz o protagonista, embora seja Juan (Mahershala Ali) o grande destaque, um mentor que marca o filme da mesma forma que marca a vida e o futuro de Chiron; vítima de bullying constante, Chiron encontra num traficante de cocaína uma figura paternal e protectora, com Ali, mais conhecido pelo seu trabalho em House of Cards, a ter um dos melhores papéis do ano - o seu conflito é claro (quer o melhor para Chiron, mas é ele quem alimenta o vício da mãe deste, um papel igualmente brilhante de Naomie Harris), e o carisma que irradia é quase tão significativo quanto o momento em que Mahershala Ali consegue expressar vergonha no rosto.
    Depois, chega ii. Chiron, o momento de Ashton Sanders agarrar no volante e assumir-se como um dos actores-revelação do ano. Na adolescência, destaca-se a relação de Chiron com Kevin, e enquanto Sanders consegue mostrar-se como um jovem num sofrimento e solidão que o transformam numa panela de pressão, destaca-se a quebra da quarta parede de Naomie Harris e a explosão final que fecha o capítulo e lança a parte final.
    Por fim, iii. Black representa um assinalável salto temporal (as transições em Moonlight estão brilhantes, e o espectador não duvida em algum momento que aqueles 3 actores sejam a mesma pessoa) com Trevante Rhodes - extraordinário como um actor com tanta masculinidade consegue na sua vulnerabilidade e contenção ligar-nos logo ao seu passado - a fechar o arco narrativo na forma como interage com Juan, Kevin e com a sua mãe. Chiron torna-se o que Juan era, produto do contexto em que cresceu, e com Kevin e a sua mãe completa uma lógica de perdão e aceitação, numa fase em que parece que quase ele próprio já se esqueceu ou escondeu quem foi e o que já sentiu.
 
    Com uma beleza rara, um trabalho de câmara e um elenco extraordinários, Moonlight consegue colocar no grande ecrã o tempo que demoramos a descobrir quem somos, e a aceitar e abraçar isso mesmo. E é essa capacidade que faz do filme de Barry Jenkins uma peça universal. Com suavidade e sensibilidade, fala sobre as pessoas e as decisões que nos fazem ser quem somos; podia facilmente ter mais meia hora distribuída ao longo do filme, o que só comprova a qualidade do trabalho de Mahershala Ali, Trevante Rhodes, Ashton Sanders ou Naomie Harris e o invisível talento do director de casting que os juntou. A Academia anuncia amanhã (24 de Janeiro) os seus nomeados, e Moonlight deve acumular umas 8 nomeações.

20 de janeiro de 2017

Dicas Fantasy Premier League - Jornada 22

Uma semana depois, a Premier League está de volta. Diego Costa já treina e não deve ir para a China, Payet foi removido do Whatsapp dos jogadores do West Ham, e o Swansea está a contratar para se tentar salvar - Martin Olsson, Tom Carroll e Luciano Narsingh (este último potencialmente interessante no Fantasy, a ver vamos) já assinaram pelo clube do País de Gales, actualmente último classificado.
    A última jornada serviu para o Chelsea reencontrar a sua estabilidade, para United e Liverpool se empatarem na corrida pelo título, serviu para o Tottenham vincar o excelente momento com futebol de qualidade (4-0 ao WBA não é para todos), e para o West Ham mostrar que há vida sem Payet. No entanto, o momento alto foi inequivocamente o jogão do Everton em Goodison Park, ao impor um 4-0 ao Manchester City de Guardiola. Pep diz que, com 10 pontos de diferença, já não faz sentido falar no título - resignação ou bluff para retirar pressão dos jogadores?
    Neste fim-de-semana, o jogo mais antecipado leva o Tottenham de Mauricio Pochettino a visitar o Manchester City, num embate que promete bom futebol e certamente muito trabalho para os citizens travarem o vendaval ofensivo actual dos spurs.
    Marco Silva, depois de um excelente e importantíssimo 3-1 contra o Bournemouth, inicia a sequência horribilis (Chelsea fora, Manchester United fora, Liverpool casa, Arsenal fora); um jogo também importante para o Chelsea, que já poderá ter Diego Costa em campo, isto antes dos blues terem duas jornadas que ajudarão a decidir a época - na jornada 23 deslocam-se a Liverpool, e na 24 recebem o Arsenal. Nos andares de baixo da tabela, vida difícil para Swansea, Sunderland e Hull nesta jornada, e mesmo Crystal Palace e Middlesbrough enfrentarão equipas confiantes, embora tenham a vantagem do factor casa.
    Depois de duas jornadas cuja média de pontos entre utilizadores não chegou aos 50 (45 na jornada 19 e 49 na jornada 20), a jornada 21 teve uma média de 56 - o principal destaque foi Marcos Alonso, que bisou em casa do Leicester e totalizou 21 pontos, mas também Harry Kane (hat-trick), Michail Antonio (hat-trick de assistências), Arnautovic, Mirallas, Coleman e Abel Hernández guardaram boas memórias do fim-de-semana passado. Aqui no BPF tínhamos recomendado Kane, Snodgrass, Alexis Sánchez, Feghouli e Lukaku, e todos marcaram ou assistiram, pelo que tentaremos manter os tiros certeiros.
(Podem-se juntar à Liga Barba Por Fazer: Código - 2518758-588128)


As nossas apostas para a 22.ª jornada são:

Philippe Coutinho - Liverpool - 8.3
    Tão bom rever Coutinho. O craque brasileiro do Liverpool, que estava provavelmente a ser o jogador mais entusiasmante desta Premier League até se lesionar na jornada 13, voltou à competição em Old Trafford e em apenas meia hora relembrou-nos a todos o seu potencial e a brutal diferença que faz no ataque da equipa de Klopp.
    Vindos de dois empates (2-2 com o Sunderland e 1-1 contra Mourinho) os reds querem voltar às vitórias e para que tal aconteça faz sentido que Coutinho já seja titular contra o Swansea. Os swans vêm de 5 derrotas nos últimos 6 jogos, e parecem ser a presa perfeita para uma hora de almoço voraz do ataque móvel e dinâmico composto por Coutinho, Firmino e Lallana.
    Há sempre alguma prudência no que toca a jogadores acabados de regressar de lesão, mas Coutinho já competiu alguns minutos na Taça da Liga e no clássico inglês, tendo ainda a vantagem do Swansea ser uma equipa que não o obrigará a impor a si próprio um ritmo muito alto nem defender assim tanto. As perspectivas são boas para o brasileiro: jogador de jogos grandes, receberá nos próximos tempos Chelsea, Tottenham e Arsenal e, avaliado em 8.3, têm mesmo que o agarrar já antes que dispare.


Michail Antonio - West Ham - 6.9
    Não há Payet... há Antonio! O amuo e a falta de compromisso do craque francês, talismã e MVP habitual do West Ham, podia originar dois caminhos: os hammers afundarem-se mais, ou reunírem as tropas e mostrarem que nenhum jogador é maior do que o colectivo. A segunda parte contra o Crystal Palace pareceu indicar a segunda ideia, com uma excelente resposta e 3 golos que nasceram todos dos pés do britânico Michail Antonio (3 assistências).
    Depois de 8 golos e 7 assistências em 2015/ 16, Antonio já soma nesta altura da época 8 golos e 5 assistências, preparando-se para suplantar em grande estilo o ano passado. É verdade que no começo da temporada quase todos os seus golos de cabeça foram originados pelos cruzamentos de Payet, mas é chegada a hora de Antonio, Lanzini e Feghouli assumirem as despesas criativas da equipa.
    O Middlesbrough, ainda para mais no Riverside Stadium, é uma equipa combativa e bastante compacta a defender; os melhores jogos de Antonio até têm sido o Estádio Olímpico de Londres, mas caso a equipa de Bilic consiga ultrapassar a muralha de Karanka, muito provavelmente o sucesso terá Antonio escrito na ficha de jogo.


Alex Iwobi - Arsenal - 5.9
    Actual 4.º classificado (é destino), o Arsenal começou na jornada passada uma sequência apetitosa - atropelou o Swansea numa goleada por 4-0, e seguem-se agora Burnley (casa), Watford (casa), Chelsea (fora) e Hull (casa). São os dois primeiros jogos que nos interessam, uma vez que em Stamford Bridge a missão será espinhosa e a recepção ao Hull de Marco Silva pode revelar-se perigosa, sobretudo se os gunners saírem com a moral em baixo do jogo com o Chelsea.
    Agora e sempre ter Alexis Sánchez é obrigatório, mas esta dupla de jogos "pede" outro elemento ofensivo da equipa de Wenger - Giroud (7-8-15-5) é a opção ideal, mas pensando a curto-prazo, o nigeriano de 20 anos Alex Iwobi pode ser bastante útil.
    Avaliado em 5.9, pode facilmente ser o 4.º ou 5.º médio do vosso esquema, também consoante privilegiem o 3-4-3 ou o 3-5-2 em média. Apostar em Iwobi não implica propriamente grande risco, dado o habitual envolvimento do miúdo no processo ofensivo deste Arsenal, e a seu favor para este fim-de-semana está a dupla personalidade do Burnley: 3.ª melhor equipa da Premier em casa, mas pior de todas fora com apenas 1 ponto conquistado.


Salomon Rondón - West Brom - 6.8
    Juntar ao momento do WBA (esqueçamos a derrota por 4-0 em White Hart Lane, e pensemos nas duas vitórias anteriores conjugadas com o facto de ser oitavo classificado) os jogos certos pode ser a fórmula explosiva para acreditar nos rapazes de Pulis.
    Matt Phillips é o porta-estandarte da equipa, e Brunt o ponto de equilíbrio entre pontos defesa/ ataque, mas com os jogos que aí vêm - Sunderland (casa), Middlesbrough (fora), Stoke (casa), West Ham (fora), Bournemouth (casa) e Crystal Palace (casa) - têm que vir aí golos.
    Salomon Rondón não prima propriamente pela sua regularidade exibicional, mas o que é certo é que é o homem-golo deste West Brom, com os seus colegas a tentarem reencontrar o jogador que marcou 3 ao Swansea há uns tempos.
    Phillips, Chadli e McAuley levam todos 4 golos, e Rondón segue isolado com 7 golos na sua conta pessoal. É difícil imaginar que Rondón não marque a um Sunderland que nas últimas semanas sofreu 4 golos do Burnley e 3 do Stoke...


Marcos Alonso - Chelsea - 6.6
    Até onde irão subir os preços destes defesas do Chelsea? A qualidade e a regularidade pagam-se caro no Fantasy e por isso o Top-3 de defesas é neste momento: Alonso (104 pts) a custar 6.6, Azpilicueta (103 pts) a custar 6.6, e Cahill (102 pts) a custar 6.4.
    Com 3 golos e 3 assistências, o espanhol ex-Fiorentina parece destinado a ser um dos destaques deste Fantasy, e a tendência é que contra o Hull procure repetir o extraordinário jogo que realizou no estádio do campeão Leicester City.
    Caso tenham cobertura (jogar com Alonso em Liverpool na próxima jornada é arriscado, mais do que lançá-lo na recepção ao Arsenal) aconselhamo-vos a que, se não o têm, o comprem já. Basta olharem para o calendário e perceberão que, depois do Chelsea passar este potencial cabo das tormentas, a coisa torna-se muito favorável. Resta saber em que valores é que já irá o "passe" de Marcos Alonso nessa altura.



Outras Opções:
- Guarda-Redes: Na baliza há, à partida, várias opções seguras. Ben Foster (4.7) recebe um Sunderland no qual Defoe é praticamente o único perigo, Petr Cech (5.4), que não tem sido particularmente vistoso esta temporada, recebe um Burnley que só tem 1 ponto fora e, claro, Thibaut Courtois (5.9) tem nada mais nada menos do que 11 clean sheets nos últimos 15 jogos.
    Simon Mignolet (4.7) também merece a vossa atenção, sobretudo depois de ter desempenhado um papel importante e positivo no empate em Old Trafford. De resto, Boruc e Forster podem até conseguir garantir clean sheets para os seus emblemas, mas Watford e Leicester prometem, no mínimo, algum trabalho.

- Defesas: Entre defesas, já falámos de Marcos Alonso mas podemos dar-lhe a companhia de Chris Brunt (5.0) e Dejan Lovren (5.0) como boas opções nesta jornada. Brunt dá muita profundidade e combina bem com Phillips na asa esquerda, e Lovren é o (semi)patrão de uma defesa que só será testada ocasionalmente, podendo o croata deixar um aviso ou outro na área adversária.
    Com motivos idênticos aos de Alonso e Brunt, identificámos também o lateral-esquerdo do Bournemouth, Charlie Daniels (5.3) como promissor para esta jornada, podendo-se acrescentar a esta lista o nosso protegido van Dijk, os laterais Coleman e Baines, e Laurent Koscielny.

- Médios: Ao talentoso brasileiro Coutinho juntamos o já recorrente Alexis Sánchez (11.9), possivelmente a melhor opção para capitão, e também Eden Hazard (10.4), que tanto poderá actuar no lado esquerdo do trio blue como a falso 9 caso Diego Costa não seja titular.
    Matt Phillips (5.9) está em grande e enfrenta o penúltimo classificado, num jogo em que também Chadli pode brilhar, e jogo em Stamford Bridge costuma significar bom jogo de Pedro Rodríguez (7.0).
    O que farão Dele Alli, Eriksen e De Bruyne não conseguimos mesmo antecipar, embora craques como Lallana e Roberto Firmino (8.4) possam ser os fiéis escudeiros de Coutinho diante do Swansea, e Mirallas possa dar sequência ao seu bom momento de forma no reduto do Crystal Palace.
    Stanislas, Tadic e Martial parecem-nos também boas opções, embora ligeiramente mais arriscadas.

- Avançados: Olivier Giroud (8.7), que tudo indica está recuperado, Zlatan Ibrahimovic (11.6), que nos últimos 11 jogos só não marcou em 2, e Romelu Lukaku (9.6) são o nosso Top-3 de avançados para esta jornada 22.
    Já dissertámos um pouco sobre Salomon Rondón, e só não vincamos Diego Costa uma vez que Conte não garantiu a sua titularidade já neste jogo. Vardy destacou-se na época passada no St. Mary's, mas o momento do Leicester agora é outro; Negredo e Carroll terão defesas rigorosas a apertá-los, e no confronto entre Kun Agüero (12.8) e Harry Kane (11.1) estamos tentados a achar que o inglês pode levar a melhor.



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11 (3-4-3): Foster; Daniels, Lovren, Alonso; Coutinho, Sánchez, Phillips, Hazard; Giroud, Ibrahimovic, Lukaku

Atenção a (Clássico; Diferencial):
Liverpool v Swansea - Roberto Firmino; Philippe Coutinho
Bournemouth v Watford - Charlie Daniels; Junior Stanislas
Crystal Palace v Everton - Romelu Lukaku; Kevin Mirallas
Middlesbrough v West Ham - Michail Antonio; Álvaro Negredo
Stoke v Manchester United - Zlatan Ibrahimovic; Anthony Martial 
West Brom v Sunderland - Matt Phillips; Salomon Rondón
Manchester City v Tottenham - Harry Kane; Kevin De Bruyne
Southampton v Leicester City - Virgil van Dijk; Dusan Tadic
Arsenal v Burnley - Alexis Sánchez; Alex Iwobi
Chelsea v Hull City - Eden Hazard; Marcos Alonso

19 de janeiro de 2017

Crítica: La La Land

A CAMINHO DOS ÓSCARES 2017
Realizador: Damien Chazelle
Argumento: Damien Chazelle
Elenco: Emma Stone, Ryan Gosling, Rosemarie DeWitt, John Legend, Finn Wittrock, J.K. Simmons
Classificação IMDb: 8.2 | Metascore: 93 | RottenTomatoes: 93%
Classificação Barba Por Fazer: 86
   
    Química. Woody Allen e Diane Keaton divertem-se em Annie Hall com lagostas pelo meio, Ethan Hawke e Julie Delpy caminham lado a lado em qualquer um dos filmes da trilogia Before, Leonardo DiCaprio espera por Kate Winslet na escada do Titanic, Adèle Exarchopoulos perde-se a olhar para Léa Seydoux em La vie d'Adèle, Brad Pitt diz a Angelina Jolie que ela o faz lembrar uma manhã de Natal em Mr. and Mrs. Smith, Joaquin Phoenix apaixona-se por um sistema operativo com a voz de Scarlett Johansson em Her, Jim Carrey combate a tentativa de esquecer Kate Winslet em Eternal Sunshine of the Spotless Mind. Química.
    Crazy, Stupid, Love e Gangster Squad foram os dois passos anteriores da dupla Ryan Gosling e Emma Stone, que têm em 'La La Land' o apogeu da sua relação cinematográfica. Difícil imaginar o filme de Chazelle a resultar tão bem com Emma Watson e Miles Teller, como inicialmente estava pensado.
    Não nos enganemos. Damien Chazelle nasceu para isto. Quem, nas suas primeiras três longas-metragens, consegue oferecer-nos Whiplash e agora este semi-musical só pode ser descrito de uma forma: génio. E há cada vez menos pessoas dignas desta palavra.
    A premissa de 'La La Land' é simples: em Los Angeles, Mia (Emma Stone), uma aspirante a actriz que trabalha num café de um estúdio de cinema, enquanto procura agarrar uma oportunidade com o casting perfeito, conhece Sebastian (Ryan Gosling), um pianista de jazz frustrado mas teimoso que não quer deixar o género morrer, mas que se vê obrigado a tocar o que os outros querem em bares ou restaurantes. É este o ponto de partida do filme que venceu 7 Globos de Ouro (recorde).
    Com um cheirinho a Disney (Chazelle queria ser como Walt Disney quando era pequeno) e uma paixão e respeito pela História do Cinema traduzida pelo realizador em cada plano e cena, 'La La Land' recupera a tradição dos musicais - Singing In the Rain, The Umbrellas of Cherbourg ou a dupla inigualável Astaire/ Rogers - mas fá-lo conjugando o antigo e o novo, tornando-se um clássico moderno. Chamamos-lhe semi-musical na medida em que não abusa dos números coreografados mas todos os que tem contribuem para a narrativa, com a música e o jazz a servirem como contadores de histórias e não como elemento anexo, destacando-se ainda a preocupação de Chazelle em filmar as sequências musicais sem cortes. O filme começa, aliás, com um plano-sequência feito para mostrar logo aos espectadores a vivacidade, energia, ritmo e coração do que está para vir.
    Mas o que faz 'La La Land' ser o sucesso que é? A utilização perfeita da luz, nomeadamente a isolar e destacar objectos, a paleta de cores e Fotografia (genial o trabalho do sueco Linus Sandgren) e claro a extraordinária banda sonora composta por Justin Herwitz - músicas que ficam na cabeça durante dias a fio, capazes de nos transportar para momentos, e que servem ao longo do filme como call-back - "Audition (The Fools Who Dream)" é a alma do filme, "City of Stars" a música mais catchy, mas há ainda "Someone in the Crowd" ou "A Lovely Night", todas com tanto para dizer e em direcção a um epílogo de 7 minutos que o Cinema nunca esquecerá.
    Nostálgico e romântico, não será de admirar se 'La La Land' conseguir igualar o recorde de 14 nomeações para Óscar que pertence a Titanic e All About Eve; basta para tal que tenha duas canções suas nomeadas, e que surja nas duas categorias de som (Edição e Mixagem), completando a combinação: Melhor Filme, Realizador, Actriz, Actor, Argumento Original, Fotografia, Edição, Design de Produção, Banda Sonora, Guarda-Roupa, Mixagem de Som, Edição de Som e duas canções originais.
    A juntar aos factores mencionados dois parágrafos acima, há a genialidade do maestro Damien Chazelle, 32 anos feitos hoje, que sabe incorporar música no ecrã como ninguém e volta a contar a história que tem a contar nos tempos certos. Como em Whiplash, há uma total imprevisibilidade na recta final (cada vez mais raro numa indústria previsível e que às vezes parece carente de ideias), e um remate perfeito novamente com um olhar entre duas personagens que parecem dizer uma à outra tenho saudades do passado que nunca tivemos, mas que transmite sobretudo serenidade e gratidão.
    Emma Stone brilha do primeiro ao último minuto do filme, com destaque nas audições, mas sempre com um entusiasmo, vida e vulnerabilidade contagiantes; e Gosling é o complemento perfeito - e sim, ele aprendeu a tocar piano.
    'La La Land' não é uma quimera, não é uma utopia. É uma carta de amor que Damien Chazelle nos escreve a todos, consciente que a grandeza e os nossos sonhos têm por vezes um preço, e que todas as pessoas têm um papel na nossa vida. Fala-nos sobre sonhar e desistir, sobre frustrações e teimosia, mas consegue-o com um filme positivo num mundo em que todos estamos a precisar que nos distraiam e nos inspirem.

18 de janeiro de 2017

Crítica: Manchester by the Sea

A CAMINHO DOS ÓSCARES 2017
Realizador: Kenneth Lonergan
Argumento: Kenneth Lonergan
Elenco: Casey Affleck, Lucas Hedges, Michelle Williams, Kyle Chandler
Classificação IMDb: 7.9 | Metascore: 96 | RottenTomatoes: 96%
Classificação Barba Por Fazer: 84


    Depois de You Can Count On Me (2000) e Margaret (2011), Kenneth Lonergan voltou à carga com um Drama composto por problemas reais, pessoas palpáveis que podemos ver no nosso dia-a-dia e uma personagem principal condenada a sofrer, agarrado a um passado asfixiante e traumatizante.
    No centro de 'Manchester by the Sea' está Casey Affleck que, na pele de Lee Chandler, agarra o filme com a força com que deverá segurar o Óscar de Melhor Actor daqui a pouco mais de um mês. Lonergan mostra-nos este Lee Chandler como um porteiro faz-tudo, isolado de tudo e todos, numa rotina silenciosa que só é quebrada quando bebe demais e procura que o mundo o castigue com a mesma agressividade com que ele o incomoda. Tudo muda quando o irmão, Joe (Kyle Chandler), morre com problemas cardíacos para os quais toda a família já estava alerta.
    A viagem de regresso às suas origens, Manchester, torna-se um turbilhão que Lee encara em modo panela de pressão - ao luto pela morte do irmão junta a inesperada obrigação de ter sido escolhido como tutor do sobrinho, Patrick (Lucas Hedges, uma das revelações deste ano no Cinema), e um reencontro indesejado e penoso com a ex-mulher Randi (Michelle Williams), numa cidade em que o nome de Lee Chandler ecoa como se de um fantasma ele se tratasse.
    Um dos pontos fortes de 'Manchester by the Sea', gerador de uma tensão fundamental na construção da personagem de Casey Affleck, são as pontuais analepses que nos mostram as camadas de sofrimento e culpa que o protagonista carrega no presente. À medida que a música clássica (escolha talvez desadequada em algumas cenas, embora agigante o clímax dramático prematuro do filme) acompanha a relação de Lee com o sobrinho, uma segunda oportunidade, assistimos a vários apontamentos de humor, com Lonergan a desrespeitar propositadamente os tempos das coisas e a fazer o tom do filme flutuar de um modo a que o espectador não está habituado.
    A dinâmica entre Casey Affleck e Lucas Hedges é um dos destaques do filme, trabalhada do ponto de vista de um adolescente que enfrenta os típicos dilemas existenciais da idade até rebentar num ataque de pânico; e de um homem numa tortura perpétua que das cinzas nunca se conseguiu reerguer.
    Forte candidato a somar 5-7 nomeações da Academia, 'Manchester by the Sea' tem algumas gorduras por queimar (há cenas que pouco acrescentam e a história podia ser contada/ editada em menos 15 minutos sem nunca perder a difícil simbiose de tensão e descontracção conferida pelas personagens de Lee e Patrick), mas com uma tragédia de proporções inimagináveis torna-se o veículo perfeito para Casey Affleck brilhar e comunicar - muitas vezes sem palavras, garantindo o Óscar pelo todo como a personagem está trabalhada, mas sobretudo numa esquadra de polícia e mais tarde em conversa com Michelle Williams quando faz da linha de diálogo There's nothing there uma das mais marcantes do Cinema este ano, com tanto de profunda como de aberta a interpretações.
    Faz-nos rir quando não devíamos, e é uma verdadeira aula de acting de Casey Affleck, com Lucas Hedges a afirmar-se e Michelle Williams por vezes a exagerar. O arco de Lee Chandler é quase nulo, mas existe na medida em que no fim fica aberta uma janela capaz de fazer de Patrick um raio de luz no futuro do homem sôfrego e solitário. As três molduras estarão lá sempre onde Lee estiver, e é perceptível o conforto na rotina de porteiro faz-tudo - afinal, ainda há coisas que ele possa corrigir.