Balanço Final - Liga NOS 18/ 19

A análise detalhada ao campeonato em que houve um antes e um depois de Bruno Lage. Em 2018/ 2019 houve Reconquista.

Prémios BPF Liga NOS 2018/ 19

Portugal viu um médio carregar sozinho o Sporting, assistiu ao nascer de um prodígio, ao renascer de um suiço, sagrando-se campeão quem teve um maestro e um velocista.

Balanço Final - Premier League 18/ 19

Na melhor Liga do mundo, foram 98 contra 97 pontos. Entre citizens e reds, entre Bernardo Silva e van Dijk, ninguém merecia perder.

Os Filmes mais Aguardados de 2019

Em 2019, Scorsese reúne a velha guarda toda, Brad Pitt será duplo de Leonardo DiCaprio, Greta Gerwig comanda um elenco feminino de luxo, Waititi será Hitler, e Joaquin Phoenix enlouquecerá debaixo da maquilhagem já usada por Nicholson ou Ledger.

21 Novas Séries a Não Perder em 2019

Renasce The Twilight Zone, Ryan Murphy muda-se para a Netflix, o Disney+ arranca com uma série Star Wars e há ainda projectos de topo na HBO e no FX.

31 de agosto de 2016

Revisão: 'The Night Of'

Criado por
Steven Zaillian, Richard Price

Elenco
Riz Ahmed, John Turturro, Michael Kenneth Williams, Bill Camp, Poorna Jagannathan, Peyman Moaadi, Jeannie Berlin, Sofia Black-D'Elia

Canal: HBO

Classificação IMDb: 8.7 | Metascore: 90 | RottenTomatoes: 95%
Classificação Barba Por Fazer: 91


- Abaixo podem encontrar Spoilers - 
A História: 
    É a série/ mini-série de 2016.
  Se o ano passado tivemos uma grande novidade chamada Mr. Robot, acompanhada por projectos de qualidade como Better Call Saul, Narcos ou Daredevil, neste ano podia-se dizer que o cenário estava um patamar abaixo - surgiram boas séries como Preacher e Stranger Things, não vimos ainda American Crime Story, e veremos o que dão Westworld, Quarry e Taboo. Mas depois, chegou 'The Night Of'.
    O novo tesourinho da HBO, baseado na série britânica Criminal Justice, começou a ser preparado em 2012. Steven Zaillian (argumentista de Schindler's List, Moneyball ou The Girl with the Dragon Tattoo) e Richard Price (um dos vários guionistas de The Wire) encabeçaram o projecto desde a sua génese, numa fase em que também estava envolvido James Gandolfini, estando o homem que foi Tony Soprano pensado para assumir o papel de John Stone. A morte de Gandolfini deixou o papel para Robert DeNiro, mas em última instância acabou por ser John Turturro (tão bom vê-lo a ter o tão merecido lugar ao Sol) a sofrer com eczema e a enfrentar a maior das questões: ter ou não ter um gato.
    Para quem ainda não viu 'The Night Of', façam um favor a vocês próprios e vão já ver. A sério. E o ponto de partida é este: Nasir Khan (Riz Ahmed), um jovem e naive muçulmano nascido em Queens, de raízes paquistanesas e com ar de quem nunca faria mal a uma mosca, rouba o táxi do pai para poder ir a uma festa, mas acaba por mudar de planos quando uma rapariga (Andrea, interpretada por Sofia Black-D'Elia) entra no táxi. Uma noite de excessos e claramente com mais adrenalina do que os dias habituais de Nasir acaba quando este acorda na cozinha da casa de Andrea, sem se recordar das últimas horas, e dá com ela assassinada na cama, esfaqueada 22 vezes. O pânico leva a que "Naz" acumule erros atrás de erros, e acabe detido e acusado.
    Ao longo de 8 episódios, 'The Night Of' questiona o sistema judicial norte-americano, joga com o preconceito e eleva cada espectador ao estatuto de juíz da sentença de Naz, cuja transformação (ou adaptação) na prisão acompanhamos gradualmente. John Stone (John Turturro) é o advogado oportunista que achou que Naz destoava dos seus clientes habituais, Freddy (Michael Kenneth Williams) o presidiário de quem ninguém quer ser inimigo, e Box (Bill Camp) o detective responsável pelo caso. A este trio juntam-se vários suspeitos que surgem com o decorrer da investigação, os pais de Naz e ainda Chandra, uma jovem advogada.
    E este é um daqueles casos cada-vez-mais-raros em que palavras como "obra-prima" ou "perfeição" fazem sentido. A dupla Steven Zaillian - Richard Price merece todos os elogios e prémios possíveis, com Zaillian a realizar 7 dos 8 episódios (o 4.º episódio teve ao leme James Marsh, realizador de The Theory of Everything) e o processo a mostrar coesão, consistência e qualidade duma ponta à outra. Escrita, Realização, Edição, Fotografia, a série tem tudo, agigantada num elenco brilhante - Riz Ahmed e John Turturro são os dois principais destaques, mas toda a gente brilha à sua maneira, seja Michael K. Williams (o talismã da HBO) ou nomes menos mediáticos como Bill Camp no papel de Box e Jeannie Berlin, a procuradora Helen.
    É bastante redutor resumir alguns pontos fortes estruturais da série, mas aqui fica uma tentativa: brutal capacidade de trabalhar momentos de tensão, deixando-nos verdadeiramente presos, ansiosos, sufocados quase; um cinismo e realismo (chega a parecer um casamento entre The Wire e a primeira temporada de True Detective) acompanhados por um cuidado soberbo com os detalhes; e se começa por ser uma série com um homicídio para ser desvendado, o jogo é rapidamente substituído por um estudo do Homem e da sociedade, e os conceitos de inocente e culpado.
    Quando qualquer pedaço de cultura promete ficar connosco e não sair das nossas cabeças depois do seu fim, as vénias têm que ser feitas a todas as partes envolvidas. 'The Night Of' convida-nos a torcer por Naz desde o primeiro momento, cria-nos as dúvidas certas, e dá-nos uma última imagem dele capaz de arrebatar qualquer um.
    
    
A Personagem: Nasir 'Naz' Khan (Riz Ahmed).
    Antes de falarmos da estrela de 'The Night Of', há várias personagens que merecem algumas palavras. Bill Camp faz um trabalho incrível como Box, dificultando-nos a vida quando tentamos entrar na cabeça dele; Helen é uma boa representação do sistema e do peso que tem na balança ter um bom resultado comparativamente com ter um bom (e justo) processo. E, claro, quando se dá a Michael K. Williams a possibilidade de liderar uma prisão a partir duma cela, nasce um Freddy igualmente inesquecível.
    Mas mesmo assim, 'The Night Of' é uma série particularmente marcante para dois actores em fases bem diferentes da carreira: Turturro e Ahmed. John Stone (John Turturro) é-nos apresentado como o underdog, o advogado com comichão a mais e sucesso a menos. E cresce, cresce até àquele discurso de cara manchada e olhos a brilhar, suficiente por si só para lançar Turturro para vários prémios.
    A personagem e a melhor interpretação da temporada pertence ao britânico Riz Ahmed. Se Nightcrawler tinha deixado boas indicações, 'The Night Of' confirma-o como um actor fora de série. A melhor demonstração disso são as cenas em silêncio, que Ahmed aguenta como só os grandes conseguem. Falar de Nasir é falar obrigatoriamente de transformação - daquele rapaz assustado e frágil para um sobrevivente danificado quase sem esperança mas com muito rancor. Sem medo, só desilusão. Um viciado que tem escrito no corpo aquilo por que passou, e que viverá sempre atormentado pelos seus erros, mas sobretudo pelos dos outros.
     

O Episódio: 01 'The Beach'.
    A consistência que acima referidos é uma consistência de abordagem, de estilo. Analisando de forma crua, é possível identificar em 'The Night Of' uma força brutal nos 2, 3 primeiros episódios, que regressa apenas nos dois capítulos finais (a season finale tem uma hora e meia).
    O fim - tão difícil dizer adeus quando uma série é boa - acaba por ser 100% adequado e lógico, e responde aos objectivos e temas que Zaillian e Price definiram ao longo da série. A falácia do sistema podia ser colocada de formas diferentes: 1) Nasir ser inocente do homicídio de Andrea, mas matar alguém na prisão para sobreviver; 2) Nasir ser inocente, mas morrer na prisão; 3) Nasir recordar-se sozinho de ter cometido o crime, mas ser ilibado. A resolução escolhida funciona - está muito longe de ser um "final feliz" - e serve para criticar um sistema que marca Naz para sempre, viciando-o e transformando-o, incapaz de voltar a ser quem era depois de uma experiência que deixou inclusive a própria mãe a vê-lo com outros olhos.
    Embora o último episódio tenha grandes cenas (a argumentação de Stone à la 12 Angry Men e o agradecimento sussurrado de Naz, um abraço entre pai e filho, e a solidão de Naz junto à ponte), a nossa escolha é mesmo o episódio 1. 'The Beach' tem tudo aquilo que um bom piloto deve ter: capta bem o que a série é e dá-nos desde bem cedo cenas de enorme tensão, com o espectador a saber mais do que as personagens em vários momentos e, claro, o POV de Nasir Khan, aquele jovem assustado com olhar perdido que mais tarde veremos a transpor limites que julgávamos impossíveis, fazendo-nos questionar quem ele é, quem ele era e quem se está a tornar, e até onde vamos estar ao lado dele.


O Futuro: 
    Quem achar que faria sentido haver uma segunda temporada com estas personagens ou que a série ficou incompleta ao não ser revelado numa bandeja a última noite de Andrea, não entrou na onda e naquilo a que a série se propôs. 'The Night Of' é uma antologia, os arcos de Naz e Stone ficaram fechados como devia ser, e por isso o próximo capítulo - é só Zaillian e Price quererem, e a HBO deve assinar de olhos fechados - terá novo elenco, novo set-up. A questão é: será que a série vai conseguir manter o nível (algo que 'True Detective' não foi capaz na segunda vida)? Apostamos que sim.
    Caso Criminal Justice continue a servir de base, a segunda temporada da série de Peter Moffat acompanhou uma protagonista feminina que comete um crime relacionado com o seu marido abusivo. O tempo o dirá, mas a HBO tem aqui uma receita renovável de sucesso. Basta Zaillian e Price quererem inventar algo. Porque nós e muitos mais fãs queremos definitivamente que eles inventem.
    Se a série terá uma segunda temporada, não sabemos. Mas uma coisa é certa: depois de 'The Night Of' o futuro de Riz Ahmed e John Turturro promete mudar muito. 

29 de agosto de 2016

Crítica: Demolition

Realizador: Jean-Marc Vallée
Argumento: Bryan Sipe
Elenco: Jake Gyllenhaal, Naomi Watts, Chris Cooper, Judah Lewis
Classificação IMDb: 7.0 | Metascore: 49 | RottenTomatoes: 52%
Classificação Barba Por Fazer: 74

    Três vezes consecutivas para Jean-Marc Vallée. O realizador canadiano, que se prepara para abraçar 2 projectos televisivos (Big Little Lies, que reúne Reese Whiterspoon, Shailene Woodley, Nicole Kidman, Laura Dern e Alexander Skarsgard e, mais importante, a adaptação da HBO do romance de Gillian Flynn, Sharp Objects, com Amy Adams como protagonista) sabe sempre como espremer tudo o que os seus actores principais têm para dar, conseguindo como poucos conseguem pôr-nos a viver e sentir a história, entrando na cabeça dos protagonistas. Foi assim com McConaughey em Dallas Buyers Club, foi assim com Whiterspoon em Wild, e é assim com Jake Gyllenhaal.
    O título é ilucidativo, neste caso. Demolir é destruir, aniquilar, arruinar. E é em ruínas que fica Davis C. Mitchell (Jake Gyllenhaal) depois da morte da mulher num acidente de carro. Em 1 hora e 41 minutos de filme temos, mais do que qualquer outra coisa, um bom estudo de personagem - talvez o lado mais confuso da história e menos linear/ clássico acabe por afastar injustamente muitos espectadores e críticos, como fica patente nas classificações dos Rotten Tomatoes e Metascore. Mas é fundamental perceber que a riqueza de 'Demolition' está precisamente nessa confusão. No sorriso na cara de Jake Gyllenhaal enquanto sofre por dentro, incapaz de seguir em frente e aceitar; na forma como destrói tudo, obcecado em compreender a origem e a mecânica do mundo, metáfora para a desconstrução dos seus próprios problemas.
    Na jornada de Davis inclui-se o sogro (Chris Cooper), elo de ligação familiar e ponte para o desnorte profissional do protagonista; Karen (Naomi Watts), uma amizade forjada através de uma série de cartas com reclamações de Davis por uma máquina de venda de snacks não ter funcionado no hospital no dia fatídico; e, por fim, Chris (Judah Lewis), o filho de 15 anos de Karen, com quem Davis desenvolve uma relação peculiar mas que se torna um dos pontos mais interessantes do filme.
    'Demolition' mostra o colapso duma forma pouco habitual, literal no sentido em que tudo em redor se desfaz. Pode-se afirmar que tem um ou outro cliché, mas isso não retira a profundidade emocional e a viagem que Gyllenhaal nos proporciona com a sua personagem valorizando, directamente, o resultado final como um todo. É o bom "risco" que qualquer realizador tem neste momento ao garantir o actor de Nightcrawler Prisoners no elenco. Aos 35 anos começa a chegar a altura de o vermos a ser reconhecido pelo salto que deu nos últimos anos (Nightcrawler, por exemplo, merecia nomeação da Academia), e tudo indica que filmes como Nocturnal Animals, Stronger ou Okja podem deixá-lo na órbita dos grandes festivais.
    Deste mergulho na vida dum homem que destrói tudo para construir a sua etapa seguinte fica um trabalho positivo de Vallée (mais influente no sucesso dos seus últimos 2 filmes, embora nos dê sempre planos e momentos que podemos guardar) mas principalmente mais um papel de qualidade do homem que outrora foi Donnie Darko e um nome para o futuro - Judah Lewis parece um pequeno River Phoenix. Torcemos para que o seu carisma e talento seja bem potenciado, cultivado e orientado.
    

26 de agosto de 2016

Dicas Fantasy Premier League - Jornada 3

Cá estamos nós outra vez, para lançar mais uma jornada do Fantasy da Premier League, a última antes da paragem para os compromissos das selecções, e para muitos também a última antes de ser activado o primeiro Wildcard da época, com o defeso concluído e os plantéis fechados.
    Com 2 jornadas decorridas, não surpreendem as presenças de Manchester City, Manchester United e Chelsea no Top-4, surpreende sim o excelente arranque do Hull City (vitórias contra Leicester e Swansea). Como em todas jornadas, nesta há grandes jogos - tudo começa logo num Tottenham-Liverpool do qual se espera enorme intensidade, mobilidade e dinâmica de ambas as partes envolvidas, e termina na visita do West Ham ao Manchester City, um jogo que os hammers ganharam na temporada passada. Pelo meio, o Chelsea e o Leicester são favoritos nos seus jogos, o Arsenal tentará livrar-se de ter apenas 1 ponto conquistado, e o Manchester United desloca-se ao terreno do motivado Hull. A equipa de Mourinho é, não obstante, favorita.
    Analisando rapidamente a jornada 2, primeiro em termos de resultados e prestações colectivas, a maior surpresa terá sido a derrota do Liverpool (0-2) no terreno do Burnley, que voltou a deixar algumas dúvidas sobre a capacidade dos reds - sempre em alta nos jogos grandes - serem consistentes. Esperávamos bastantes golos no Leicester City-Arsenal, que terminou a zeros; o Chelsea voltou a lutar até ao fim pelos 3 pontos, o Manchester United voltou a ser eficaz, embora concedendo muito espaço e dando durante parte do jogo a iniciativa ao adversário (como já acontecera com o Bournemouth). Por fim, o Manchester City continua a deixar boas indicações relativamente ao trabalho de Guardiola.
    Em termos individuais, Stuani (que golaço, o primeiro!), Agüero e Ibrahimovic (todos com 13 pts) brilharam mais que quaisquer outros, destacando-se também Nolito (2 golos de "encostar", com bom trabalho de Iheanacho em ambos), Maloney (que saltou do banco para resolver o jogo do Hull no País de Gales), Wanyama, Antonio ou Shaw. Andre Gray, entretanto atormentado pelos comentários desprezíveis que fez há 4 anos atrás, mostrou que pode ser de facto uma excelente opção por 6.5, e Curtis Davies continua numa forma incrível no centro da defesa dos tigers.
(Podem-se juntar à Liga Barba Por Fazer: Código - 2518758-588128)

As nossas apostas para a 3.ª jornada são:

Jamie Vardy - Leicester City - 9.9
    Ainda há cerca de 19% de jogadores de Fantasy com Vardy. A partir da quarta jornada o raciocínio em termos de avançados é simples: a primeira coisa a escolher é conjugar Agüero e Ibrahimovic ou ter apenas um deles, apostando num meio-campo de superior qualidade. Para Vardy, não deve haver espaço, mantendo-se Mahrez como a melhor opção para que cada 15 tenha um bocadinho de Leicester no seu interior.
    No entanto, e olhando apenas para esta jornada, Vardy pode ser um dos destaques. O Swansea não nos convenceu, tanto diante do Burnley como diante do Hull, e a linha defensiva pode sofrer com Mahrez (fez um hat-trick aos swans fora, em 2015/ 16), Musa, Okazaki e Vardy. Dizem as estatísticas que o avançado inglês rende sempre mais no King Power Stadium, e Vardy, que em breve será uma dor de cabeça para os centrais do Porto, tudo fará para não atravessar a pausa para selecções sem qualquer golo marcado.
    Parece-nos que tanto mais rematará e tanto mais envolvido estará com o jogo se Musa ocupar o flanco e Okazaki for o colega na dupla de ataque. Ahmed Musa tem que ser titular, e o único problema para os foxes será o meio-campo: Drinkwater precisará de ser gigante, Mendy está lesionado e King deve entrar no 11.


Ross Barkley - Everton - 7.7
    Já valorizou 0.2 e é fácil perceber porquê. Com Ibra e Agüero em grande, a tendência tem sido ganhar orçamento a meio-campo, com jogadores como Payet, Mkhitaryan ou De Bruyne a darem lugar ao aluno preferido do professor Koeman.
    Com o treinador holandês a querer que Barkley renda muito mais, Barkley leva até agora 1 golo e uma assistência - média de 7,5 por jornada - o que o deixa, entre médios, apenas atrás de Coutinho e Capoue.
    Contra o Stoke, é bem possível que o Everton entre em acção com Lukaku, Bolasie e Ashley Williams no onze inicial, o que pode gerar grande ambiente e entusiasmo, e complicar a vida ao Stoke. O factor Bolasie levanta várias questões - será que Koeman joga com Bolasie e Deulofeu junto de Romelu? Será que Deulofeu será encaminhado para o banco, uma vez que há ainda Mirallas? Seja como for, e tendo o Everton médios incansáveis como Gueye e Gareth Barry, Barkley será sempre titular e terá sempre liberdade para apoiar os homens da frente. As próximas 5 jornadas são bastante interessantes para o Everton, por isso faz sentido convocar Ross Barkley para as vossas equipas.


Nathan Redmond - Southampton - 6.1
    Numa fase em que a potencial contratação de Boufal por parte dos saints nos deixa muito entusiasmados (é o clube certo para o extremo do Lille, e o Southampton precisa de melhorar o seu elenco para estar ao nível das últimas épocas), a recepção ao Sunderland pode ser um bom jogo para a equipa de Puel. Se recuarmos até 2014/ 15 encontramos um... 8-0 neste confronto.
    Naturalmente não esperamos uma goleada dessas, mas esperamos um jogo consistente e a 1.ª vitória da época para Redmond, Tadic, Long e companhia. Os 2 primeiros jogos fizeram de Redmond o jogador mais chamativo do Southampton - tendo o bónus de ser um médio a jogar na dupla de avançados - e o ex-Norwich pode continuar a somar pontos.
    Enquanto na defesa é van Dijk a nossa escolha preferencial, no ataque o Sunderland pode sofrer com a velocidade e com o nº de oportunidades que Redmond e Shane Long terão, sempre com Tadic a tentar encontrá-los com um passe de morte.
       

Raheem Sterling - Manchester City - 8.0
    Quatro jogos oficiais, e o City já tem o ADN Guardiola a surgir. Com o extraordinário Claudio Bravo a ser anunciado recentemente como novo guarda-redes do clube, os citizens continuam a seguir o caminho certo, com um plantel competitivo e que torcerá para que Gündogan e Kompany não se ressintam das lesões quando voltarem, e para que De Bruyne (dos médios ofensivos, aquele que tem estado mais abaixo do esperado) comece rapidamente a atingir a sua forma habitual.
    Com Agüero a marcar sem parar, a maior surpresa deste início de época dá pelo nome de Raheem Sterling. O extremo repentista, que tem apenas 21 anos embora já actue na Premier League há vários anos, sempre teve talento, qualidade e muita velocidade. Só que, depois dum ano francamente mau em termos individuais, com Pep está diferente: mais incisivo e objectivo na procura das melhores soluções para a equipa, mais altruísta e focado no jogo e, sobretudo, mais trabalhador, a recuperar bolas e a contribuir para uma linha de pressão alta como Guardiola quer.
    Sterling, tal como Agüero, Silva e KDB, não jogou na 2.ª mão do Play-Off da Champions, e por isso espera-se a titularidade de todos estes craques diante do West Ham. Há um ano o West Ham venceu por 2-1, desta vez será bastante difícil evitar uma vitória da equipa da casa.


Scott Dann - Crystal Palace - 5.5
    Por fim, e porque já falámos de 1 avançado e 3 médios, um defesa.
    O jogo da EFL Cup a meio da semana serviu apenas de lembrete para a elevada capacidade de Scott Dann em termos ofensivos. O central do Crystal Palace marcou 5 golos em 2015/ 16, e pode ser uma boa opção para o jogo contra o Bournemouth, equipa que sofre com avançados possantes (bastante convidativo colocar Benteke a titular) e com o jogo aéreo.
    É um facto que no Crystal Palace-Bournemouth os cherries serão a equipa que já está mais madura e cujos processos já estão mais assimilados pelos jogadores. No entanto, o talento individual (leia-se Townsend, que muito tem rematado mas pouco tem produzido em termos de ficha de jogo) e a euforia à volta da maior contratação da História do clube - Christian Benteke - pode ajudar Pardew a conquistar os primeiros pontos da época. Independentemente do resultado, uma coisa é certa, pelo menos uma equipa entre Palace e Bournemouth vai abandonar os zero pontos.


Outras Opções:
- Guarda-Redes: Entre os postes, Fraser Forster (5.0) parece ser o elemento que equilibra melhor o potencial de clean sheet e de defesas. Thibaut Courtois (5.5) é forte candidato a não sofrer golos do Burnley, e mesmo Schmeichel, caso os trintões do Leicester saibam anular Llorente (será Borja titular ou entrará apenas na segunda parte?), também é uma opção interessante.
    Não nos atrevemos a recomendar De Gea com os red devils a visitarem uma equipa extremamente motivada, e há ainda Ben Foster (4.6), que se não conseguir não sofrer, deve ser uma garantia de algumas defesas. Em relação ao Tottenham-Liverpool seria uma desilusão se o jogo tivesse poucos golos.

- Defesas: Na defesa, jogo do Southampton em casa contra um dos últimos 3 classificados é o jogo certo para acreditar em Virgil van Dijk (5.5). O preço elevado do holandês conjugado com o calendário dos saints é razão suficiente para repensar ter o central depois desta jornada 3, mas para já podem-se despedir dele acreditando no seu potencial de retorno. Na defesa do Chelsea, temos o feeling que poderá ser uma boa ronda para John Terry (5.5), e jogadores como Antonio Valencia (5.5), Gareth McAuley (4.6), Leighton Baines (5.5) e John Stones (5.0) não devem ser ignorados. Já relativamente ao Arsenal, mantemo-nos desconfiados, especialmente com Ighalo e Deeney no caminho da turma de Wenger.

- Médios: Entre médios, Barkley, Redmond e Sterling já foram referidos, mas as duas melhores opções para esta jornada parecem ser os vencedores do Jogador do Ano PFA nas últimas duas épocas - Riyad Mahrez (9.5) e Eden Hazard (10.1). Também Andros Townsend (6.5) - só Coutinho, Agüero e Llorente rematam mais vezes do que ele por jogo - pode ser particularmente interessante, sobretudo agora que tem Benteke para jogador-alvo dos seus cruzamentos. É um 1+1 interessante, o Crystal Palace é a equipa que mais cruza na Premier League, e Benteke um excelente cabeceador.
    Entre Tottenham e Liverpool, temos maiores expectativas para Mané e Coutinho (o brasileiro está ainda em dúvida), bem como noutros estádios para Dusan Tadic (7.4) (se há jogo bom para ele, é este) e Kevin De Bruyne (10.5). Sem esquecer Martial e Bolasie, não lançamos nenhum palpite favorável a craques como Sánchez ou Özil porque não confiamos a 100% no momento do Arsenal.

- Avançados: Sim, vamos ser redundantes. Quem tem Kun Agüero (13.1) e Zlatan Ibrahimovic (11.7) deve continuar com eles. Num diagrama de Ven seria curioso perceber neste momento a % de equipas que têm ambos. Ainda assim, achamos que Jamie Vardy pode realizar uma jornada superior ao sueco.
    Outras opções para esta jornada são Diego Costa (9.6), senhor de golos decisivos e de quase-expulsões, Romelu Lukaku (9.0) e Salomon Rondón (6.5). Long pode facilmente marcar ao Sunderland, Negredo quererá dar continuidade ao excelente momento, Kane procura o 1.º golo, e de resto temos bastante curiosidade para ver a estreia de Benteke pelo Crystal Palace.


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11 (3-5-2): Forster; van Dijk, McAuley, Dann; Mahrez, Hazard, Barkley, Redmond, Townsend; Agüero, Vardy

Atenção a (Clássico; Diferencial):
Tottenham v Liverpool - Harry Kane; Sadio Mané
Chelsea v Burnley - Eden Hazard; John Terry
Crystal Palace v Bournemouth - Andros Townsend; Scott Dann
Everton v Stoke - Ross Barkley; Romelu Lukaku
Leicester City v Swansea - Riyad Mahrez; Jamie Vardy
Southampton v Sunderland - Nathan Redmond; Virgil van Dijk
Watford v Arsenal - Alexis Sánchez; Troy Deeney
Hull City v Manchester United - Zlatan Ibrahimovic; Robert Snodgrass
West Brom v Middlesbrough - Gareth McAuley; Gaston Ramírez
Manchester City v West Ham - Kun Agüero; Raheem Sterling

18 de agosto de 2016

Dicas Fantasy Premier League - Jornada 2

Ainda nem uma semana passou desde que o Chelsea derrotou o West Ham no fecho da jornada 1, e cá estamos de novo, prontos para lançar a segunda jornada do Fantasy da Premier League.
    Como já aqui dissemos antes, para nós a melhor solução na gestão dos plantéis é utilizar o primeiro Wildcard entre as jornadas 3 e 4, quando o campeonato pára, o defeso fecha e as selecções entram em campo. Por isso mesmo, esta jornada e a próxima têm carácter importante - interessa compreender as equipas e verificar os seus jogadores mais influentes na prática, acompanhando ainda o mercado de transferências do qual ainda esperamos bastante actividade. Ou não estivéssemos a falar dos milionários clubes ingleses.
    Nesta jornada, o jogo grande coloca frente-a-frente Leicester City e Arsenal. Depois duma derrota surpreendente no jogo inaugural, os foxes recebem no King Power Stadium um Arsenal que sofreu 4 golos em casa num frenético 3-4 diante do Liverpool, e o Leicester tem contas para ajustar, uma vez que a equipa de Wenger foi a única capaz de derrotar o Leicester nas duas voltas da última Premier. A jornada abre com o primeiro jogo de Mourinho e Ibrahimovic em Old Trafford, marcado ainda pela possível estreia de Pogba neste seu regresso, enquanto que o Manchester City, o Chelsea e o Everton têm jogos difíceis. Liverpool, Tottenham ou West Ham são favoritos nos seus.
    A vitória do Hull City não nos ilude, embora os tigers possam levar essa confiança para o jogo com o Swansea, uma das únicas duas equipas (WBA foi a outra) com clean sheet na ronda inaugural. Guardiola rapidamente percebeu que na Premier a equipa só se está a salvo quando o árbitro apita, a estreia de Mourinho correu às mil maravilhas (melhor o resultado do que a exibição), e ficámos com boa impressão do Middlesbrough e, claro, dos apaixonantes Liverpool e Chelsea. Equilíbrio foi o que se verificou entre Everton e Tottenham, com ligeiro ascendente dos visitantes, num jogo que atirou Lloris para o estaleiro durante 1 mês.
    Recuando em termos individuais até à 1.ª jornada, foi a jornada de Coutinho (15 pts). O criativo do Liverpool destruiu o Arsenal, acompanhado por Mané e Lallana, e originou uma onda de transferências de utilizadores ávidos por contarem com ele. De facto, interessa acompanhar este Liverpool mais 2 jornadas, mas Coutinho - pode decidir qualquer jogo, a qualquer momento - pode ser uma opção muito interessante, ou já ou quando o Wildcard precoce for activo. Agüero e Ibrahimovic entraram com o pé direito (9 pontos cada), Ben Foster brilhou na baliza, Redmond, Barkley, Fer, Martial, Hazard e Snodgrass também arrancaram em grande. Duas conclusões: se em 2015/ 16 Vardy acabou a época a marcar os penalties do Leicester, Mahrez parece estar de volta; no Chelsea, embora houvesse rumores de que passaria a ser Oscar a primeira opção, Hazard disse presente.
(Podem-se juntar à Liga Barba Por Fazer: Código - 2518758-588128)

As nossas apostas para a 2.ª jornada são:

Zlatan Ibrahimovic - Manchester United - 11.5
    Marcou na sua estreia na Premier League, algo que já conseguira na Champions, na Ligue 1, na Serie A e na La Liga. O sueco preferido de José Mourinho começou em grande, com 1 golo e Bónus 3. No terreno do Bournemouth, Ibra esteve algo desacompanhado (o United foi uma equipa que ficou muitas vezes na expectativa, crescendo somente depois do erro de Simon Francis), mas conseguiu ter grande impacto sempre que se envolveu nas jogadas. Isolou Rooney de forma artística, viu Boruc negar-lhe um tiro de livre directo, e marcou num remate colocado de meia distância.
    Old Trafford recebe nesta sexta-feira o Southampton, e depois dos saints nos deixarem com algumas dúvidas no arranque (cabe aos red devils controlar Tadic, conseguindo Bailly-Smalling lidar com a velocidade de Redmond e Long), parece-nos que o United pode chegar aos 6 pontos, num contexto em que o público torcerá pelos seus novos ídolos, jogo agigantado pela potencial estreia do novo camisola 6, Pogba.
    Claro que há Agüero - que marcou 3 golos e falhou duas grandes penalidades a meio da semana com o Steaua - e continuamos a preferir o argentino, porque deve acumular em média maior nº de oportunidades do que Ibra, mas ter os dois não é assim tão mal pensado.


Philippe Coutinho - Liverpool - 8.1
    O brasileiro do Liverpool começa a ser daqueles jogadores problemáticos no Fantasy. No bom sentido. Quando Coutinho joga como jogou contra o Arsenal, é quase irresistível tê-lo. Problema: por várias vezes no passado vimos Coutinho a ser um cometa intermitente, genial em alguns jogos e fantasma noutros.
    No entanto, e embora tenha saído com cãibras da primeira jornada, faz todo o sentido acreditar no 10 do Liverpool. Os reds entraram a todo o gás, e a frente de ataque deve oferecer ao Burnley uma tarde complicada. A confiança que Coutinho e os colegas de equipa levam para esta jornada será determinante, num jogo em que nos parece que o Liverpool marcará menos, e pode voltar a sofrer, mas que servirá para tirar notas sobre Coutinho e Firmino, principalmente, já que é possível que Mané falhe o jogo.
    Já se sabia que o começo de campeonato do Liverpool é turbulento, mas se repararem ter Coutinho ou até mais do que um médio do Liverpool a partir da jornada 4 pode ser mesmo muito interessante. Para quem não quiser esperar, agarre já o brasileiro. Daqui a umas semanas não custa o mesmo.


Kyle Walker - Tottenham - 5.5
    Numa defesa em que Alderweireld e Danny Rose estão avaliados em 6.5 e 6.0, Kyle Walker por 5.5 acaba por ser uma pechincha. O lateral-direito do Tottenham, que pode muito bem ter uma época ao nível de Bellerín (que custa mais 1.0 do que ele), começou a Premier League com uma assistência para Lamela, e acrescentou sempre muita velocidade, profundidade, irreverência e acutilância ao jogo dos spurs.
    Jogando agora contra um Crystal Palace que perdeu Bolasie e que ainda tem compras (uns 2 reforços) para fazer, e no qual o ex-Tottenham Andros Townsend pode ser o principal perigo por contas antigas a ajustar, Kyle Walker pode não só amealhar o primeiro jogo sem golos sofridos da época, como contribuir ofensivamente para o sucesso do Tottenham. Dann-Delaney terão muito trabalho com Harry Kane, e já se sabe quão bem afinados estão os laterais de Pochettino no apoio ao melhor marcador da última Premier League.
       

Gaston Ramírez - Middlesbrough - 5.5
    O Middlesbrough, de quem já esperávamos bastante, foi uma das equipas mais "simpáticas" da primeira jornada. Os pupilos de Karanka deixaram uma boa imagem diante do Stoke (só um livre directo de Shaqiri equilibrou as coisas), e mostraram que podem contar com eles para esta época. Em termos de Fantasy, Negredo juntou o seu nome aos avançados interessantes de 6.5, e o tridente ofensivo no apoio ao espanhol foi composto por Adomah, Downing e Gaston Ramírez. Más notícias para Fischer, que parte assim atrás.
    O atleta uruguaio, que assistiu Negredo de cabeça, mostrou estar com a cabeça no lugar, faltando só perceber se consegue ser uma figura de rendimento regular. Ainda assim, uma ida a um Sunderland a sofrer ajustes e depois ao terreno do WBA (equipa que defende bem, mas que pode dar-se mal com este Middlesbrough) pode atirar Ramírez para números positivos. Para já, o ex-Southampton e Hull tem tudo aquilo que queremos - cria oportunidades, remata à baliza, marca cantos e goza de bastante liberdade.


Gylfi Sigurdsson - Swansea - 7.5
    Poderíamos falar de Routledge (estranho, sim, mas pode destacar-se diante do Hull) ou mesmo de Llorente, mas para jogar pelo seguro, há um islandês que não devem ignorar nesta jornada.
    O futebol do Swansea passará esta temporada mais do que nunca pelos pés de Gylfi Sigurdsson. Com 2 avançados para "alimentar" (Llorente e Borja, embora neste jogo só deva jogar o primeiro) Sigurdsson, que foi suplente utilizado na vitória em casa do Burnley, tem tudo a seu favor. Marca tudo o que é bolas paradas, tem jogadores-alvo quando levantar a cabeça, e continuará a aparecer em zonas de finalização e a arriscar de longe.
    O Swansea-Hull pode dar swans, mesmo depois do Hull ter derrotado o campeão Leicester, e não é novidade o Swansea começar bem a época. Não esperamos que essa forma colectiva se mantenha por muito tempo, mas já vimos grandes épocas individuais de Fantasy em equipas em queda permanente.



Outras Opções:
- Guarda-Redes: No universo dos guarda-redes, e mesmo tendo jogadores como Redmond, Tadic e Long pela frente, confiamos na capacidade de David De Gea (5.5) em manter a sua baliza impenetrável. Mignolet, Courtois e Caballero podem facilmente sofrer 1 golo cada um, ao contrário de Adrián (5.0) e Lukasz Fabianski (5.0). Não excluímos a hipótese de Ben Foster (4.5) ter nova clean sheet, sobretudo se Lukaku não jogar, e deixamos Vorm de fora das nossas opções primordiais. O Sunderland-Middlesbrough poderia ser, no plano teórico, um jogo de 0-0, mas não apostamos nisso; e no Leicester-Arsenal, é provável termos alguns golos.

- Defesas: No sector defensivo, referido Kyle Walker, acrescentamos às contas Antonio Valencia (5.5), que se mostrou muito mais solto do que Shaw diante do Bournemouth, e nos defesas mais baratos Kyle Naughton (4.5) teve bons números na pré-época do Swansea, e Gareth McAuley (4.5) é sempre um perigo pelo ar na frente.
    Para quem tem Stones pode continuar a fazer sentido apostar nele, embora Shaqiri e Arnautovic adorem receber os grandes no Britannia, e no Sunderland-Middlesbrough estaremos atentos às exibições dos laterais-esquerdos, Patrick van Aanholt e George Friend.

- Médios: Entre médios, para além de Coutinho, Ramírez e Sigurdsson, há muita qualidade para abordar. Desde logo, Eden Hazard (10.0) e Riyad Mahrez (9.5) têm tudo para continuar a pontuar. O belga defronta um Watford que jogará na expectativa, procurando ser mortífero quando Ighalo e Deeney tiverem oportunidades, mas se Hazard mantiver o nível que apresentou na passada segunda-feira pode ter uma tarde feliz. Já Mahrez, depois de renovar até 2020, pode aparecer em grande - não colocamos grande peso na derrota com o Hull, e o regresso ao King Power Stadium vai certamente agitar a equipa.
    Embora faça sentido acompanhar o que fazem Sterling, Silva e Nolito, Kevin De Bruyne (10.5) continua a merecer a nossa confiança, embora dos quatro seja aquele que apresenta menos ritmo. Anthony Martial (9.5), Roberto Firmino (8.5), Dele Alli (8.5), Wayne Routledge (5.0) e Santi Cazorla (7.5) são jogadores a equacionar, bem como um senhor chamado Dimitri Payet (9.5). Com ele o West Ham é outra equipa, e nesta jornada já deve arrancar a titular.

- Avançados: Mesmo que perca o estatuto de marcador de penalties, Kun Agüero (13.0) continua acima de qualquer outro avançado. O argentino, mesmo falhando duas grandes penalidades, fez um hat-trick esta terça-feira, e na primeira jornada foi um dos 4 jogadores que mais remataram (6 remates, tantos como Llorente, Rondón e Townsend). Acompanhado por De Bruyne, Nolito, Sterling e Silva, tem muito talento à sua volta para lhe dar golos.
    Uma recepção ao Crystal Palace não deve ser jogo de muitos golos, mas Harry Kane (11.0), mesmo sem o seu amigo Dembélé, deve marcar este fim-de-semana; tal como o inglês, também Fernando Llorente (6.5) e Andy Carroll (6.5) são opções interessantes. O primeiro contra uma defesa que ainda não nos convenceu (pese embora Curtis Davies tenha feito um grande jogo) e Carroll porque é o tipo de ponta-de-lança com que o Bournemouth se dá mal.
    Relativamente à quantidade de utilizadores a retirar Vardy, parece-nos precipitado - o número 9 do Leicester falhou várias oportunidades claras contra o Hull, mas Vardy sempre rendeu mais em casa, quererá redimir-se (o homem até deu um murro a si próprio) e na temporada passada marcou nos 2 jogos diante do Arsenal. Temos ainda curiosidade para ver o duelo Defoe-Negredo.


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11 (3-5-2): De Gea; Walker, McAuley, Naughton; Mahrez, Hazard, Coutinho, Ramírez, Sigurdsson; Agüero, Ibrahimovic

Atenção a (Clássico; Diferencial):
Manchester United v Southampton - Zlatan Ibrahimovic; Henrikh Mkhitaryan
Stoke v Manchester City - Kun Agüero; Raheem Sterling
Burnley v Liverpool - Coutinho; Adam Lallana
Tottenham v Crystal Palace - Harry Kane; Kyle Walker
Swansea v Hull City - Gylfi Sigurdsson; Wayne Routledge
Watford v Chelsea - Eden Hazard; Odion Ighalo
West Brom v Everton - Ross Barkley; Gareth McAuley
Leicester City v Arsenal - Jamie Vardy; Ahmed Musa
Sunderland v Middlesbrough - Jermain Defoe; Gaston Ramírez
West Ham v Bournemouth - Dimitri Payet; Andy Carroll

16 de agosto de 2016

Antevisão da Barclays Premier League 2016/ 17

  Barclays Premier League - O ano depois do milagre, é assim que deve ser encarada esta Premier League, na sequência do conto de fadas do Leicester City. O campeonato mais competitivo e entusiasmante (as equipas jogam para ganhar, privilegiam o ataque concedendo mais espaços e "partindo" o jogo, num ritmo frenético em que quase todas as equipas quando em casa querem ser donas do jogo) da Europa é este ano um sonho em termos de treinadores. Quase que se pode dizer que só lá falta Simeone. José Mourinho e Pep Guardiola iniciam novos ciclos na mesma cidade (Manchester), fazendo-se acompanhar pelo recém-chegado Antonio Conte, e contando ainda com treinadores de qualidade como Klopp, Pochettino, Wenger, Ranieri, Bilic ou Koeman.
    O melhor desta Premier League, Liga com orçamentos astronómicos graças aos direitos televisivos (mérito de todos os intervenientes que contribuem para um produto sem igual), é que inevitavelmente haverá várias equipas a falhar os seus objectivos: o fenómeno Leicester ajudou os clubes pequenos a perceberem que não há impossíveis, e se poucos dirão à partida que são candidatos ao título, inúmeras são as equipas que terão definido internamente o Top-4 como objectivo. Mas não há espaço para todos. Numa prova de regularidade na qual é bem difícil ganhar 4 ou 5 jogos consecutivos, pode fazer diferença na tabela a total ausência de competições europeias por parte de Chelsea e Liverpool, que lutarão contra os favoritos Manchester United e Manchester City. O Arsenal de Wenger parte para a nova época com os mesmos prós e contras do costume, para o Leicester - com presença na fase de grupos da Champions -  ficar nos 8 primeiros será um resultado positivo, e depois muita atenção à ambição do West Ham e Everton, bem como do Southampton. No meio disto, há ainda uma equipa jovem orientada pelo fantástico Pochettino, que encantou com o seu futebol em 2015/ 16 e que mantém a harmonia, com o tempo a jogar a seu favor. Muitos pontos perdidos, jogos grandes todas as jornadas, e uma alternância de loucos na tabela é tudo o que se pode esperar. Mas o melhor da Premier é que, mesmo quando esperamos algo, acontece sempre algo que quase ninguém previa.
    Recordamos que Aston Villa, Newcastle e Norwich foram as três equipas despromovidas, dando lugar a Burnley, Middlesbrough e Hull City; em termos de jogadores, Ibrahimovic, Pogba, Mkhitaryan, Xhaka, Sané, Feghouli, Nolito, Llorente e Musa são alguns dos novos ingredientes deste cocktail de imprevisibilidade, a que se juntaram várias transferências internas (casos de Mané, Wijnaldum, Stones, Kanté, Ayew e Townsend).
    Sem mais demoras, viajem connosco nesta Antevisão da Premier League 2016/ 17, equipa a equipa:


 MANCHESTER UNITED (1)

    Obrigação: vencer. O Manchester United, depois de vários anos em que perdeu fulgor entre a nata dos grandes europeus, apostou no português José Mourinho, e conseguiu (o fair-play financeiro praticamente não existe para clubes com a dimensão comercial de United ou Real Madrid) oferecer-lhe um plantel de sonho, com as 3 maiores contratações do defeso em Inglaterra a rumarem todas ao teatro dos sonhos, Old Trafford.
    Vamos por partes. Depois de ficar em 7.º, 4.º e 5.º nas últimas 3 edições, achamos muito difícil que o United desta vez não fique num dos dois primeiros lugares, com o troféu a ficar muito provavelmente em Manchester. As vantagens do United são várias: Mourinho conhece muitíssimo bem o futebol inglês, tendo já vencido a Premier por 3 ocasiões; os red devils estarão focados quase só no campeonato (veremos que importância é dada à Liga Europa, na qual haverá muita gestão); e há ainda o factor Zlatan (é impressionante, mas entre 2001/ 02 e 2015/ 16, o sueco foi sempre campeão por onde passou, incluindo Ajax, Juventus, Inter, Barcelona, AC Milan e PSG, excepção feita às temporadas de 2002/ 03 e 2011/ 12). Ibrahimovic, com 34 anos mas uma ambição e fome de triunfar inesgotáveis, é apenas uma das novidades da equipa, que conta também com o arménio Mkhitaryan (será ele o principal criador de oportunidades e a força criativa) e com o agora jogador mais caro da História do futebol, o regressado a casa Paul Pogba.
    De Gea é, para nós e hoje em dia, o melhor guarda-redes a actuar em Inglaterra, a dupla Smalling-Bailly pode ter um crescimento interessante, e Luke Shaw desde que não se lesione, tem tudo para explodir. Por esta altura a única questão prende-se com o médio que jogará ao lado de Pogba (Carrick, Ander Herrera, Schneiderlin, Fellaini, Blind ou mais um reforço?), podendo Martial e Depay revezar-se no corredor esquerdo, e Rooney tornar-se o novo melhor amigo de Ibrahimovic, ambos magnificamente servidos por Mkhitaryan, que terá a concorrência do jovem Lingard, cujo talento nos tem surpreendido. Em relação a outro jovem, Rashford, treinar diariamente com Ibra e Rooney é o melhor que lhe poderia acontecer nesta fase.
    Estamos convictos que o título será de Mourinho ou Guardiola, mas apostamos tangencialmente no United. Uma coisa é certa: o verdadeiro Manchester United está de volta. E quer ganhar. Já.

Treinador: José Mourinho
Onze-Base (4-2-3-1): De Gea; Valencia, Smalling, Bailly, Shaw; Pogba, Carrick; Mkhitaryan, Rooney, Martial; Ibrahimovic

Atenção a: Zlatan Ibrahimovic, Henrikh Mkhitaryan, Wayne Rooney, David De Gea, Paul Pogba

 MANCHESTER CITY (2)

   
Pep Guardiola. Duas palavras que prometem revolucionar o futebol inglês, e marcar o início dum novo ciclo no Manchester City. Como Jamie Carragher escreveu há dias num jornal britânico, este momento para o City pode-se equivaler à importância da chegada de Cruyff para treinar e pensar o Barcelona a partir de 1988. Guardiola, para nós provavelmente o melhor treinador do mundo, é um visionário, criador de tendências e alguém para quem o futebol e as suas ideias estão em constante mutação (um dos poucos problemas de Pep, capaz de transformar jogadores e arriscar coisas impensáveis, é apenas o facto de às vezes inventar ou complicar demais o que poderia ser simples). Se acima mencionámos o registo de Zlatan (13 campeonatos em 15 anos), Guardiola ganhou 6 campeonatos em 7 épocas de treinador, acumulando nesse período 21 troféus, média de 3 por época portanto.
    A questão é, mesmo que Guardiola o negue, este é por larga margem o maior desafio da sua carreira. O Manchester City tem um plantel incrível, e revelou neste defeso preocupação em preparar o futuro (Zinchenko, Moreno, Stones, Sané e Gabriel Jesus), mas o que Guardiola tirará do trio já presente, De Bruyne (candidato a MVP desta Premier), Agüero e Silva, deixa-nos com água na boca. Ao contrário do United com Mourinho, neste caso há uma adaptação a ser feita (será Guardiola, obcecado pelo controlo do jogo e da bola, a adaptar-se ao mais louco e imprevisível futebol do mundo, ou a Premier a adaptar-se aos princípios de Guardiola?) e ao longo da temporada veremos muitas experiências: Kolarov já arrancou a época a central, Guardiola referiu que adora Fernandinho por poder fazer todas as posições, e temos o feeling que David Silva pegará no jogo mais atrás.
    Parece-nos que o defeso ainda não terminou para o City - pelo menos um guarda-redes (Bravo seria uma enorme contratação) e talvez um lateral devem chegar - mas para já temos as maiores expectativas para De Bruyne, Agüero e Silva, acreditando que entre os reforços, Stones crescerá muito, Sané pode tornar-se um caso sério nas mãos do novo treinador, e importa não esquecer o alemão Gündogan, brevemente disponível. Não sabemos o que acontecerá a Nasri ou Navas, mas Nolito, Sterling e Iheanacho prometem agitar o futebol inglês orientados pelo novo treinador.
     Que ele percebe do jogo como ninguém, e vê o que poucos conseguem, não duvidem. Mas na Premier muitas vezes a lógica não impera, e por isso é que este é o maior teste da carreira dum génio chamado Guardiola.

Treinador: Pep Guardiola
Onze-Base (4-1-4-1): Hart; Sagna, Stones, Otamendi, Clichy; Fernandinho; De Bruyne, Gündogan, Silva, Sané (Nolito, Sterling); Agüero

Atenção a: Kevin De Bruyne, Kun Agüero, David Silva, Leroy Sané, Ilkay Gündogan

 CHELSEA (3)

    Aquele Chelsea perdido de ideias parece estar longe. A chegada do italiano Antonio Conte a Stamford Bridge deve originar o regresso ao nível de 2014/ 15, embora com uma paixão pelo jogo típica do ex-seleccionador de Itália, homem que não se coíbe de festejar os golos com a massa adepta. O raciocínio é simples: com Conte, e sem Europa, este Chelsea terá maior organização, com o bloco defensivo a ser afinado durante os próximos meses, maior confiança entre os jogadores e, por tudo isto, maior rendimento.
    Com o actual elenco o mais lógico é Conte colocar a equipa num 4-3-3 ou 4-2-3-1, embora não seja de todo impossível uma equipa assente em 3 centrais, caso os blues identifiquem no mercado um novo defesa central. Certo é que tendo N'Golo Kanté (estamos gratos por ter continuado no futebol inglês) e Matic, será muito difícil para qualquer equipa ganhar meio-campo ao Chelsea, soltando os criativos Hazard, Willian e Fàbregas ou Oscar. De Hazard espera-se tudo, voltando a exibir-se ao nível dos melhores do mundo, desbloqueando jogos com a sua habilidade individual e porventura conseguindo mais golos do que nunca. A regularidade de Willian já é conhecida, Conte parece gostar de Oscar, tem Cuadrado e Pedro, e veremos que papel terá Fàbregas, agora que já não é necessária a sua contribuição no duplo pivot.
    Embora fique a ideia que o Chelsea deve começar a rejuvenescer a sua defesa (importa não esquecer que há Zouma, a recuperar de lesão grave), temos também a sensação que ainda chegará um avançado (Lukaku?) para o qual está guardada a camisola 9. Seja como for, há Diego Costa e o reforço Batshuayi.
    A capacidade de Conte em unir a equipa e agregar tudo à sua volta deve chegar para que este Chelsea volte a estar na luta pelo título, sendo favorito a terminar no Top-4. A equipa deve apresentar em campo maior harmonia, maior objectividade e intensidade na procura do golo, com transições bem trabalhadas mas um equilíbrio constante graças a um modelo em que os jogadores se mantêm numa estrutura compacta.

Treinador: Antonio Conte
Onze-Base (4-3-3): Courtois; Ivanovic, Terry, Cahill, Azpilicueta; Matic, Kanté, Fàbregas (Oscar); Willian, Hazard, Diego Costa

Atenção a: Eden Hazard, N'Golo Kanté, Willian, Cesc Fàbregas, Matic

 LIVERPOOL (4)

    Novo ano, novo "acreditar" para os adeptos do Liverpool. Os reds têm em Klopp a esperança de que o tão almejado título seja possível, já que o alemão é um autêntico apaixonado pelo futebol espectáculo. Não sendo perfeito tacticamente (nem o quer ser), tem o dom de transmitir garra, crer e paixão aos jogadores. E isso vê-se em campo. O Boss entrou já a meio do ano passado, mas é este ano que podemos dizer - esta já é a sua equipa. Limpou a casa (Skrtel e Touré saíram, fazendo bom dinheiro com Allen e Ibe, e parece-nos que falta apenas contratar um lateral-esquerdo titular), renovou a confiança de Lovren, contratando ainda o experiente central Ragnar Klavan e ainda Joël Matip. Embora ainda não seja certa a aposta em Klavan, é o estoniano que parte em vantagem no onze. Mas será legítimo falar em onze base nesta equipa do Liverpool? A quantidade aliada à qualidade que existe neste plantel é tão vasta que Klopp vai ter imensas dores de cabeça para gerir tanto talento junto. Mas a verdade é que se conseguir conjugar tudo, deixando o grupo apaixonado pelo futebol praticado (praticamente certo), os resultados só podem ser bons. 

    Acontecerão certamente algumas desconcentrações no sector defensivo, naturais com a equipa balanceada para o meio-campo adversário. Mas assim é o futebol de Klopp (não o melhor mas o nosso treinador preferido), contagiante e asfixiante. Um treinador que é quase um irmão para todos os seus pupilos e que vibra com os golos como se fosse ele a marcar. Prevemos muitos óculos perdidos como naquele hino ao futebol no Emirates (3-4), no passado Domingo.
    As soluções ofensivas são imensas. Benteke parece ter guia de marcha, mas ainda sobram os irreverentes Sturridge, Origi e Ings... E nenhum deles parece ser 1.ª opção do técnico. O lugar é dado a Firmino numa frente móvel com Coutinho e Mané. O centro de terreno parece um esquadrão suicida, mas tudo o que não envolva risco é tédio para Klopp. Para o alemão, o tiki-taka não é solução. Não transmite a magia do futebol. Jürgen quer velocidade, luta e vertigem. Quer paixão e alegria na cara dos seus jogadores e, principalmente, na dos seus adeptos. Assim sendo, é muito provável que repita o meio-campo que apresentou contra o Arsenal por mais ocasiões - Henderson, Lallana e Wijnaldum parecem ser os escolhidos, embora Can e Milner terão certamente muitos minutosn, sem esquecer Grujic. O tridente Mané, Coutinho e Firmino parece ser demolidor e são estes três que destacamos de toda a equipa. Capazes de desequilibrar até no último minuto de jogo serão sempre um caso sério. Principalmente Coutinho que tem magia nos pés. Capaz de marcar um golaço quando o jogo parece estar cada vez mais pendente para o lado adversário, capaz de rasgar uma defesa toda com um passe magistral ou com um drible desconcertante. Já Mané é um animal selvagem. Um predador autêntico, cheio de ousadia e com a força de um Mustang. Embora o grande destaque seja este trio, acreditamos que Wijnaldum seja extremamente importante, assim como Loris Karius. O alemão recupera de uma fractura da mão e quando recuperar é bem provável que encoste Mignolet, já que o belga teima em ser inconstante. Numa equipa como esta, é importante ter um guarda-redes que segure o resultado fazendo o possível e por vezes o impossível. Mignolet não é capaz disso e acreditamos que o alemão seja.


Treinador: Jürgen Klopp
Onze-Base (4-3-3): Karius (Mignolet); Clyne, Lovren, Klavan (Matip), Moreno; Henderson (Can), Wijnaldum, Lallana (Milner); Mané, Coutinho, Firmino (Sturridge)

Atenção a: Coutinho, Sadio Mané, Roberto Firmino, Georginio Wijnaldum, Loris Karius

 TOTTENHAM (5)

    Causa-nos alguma confusão apontarmos o Tottenham apenas ao 5.º lugar, mas a força do duo de Manchester, e a total ausência de competições europeias de Chelsea e Liverpool podem atirar a equipa que melhor futebol praticou em 2015/ 16 para fora do Top-4. Se noutros clubes se recomendava uma abordagem forte no mercado, ao Tottenham pede-se apenas tempo - o plantel é muito jovem (o mais jovem na época passada) e por isso estes jogadores precisam de continuar a crescer juntos, estando o projecto bem entregue a Pochettino, pouco valorizado mas um dos melhores treinadores da actualidade.
    A verdade é que os spurs mantêm exactamente o mesmo 11, com uma defesa que não perde para nenhuma outra em comparações, e jogadores como Dele Alli ou Eriksen no apoio a Harry Kane, melhor marcador da temporada passada com 25 golos.
    Tudo o que se pode esperar é bom futebol, com jogadores que sabem o que fazer à bola e onde têm que estar, imprimindo uma dinâmica e uma intensidade extraordinárias. Pode dar-se o caso da equipa voltar a quebrar quando as coisas não estiverem a correr de feição, como na recta final de 15/ 16, mas para que tal não aconteça é necessário não só um amadurecimento desta juventude, como uma ou duas contratações capazes de retirar algum peso dos ombros do 11 base. O holandês Vincent Janssen (muito, muito potencial) e o portentoso Wanyama foram adquiridos precisamente nesse sentido. Ter Dembélé ao nível da temporada passada fará toda a diferença, ele que falha as primeiras jornadas, mas todos sabemos o que podem dar Kane, Alli, Eriksen, Lamela, Dier e aquele quarteto defensivo de luxo, numa fase do seu desenvolvimento como jogadores em que cada ano que passa é uma coisa boa. É fácil de adivinhar o futebol espectáculo, a classificação final, nem por isso.

Treinador: Mauricio Pochettino
Onze-Base (4-2-3-1): Lloris; Walker, Alderweireld, Vertonghen, Rose; Dier, Dembélé (Wanyama); Lamela, Alli, Eriksen; Kane

Atenção a: Harry Kane, Dele Alli, Christian Eriksen, Moussa Dembélé, Toby Alderweireld

 ARSENAL (6)

    O eterno 4.º classificado, que até ficou em segundo em 2015/ 16. Podemos naturalmente estar enganados, mas não acreditamos que este ano consigam mais que um quinto ou sexto lugar. O clube do Norte de Londres bem tenta contratar uma estrela para o ataque, mas parece que nem o dinheiro seduz os jogadores pretendidos. Assim sendo, Wenger tem que se contentar com Granit Xhaka e com todo o plantel (bastante bom, diga-se de passagem) que tem.
    É complicado uma equipa que ano após ano quer o título, acabando por fraquejar e vacilar no decorrer da prova (no ano mágico do Leicester, com vários "grandes" irreconhecíveis, Arsenal e Tottenham não conseguiram aproveitar) ou perto do fim. É frustante e desgastante para os jogadores. E é por essa mesma razão que não acreditamos muito neste Arsenal. É provável que o paradigma só mude com uma chicotada psicológica agressiva com a saída de Arsène Wenger. Porém, essa parece-nos uma realidade bem distante.
    Será uma equipa novamente a praticar bom futebol, mas - para além de fraquejar em jogos decisivos - é provável que deslize mais vezes durante a época mostrando um futebol um pouco mais irregular. Ainda assim, quem tem estrelas como Alexis Sánchez, Özil, Xhaka, Cazorla ou Ramsey tem futebol espectáculo garantido. No Emirates, a bola é sempre respeitada, e esperamos golos e muita imprevisibilidade de Sánchez (quão brutal ele estiver, pode fazer diferença na tabela), assistências do mago Mesut, e muita regularidade exibicional do trio Xhaka, Cazorla e Ramsey. Claro que há ainda nomes como Cech e Bellerín no onze, e áses como Oxlade-Chamberlain, Iwobi e Walcott como soluções secundárias. Para nós, tudo dependerá de dois factores: a chegada ou não de um avançado de topo (Giroud não chega, já deu para perceber), que não é tão certa, e a chegada de uma onda de lesões no decorrer da época, atormentando o clube como é tradicional, e isso é mais certo, infelizmente.

Treinador: Arsène Wenger
Onze-Base (4-2-3-1): Cech; Bellerín, Mertesacker, Koscielny, Monreal; Xhaka, Cazorla; Ramsey, Özil, Sánchez; Giroud

Atenção a: Alexis Sánchez, Mesut Özil, Héctor Bellerín, Granit Xhaka, Aaron Ramsey

 LEICESTER CITY (7)

    O campeão em título. Depois de nos darem uma história para contar aos netos, os foxes não têm qualquer pressão esta época, na qual disputarão também a Champions League. A presente temporada pode servir de ponto de viragem para o Leicester, caso o clube consiga passar a terminar regularmente no Top-8, e qualquer lugar dentro dos oito primeiros será um bom resultado para a equipa de Ranieri, agora encarada de forma diferente pelas outras equipas, sem o efeito-surpresa. O clube perdeu o jogador que permitia ao clube ter 12 jogadores em campo - N'Golo Kanté - mas segurou Vardy, e até ver Mahrez (Jogador do Ano da PFA em 2015/ 16, e que falhará a Premier League em Janeiro quando estiver ao serviço da Argélia) continua no plantel. Parece-nos que a quebra não será significativa, conseguindo o Leicester manter-se entre os melhores (entre 6.º e 9.º possivelmente), embora com uma performance defensiva abaixo do ano anterior. Nampalys Mendy chegou para tentar fazer de Kanté, Ahmed Musa foi o maior reforço do clube - ainda não percebemos se funcionará melhor a fazer dupla com Vardy ou no corredor esquerdo - e as expectativas continuam altíssimas para os amigos Jamie Vardy e Riyad Mahrez, prontos para continuar a semear o terror nas defesas adversárias.
    O King Power Stadium deve continuar uma fortaleza, e o ADN da equipa de Ranieri permanecerá - enorme capacidade de sacrifício e humildade, transições vertiginosas e muita electricidade (Vardy e Mahrez estão sempre ligados à corrente, e Musa entrará no comprimento de onda, havendo ainda os jovens Gray e Kapustka).

Treinador: Claudio Ranieri
Onze-Base (4-4-2): Schmeichel; Simpson, Morgan, Huth, Fuchs; Mendy, Drinkwater, Mahrez, Musa; Okazaki, Vardy

Atenção a: Jamie Vardy, Riyad Mahrez, Ahmed Musa, Nampalys Mendy, Danny Drinkwater

 WEST HAM (8)

    Agora no estádio Olímpico de Londres, o West Ham quer escrever novas páginas na sua História e, depois do 6.º lugar em 2015/ 16 (embora os hammers tenham lutado até ao fim por um lugar no Top-4) a tendência é continuar a crescer, com a Champions em ponto de mira. O problema é a elevada concorrência, que torna absolutamente imprevisível a ordem deste nosso Top-10.
    Embora Dimitri Payet, um dos destaques do Euro-2016, continue a ser a estrela da companhia, a qualidade ao dispor de Bilic aumentou com as aquisições de Feghouli, André Ayew, Calleri e Töre, sem esquecer Nordtveit, Ashley Fletcher e Masuaku, este último responsável por fazer de Cresswell nos primeiros meses de competição. A presença na fase de grupos da Liga Europa - o West Ham está a 2 jogos com o Astra Giurgiu de se qualificar - terá o seu peso na gestão da época, embora o plantel tenha soluções suficientes para que Bilic possa rodar.
    Veremos se o West Ham consegue manter-se como um papa-grandes sistemático, agigantando-se nos jogos contra os principais candidatos ao título como em 2015/ 16, numa época em que esperamos muito do tridente Payet, Ayew e Feghouli (atenção ao mês de Janeiro, com Feghouli e Ayew na CAN). Michail Antonio deve jogar todo o ano a lateral-direito, na defesa a saída de Tomkins pode ajudar a evoluir o precoce Reece Oxford, no ataque torcemos para uma rápida adaptação do talentoso Calleri e quem tem Noble e Kouyaté sabe que entra sempre em campo com muito pulmão, músculo e alma. Mas atenção, ainda deve faltar pelo menos 1 reforço a este elenco.

Treinador: Slaven Bilic
Onze-Base (4-2-3-1): Adrián; Antonio, Reid, Ogbonna, Cresswell (Masuaku); Noble, Kouyaté; Feghouli, Ayew, Payet; Carroll

Atenção a: Dimitri Payet, Sofiane Feghouli, André Ayew, Michail Antonio, Aaron Cresswell

 EVERTON (9)

    O dinheiro transformou o clube de Liverpool, novo tubarão nesta piscina que é a Premier League. Depois de já contarem com jogadores como Lukaku e Barkley e de terem ainda assim decepcionado no ano anterior com Roberto Martínez, os dirigentes do clube deram um murro na mesa e decidiram fazer uma mudança. Tudo começou num heist que retirou Koeman ao Southampton, acenando com milhões ao holandês, para o próprio e para o reforço do plantel (até ver, acertado).
    Pescar Stekelenburg, Ashley Williams e Bolasie aos rivais foi inteligente e cirúrgico. Não estamos convencidos relativamente à continuidade do belga Lukaku (se ficar, aumenta as chances dos toffees subirem na tabela), parecendo-nos provável que ainda chegue um guarda-redes, um defesa central e, caso Lukaku saia, um grande avançado a Goodison Park.
    Uma das nuances mais interessantes deste Everton de Koeman poderá ser a versatilidade táctica: com o elenco actual a equipa parece feita para ter Bolasie e Deulofeu no apoio a Lukaku, mas o facto de contar com Jagielka, Ashley Williams e Funes Mori, querendo ainda contratar Koné ao Sunderland, leva-nos a crer num 3-5-2 ou 3-4-3 em muitos jogos do futuro. O esqueleto faz, de resto, todo o sentido, numa equipa que tem Coleman e Baines, aproximando assim Ross Barkley (este é o ano dele!) e Bolasie (vai marcar mais golos) da baliza.
    Esperam-se reforços de peso até final de Agosto, e também consoante a versão final deste plantel, a época deste Everton pode oscilar entre uma classificação final de 6.º ou 9.º.

Treinador: Ronald Koeman
Onze-Base (4-3-3): Stekelenburg; Coleman, Jagielka, A. Williams, Baines; Gueye, McCarthy, Barkley; Deulofeu, Bolasie, Lukaku

Atenção a: Ross Barkley, Romelu Lukaku, Yannick Bolasie, Seamus Coleman, Ashley Williams

 SOUTHAMPTON (10)

    A saída de Koeman para o adversário directo Everton foi uma surpresa, e o clube da cidade portuária, que agora é patrocinado pela Virgin, surpreendeu ao escolher o francês Claude Puel (bom trabalho no Nice). Considerando que Pochettino e Koeman foram as últimas escolhas, a Direcção merece todo e qualquer benefício da dúvida. Como tem sido recorrente nos últimos anos, alguns jogadores foram vendidos - Wanyama transferiu-se para o Tottenham, Mané para o Liverpool e Pellè rumou à China. A abordagem ao mercado tem sido relativamente tímida, com Redmond e Hojbjerg a serem as principais novidades, juntando-se a estes Pied e Alex McCarthy. Verdade seja dita, há vários jogadores que já estão no clube e têm muito mais para dar (Austin só agora deve começar a sério nos saints, Jay Rodriguez é um dos melhores da equipa caso consiga provar que está fisicamente apto, e mesmo Clasie, Ward-Prowse e Reed têm tudo para se desenvolver).
    Com Puel, a ideia de jogo deve alterar-se um pouco, estando o francês a tentar implementar um 4-4-2 losango, capaz de oferecer ao sérvio Tadic (esperamos muito dele) o papel de nº 10 da equipa, e acreditando que Nathan Redmond pode ser opção na dupla de avançados. Mesmo que Redmond comece aí, tendo Austin e Long, o mais provável é o extremo contratado ao Norwich com o decorrer da época ocupar uma faixa. A defesa continua a mesma, com o holandês Virgil van Dijk a ser o jogador em relação ao qual temos maiores expectativas, e caso não haja saídas nesse sector não deve haver mexidas, embora pareçam faltar reforços para o ataque, para que o Southampton tenha um plantel ao nível dos últimos anos.
    Nas últimas temporadas o Southampton tem melhorado sempre (8.º em 2013/ 14, 7.º em 2014/ 15  6.º em 2015/ 16) mas não só o quinto lugar parece bastante difícil, como a apertada concorrência pode atirar a equipa dos portugueses e campeões europeus Cédric e José Fonte para a cauda deste Top-10. Mas já sabem, a ordem destes dez é um exercício de loucos, com uma potencial ausência de qualquer uma destas equipas dos 10 primeiros lugares a representar um tremendo falhanço, e a presença no Top-10 duma das dez equipas que colocamos do 11.º ao 20.º lugar a significar forçosamente uma época sensacional.

Treinador: Claude Puel
Onze-Base (4-4-2): Forster; Cédric, van Dijk, Fonte, Bertrand; Davis, Romeu, Hojbjerg (Ward-Prowse), Tadic; Redmond (Austin), Long

Atenção a: Dusan Tadic, Virgil van Dijk, Charlie Austin, Nathan Redmond, Shane Long

 STOKE (11)

    No Stoke praticamente nada se altera. Mark Hughes quer continuar a fazer um trajecto consistente e apenas acrescentou o galês Joe Allen no seu lote de jogadores-chave. A equipa já vem com processos assimilados do ano passado e certamente dará novamente bastante luta e cada vez mais sentido à pergunta: But can they do it on a cold rainy night in Stoke?
    Será certamente complicado, seja que adversário for, é a resposta que daríamos. Jack Butland recupera ainda de lesão e é esperado que regresse a meio de Setembro. Referimos o guardião inglês porque quando regressar ao 11 será certamente um dos jogadores mais importantes para Mark Hughes e também para a Selecção Inglesa (ainda mais com o aparente afastamento de Joe Hart das redes do City). Arnautovic e Xherdan Shaqiri serão os bad boys de serviço, apresentando em campo momentos de génio (conseguirão ser consistentes?), e podendo o jovem egípcio Sobhi (muito talento, veremos se tem cabeça) entrar no espírito do austríaco e do suiço. No meio, a dupla Allen-Imbula promete bastante. Embora o público português tenha má ideia de Imbula, acreditamos que se tornará cada vez mais importante neste Stoke, e Allen será fulcral não só no jogo do francês, como na manobra defensiva e ofensiva da equipa.
    Não nos espantaria que os potters ficassem um lugar acima daquele que aqui apontamos, mas o mais provável é mesmo terminar abaixo do Top-10, onde a competição é mesmo muita.

Treinador: Mark Hughes
Onze-Base (4-2-3-1): Butland; G. Johnson, Shawcross, Wollscheid, Pieters; Allen, Imbula; Shaqiri, Bojan, Arnautovic; Diouf

Atenção a: Jack Butland, Marko Arnautovic, Joe Allen, Xherdan Shaqiri, Bojan

 MIDDLESBROUGH (12)

    Embora o campeão do Championship tenha sido o Burnley, é do Middlesbrough que esperamos uma melhor adaptação ao primeiro escalão. A equipa comandada por Aitor Karanka, antigo adjunto de José Mourinho, reforçou-se em quantidade e qualidade, tratando-se dum histórico que saudamos ver de regresso à prova máxima do futebol inglês.
    Embora continuem no clube várias pedras basilares da subida (Clayton, Ayala, Friend, Downing, Adomah ou Rhodes), Karanka - treinador que costuma "rodar" bastante a sua equipa, sobretudo o meio-campo e ataque - poderá casar essa base com vários reforços, alguns deles compatriotas do treinador, casos de Valdés, Barragán e Negredo. O antigo guardião do Barcelona pode ter nova vida na baliza do Boro, esperando nós que o esqueleto continue a contar com a assertividade defensiva de Ayala, a profundidade de Friend a lateral-esquerdo e a extrema qualidade de Adam Clayton no coração do jogo. Por falar em coração, Downing terá que ser líder, rodando nos flancos com Adomah, Fischer (muita curiosidade para ver como se dá em Inglaterra, porque pézinhos não lhe faltam) e o uruguaio Ramírez, que se for regular, pode ser (finalmente) um caso sério. Na frente, Karanka tudo fará para que Negredo mostre ser material de Premier League como em alguns dos seus jogos pelo Manchester City na sua anterior passagem na competição, embora haja ainda Jordan Rhodes, cuja chegada à Premier League já poderia ter acontecido há mais anos.

Treinador: Aitor Karanka
Onze-Base (4-2-3-1): Valdés; Barragán, Ayala, Gibson, Friend; de Roon (Leadbitter), Clayton; Downing, Ramírez, Adomah (Fischer); Negredo (Rhodes)

Atenção a: Álvaro Negredo, Gaston Ramírez, Viktor Fischer, George Friend, Adam Clayton
 CRYSTAL PALACE (13)

    Os adeptos do Palace torcem para que esta época seja, transversalmente, idêntica à primeira metade de 2015/ 16 (na qual o Crystal Palace foi uma das equipas-sensação) e em nada igual à segunda metade (uma das piores equipas, terminando no 16.º lugar). Quando olhamos para o elenco de Alan Pardew saltam à vista 2 reforços: Mandanda e Townsend. O guardião francês parece-nos destinado a ganhar a baliza a Hennessey mais cedo ou mais tarde, e o ex-Newcastle pode ter nesta equipa a possibilidade de fazer a melhor temporada da carreira, sentindo-se importante e assumindo a responsabilidade de carregar a equipa. Das camadas jovens, Kaikai pode ser uma das novidades, tenha ele minutos para demonstrar o seu potencial.
    A transferência de Bolasie para o Everton deve obrigar o Palace a atacar o mercado, e tem dinheiro para isso, falando-se ainda da possibilidade da chegada de Benteke, igualmente pretendido pelo WBA. Para já, há Wickham, mas a contratação dum avançado de créditos firmados pode fazer toda a diferença na batalha pelos lugares do meio da tabela. Depois, mantêm-se as figuras do costume. Scott Dann, Ward, Cabaye, Puncheon ou Zaha, pode-se contar com todos eles. Pardew quer 2 reforços, um que desequilibre e o outro que concretize, veremos quem são. E a época depende muito disso.

Treinador: Alan Pardew
Onze-Base (4-2-3-1): Mandanda (Hennessey); J. Ward, Dann, Delaney, Souaré; Ledley, Cabaye; Townsend, Puncheon, Zaha; Wickham  

Atenção a: Andros Townsend, Wilfried Zaha, Connor Wickham, Scott Dann, Sullay Kaikai

 BOURNEMOUTH (14)

    Somos fãs confessos de Eddie Howe, e ficámos surpreendidos quando um clube como o Southampton, sem treinador, não escolheu o técnico de 38 anos. Para o Bournemouth, ainda bem. O 15.º lugar em 2015/ 16 foi pouco falado, uma vez que é preciso contextualizar as coisas - os cherries jogavam na League Two em 2010 e a temporada passada foi a primeira da sua História na Premier League. E depois junta-se a tudo isto o futebol praticado, com muita posse, mobilidade e qualidade técnica, ideia de jogo de equipa grande, bem pensada e executada.
    Sem nomes sonantes, mas com um plantel pronto para crescer em sintonia com a ambição do jovem treinador, o Bournemouth pode muito bem terminar esta época entre o 11.º e o 14.º lugares, parecendo-nos possível colocar-se longe da luta pela manutenção mais cedo do que na época passada. Ter Callum Wilson (grande arranque em 2015/ 16, travado por uma grave lesão) e Gradel toda a época são duas grandes notícias, e os jovens Jordon Ibe e Lewis Cook parecem encaixar que nem uma luva no espírito desta equipa, que contratou ainda outros 2 jovens cuja evolução queremos acompanhar, Lys Mousset e Hyndman. O único contra, para nós, é mesmo a baliza, que merecia alguém superior a Boruc.

Treinador: Eddie Howe
Onze-Base (4-4-2): Boruc; Smith, Francis, Steve Cook, Daniels; Ibe, Arter (Surman), Lewis Cook, Gradel; King (Afobe), Wilson

Atenção a: Callum Wilson, Jordon Ibe, Lewis Cook, Max Gradel, Simon Francis

 WATFORD (15)

    Saindo Quique, perde-se alguma confiança que tínhamos na equipa do Watford, na qual ficamos de pé atrás relativamente ao italiano Mazzarri. O Watford, não tendo uma equipa de craques, tem uma equipa equilibrada com dois craques na frente. Falar deste Watford é, invariavelmente, falar de Ighalo e Deeney, uma dupla temível para qualquer defesa que os enfrente. O casamento perfeito dos 2 avançados do Watford leva agora Ighalo a compará-los à antiga dupla do Man. United, Dwight Yorke e Andy Cole. São completamente diferentes, mas acabam por se completar. Ighalo é mais individualista e muitas das vezes peca por não passar a bola a um colega melhor posicionado, já Deeney é um jogador mais solidário. Como capitão, dá sempre o exemplo aos colegas e quando é preciso vem atrás recuperar a bola dando mais confiança aos seus colegas, ganhando ainda tudo o que são bolas no ar. Ambos se completam na actualidade e é muito difícil uma defesa ter ambos pela frente, estando neles depositadas todas as esperanças do clube.
    O foco em Deeney-Ighalo deve levar Mazzarri a privilegiar um 3-5-2. Britos, Prödl e Cathcart foram os 3 centrais escolhidos no primeiro jogo, embora nos pareça que o reforço Kabasele acabe por ganhar o seu espaço, destacando-se pela positiva. A boa forma de Capoue e Behrami (apresentou-se em boa forma no Euro-2016) será importante no controlo dos adversários, tal como o guardião Gomes, tantas vezes homem de defesas impossíveis e peça fundamental em 2015/ 16.

Treinador: Walter Mazzarri
Onze-Base (3-5-2): Gomes; Britos (Kabasele), Prödl, Cathcart; Amrabat (Nyom), Capoue, Behrami, Watson, Zúñiga; Deeney, Ighalo 

Atenção a: Odion Ighalo, Troy Deeney, Valon Behrami, Christian Kabasele, Gomes

 SUNDERLAND (16)

    Já chega de lutar pela descida. A tradição dos black cats é despedir para sobreviver (foi assim nas transições entre Di Canio, Poyet, Advocaat e Allardyce), mas esta temporada tiveram que repensar a sua estrutura mais cedo, com Sam Allardyce a abandonar o clube para ser novo seleccionador inglês. O substituto, David Moyes, veio para contrariar esta força que puxa o clube sistematicamente para o Championship, e o escocês parece-nos uma escolha acertada, podendo com tempo colocar o clube a respirar muito melhor.
    Para já, nesta época, é normal que o Sunderland continue pelos lugares mais baixos da tabela classificativa, ainda para mais se perder o central Lamine Koné, pretendido pelo Everton e um dos heróis da manutenção em 15/ 16. Será importante que Moyes consiga canalizar a incrível aptidão do Sunderland em lutar pela permanência nos últimos jogos, com uma paixão e entrega dos jogadores na luta por cada ponto conquistado, para uma época com maior regularidade, e sem estar todo o campeonato à beira do abismo (mais tarde ou mais cedo, o piso cede e acontece o mesmo que aconteceu ao Aston Villa em 2015/ 16).
    Numa equipa em que o veterano Defoe garante golos, Moyes terá em Khazri um trunfo importante, contando ainda com nomes como Lens, Borini e o jovem Watmore no último terço, e o lateral van Aanholt a contribuir com constantes desequilíbrios no lado esquerdo. Em termos de reforços, parece-nos que faltam alguns (ofensivos, sobretudo) caso o Sunderland procure um caminho tranquilo, tendo chegado Djilobodji, Love e McNair para a defesa, e podendo Moyes tirar o melhor de Januzaj, emprestado pelo Manchester United.

Treinador: David Moyes
Onze-Base (4-2-3-1): Mannone; Love, Koné, Kaboul, van Aanholt; Kirchhoff, Rodwell (Cattermole); Borini, Khazri, Januzaj (Watmore, Lens); Defoe 

Atenção a: Wahbi Khazri, Jermain Defoe, Patrick van Aanholt, Adnan Januzaj, Lamine Koné

 WEST BROMWICH (17)

    Bastante difícil avaliar a vida do West Bromwich. Embora tenham dos plantéis mais francos em relação às outras equipas, a verdade é que conseguem muitas vezes ter uma organização defensiva tão grande que parece que todo e qualquer adversário não consegue colocar as suas ideias em campo, parecendo sempre estar a jogar o jogo que o WBA quer. Tony Pulis enfrenta mais um ano com a permanência como principal objectivo e a verdade é que com uma defesa tão bem organizada e com um Foster na baliza, tudo é possível, juntando-se a isto o impressionante registo de Pulis: em tantas épocas de futebol em Inglaterra, salvou sempre as suas equipas. Por isso, para este West Brom descer, será preciso que obriguem Pulis a saltar do barco antes.
    Mas não só de processos defensivos se faz este West Brom. Lá se vão os tempos em que tudo era defender e o futebol era mais feio. Com Berahino e Rondón é inevitável haver golos (Berahino forçou muitas vezes a saída, mas ao que tudo indica deve permanecer; já Rondón será dos jogadores mais influentes, e até ver a principal referência); parecendo-nos importante o que Matt Phillips pode dar à equipa, bem como a espaços o miúdo Leko.
    Como poderíamos dizer de Sunderland, Crystal Palace ou Everton, o defeso dos baggies não deve estar terminado, e não sendo certo que consigam a permanência, arriscamos que terão mais uma vez a estrelinha da permanência consigo.

Treinador: Tony Pulis
Onze-Base (4-4-2): Foster; Dawson, McAuley, Olsson, Evans (Brunt); Phillips, Yacob (Gardner), Fletcher, McClean (Leko); Berahino, Rondón

Atenção a: Saido Berahino, Matt Phillips, Salomon Rondón, Jonathan Leko, Craig Dawson

 SWANSEA (18)

    Sempre simpatizámos com os galeses. Porém, longe vai  a grande equipa que tinham e o desinvestimento tem-se vindo a agravar. Não um desinvestimento monetário, mas no plantel, que cada vez parece mais desequilibrado. Gylfi Sigurdsson (renderá mais ao ter avançados para servir) vem com o fôlego todo do Euro e terá que ser uma vez mais o herói nesta guerra atroz que será a Premier League. Sem espaço para equipas macias, Guidolin terá que montar muito bem a sua estratégia para permanecer no primeiro escalão inglês.
    Apesar de terem contratado Llorente e Borja Bastón para o ataque, que poderão formar uma dupla bastante interessante, adquirindo também Leroy Fer em definitivo, é a defesa que nos preocupa. O central e capitão Ashley Williams tinha um peso gigante no balneário, transcendendo-se e contagiando a equipa em campo como poucos na Premier, e caso o Swansea queira permanecer entre as melhores equipas inglesas, jogar com Fernández-Amat é insuficiente (é preciso outro central para além de van der Hoorn), sobretudo numa equipa que tem como laterais Naughton e Taylor. Por outro lado, Fabianski tentará evitar males maiores, e nas alas Montero, Routledge e Barrow terão que saltar para outro patamar exibicional. Não queremos que os swans desçam, mas a fraca defesa e a falta de banco pode condenar o clube outrora orientado por Laudrup e Rodgers.

Treinador: Francesco Guidolin
Onze-Base (4-4-2): Fabianski; Naughton, Fernández, van der Hoorn, N. Taylor; Fer, Ki (Cork), Montero (Routledge, Barrow), Sigurdsson; Borja, Llorente

Atenção a: Gylfi Sigurdsson, Fernando Llorente, Borja Bastón, Jefferson Montero, Ki Sung-Yueng

 BURNLEY (19)

    Os vencedores do último Championship querem contrariar a História. É de elogiar a força mental e capacidade de resposta que o Burnley teve em 2015/ 16, conseguindo regressar à Premier League depois de ser 19.º em 2014/ 15. O padrão, aliás, é esse mesmo. Das duas vezes que o Burnley conseguiu chegar à piscina dos grandes, desceu logo a seguir.
    Não se deve a esta maldição ou preciosismo estatístico mas nós de facto apontamos o Burnley de Sean Dyche ao penúltimo lugar e, como tal, à descida. Contra equipas perfeitamente rotinadas e com pedigree de Premier League, o Burnley - e ainda mais o Hull - precisaria de um maior reforço do plantel, algo que não se tem verificado. Por isso mesmo, e embora acreditemos que Dyche colocará a equipa a jogar um bom futebol, batendo o pé aos grandes num ou outro jogo, o cenário mais provável é a descida.
    Pelo lado positivo, o avançado Andre Gray (uma história quase ao nível de Vardy) tem potencial para ser uma das revelações desta época, isto depois de marcar 23 golos no Championship, sagrando-se melhor marcador. Boyd e Vokes já são nomes conhecidos para quem acompanha a Liga inglesa, e o miúdo Michael Keane, produto da formação dos red devils que muito cresceu entretanto, pode também deixar uma boa imagem, bem como o islandês Gudmundsson.

Treinador: Sean Dyche
Onze-Base (4-4-2): Heaton; Flanagan, Keane, Mee, Ward; Gudmundsson, Defour, Arfield, Boyd; Gray, Vokes

Atenção a: Andre Gray, Michael Keane, Johann Gudmundsson, George Boyd, Sam Vokes

 HULL CITY (20)

    Se em muitos blocos de equipas temos dúvidas na ordem, em relação ao último lugar achamos difícil que seja outra equipa. O Hull City, ainda sem treinador, teve até ver garantidamente o pior defeso destas 20 equipas. Steve Bruce saiu, ainda não chegou ninguém (o alvo desejado, Chris Coleman, decidiu continuar no País de Gales), e o plantel - um dos dois mais fracos deste lote - não só não recebeu qualquer reforço, como ainda perdeu um dos melhores jogadores (Diamé). Como se tudo isto não bastasse, há ainda uma série de lesões (McGregor, Dawson, Bruce, Maguire e por último Odubajo, em relação ao qual tínhamos alguma curiosidade)
    Não podemos afirmar que o Hull fará uma época semelhante à do Aston Villa no ano passado, mas a vitória na ronda inaugural diante do campeão Leicester não chega para nos iludir - a nova época foi mal planeada, o dossier treinador (até pode ficar o interino Mike Phelan) não está resolvido e o reforço do plantel em cima do joelho poderá pagar-se caro.
    Globalmente, o plantel não mudou muito desde a última vez que os tigers estiveram na Premier League (desceram juntamente com o Burnley em 2014/ 15, e subiram juntos, que romântico), com Elmohamady a ser um dínamo para a equipa a partir do lado direito, Robertson mais jogador hoje em dia, Snodgrass continua a ser um dos elementos com maior qualidade, e a dupla Livermore/ Huddlestone tem qualidade, mas pouca intensidade. Os golos, a não ser que cheguem reforços de peso, serão provavelmente marcados na sua maioria por Abel Hernández e Diomandé.

Treinador: -
Onze-Base (4-4-2): Jakupovic (McGregor); Elmohamady, Davies, Livermore (Dawson), Robertson; Snodgrass, Meyler, Huddlestone, Clucas; Diomandé, Hernández

Atenção a: Abel Hernández, Robert Snodgrass, Adama Diomandé, Ahmed Elmohamady, Tom Huddlestone