Balanço Final - Liga NOS 18/ 19

A análise detalhada ao campeonato em que houve um antes e um depois de Bruno Lage. Em 2018/ 2019 houve Reconquista.

Prémios BPF Liga NOS 2018/ 19

Portugal viu um médio carregar sozinho o Sporting, assistiu ao nascer de um prodígio, ao renascer de um suiço, sagrando-se campeão quem teve um maestro e um velocista.

Balanço Final - Premier League 18/ 19

Na melhor Liga do mundo, foram 98 contra 97 pontos. Entre citizens e reds, entre Bernardo Silva e van Dijk, ninguém merecia perder.

Os Filmes mais Aguardados de 2019

Em 2019, Scorsese reúne a velha guarda toda, Brad Pitt será duplo de Leonardo DiCaprio, Greta Gerwig comanda um elenco feminino de luxo, Waititi será Hitler, e Joaquin Phoenix enlouquecerá debaixo da maquilhagem já usada por Nicholson ou Ledger.

21 Novas Séries a Não Perder em 2019

Renasce The Twilight Zone, Ryan Murphy muda-se para a Netflix, o Disney+ arranca com uma série Star Wars e há ainda projectos de topo na HBO e no FX.

31 de março de 2016

Dicas Fantasy Premier League - Jornada 32

Adeus Selecções, olá Premier League. A última paragem para compromissos internacionais (amigáveis para as selecções europeias, jogos a doer nos restantes casos) já passou e agora, de 2 de Abril a 15 de Maio, seguem-se sete fins-de-semana repletos de emoções fortes e que irão ditar a classificação final.
    Com 31 jornadas disputadas em termos de Fantasy, há ainda muita coisa para acontecer: várias equipas têm jornadas duplas (Liverpool e Everton, com 29 jogos, são quem tem mais jogos para repor) e a sábia estratégia na utilização do bench boost, triple captain (e segundo Wildcard, para quem o preservou) acabará por fazer muita diferença.
    Chegamos a esta jornada 32 com Leicester e Tottenham separados por 5 pontos, e é muito difícil imaginar um cenário em que o título fuja a foxes e spurs, indo parar à galeria de troféus de outro emblema inglês. Arsenal, Manchester City, West Ham e Manchester United têm todos um jogo a menos em relação aos dois primeiros classificados, mas - embora o Arsenal tenha um final de época bastante favorável em teoria - devem disputar entre si as vagas europeias, sem esquecer na equação o Liverpool e, no limite, o Southampton. Na zona de descida, Bournemouth e Swansea parecem estar livres de perigo, ao contrário do Crystal Palace que, mantendo o péssimo momento, pode ver-se numa situação que há uns meses seria impensável; o Aston Villa (miserável contributo de Remi Garde enquanto esteve no clube) está condenado com apenas 16 pts (3 vitórias, 7 empates e 21 derrotas em 31 jogos), mas entre Sunderland, Newcastle e Norwich as coisas estão animadas. Nesse sentido há 2 jogos determinantes nesta ronda: Norwich-Newcastle, um daqueles jogos em que os nervos estarão à flor da pele, e o Sunderland-West Brom.
    O grande jogo da jornada acontece às 17h30 de Sábado, com o Liverpool a receber o Tottenham em Anfield. Um encontro entre duas equipas que têm energia para dar e vender, embora o Tottenham de Pochettino apresente neste momento maior maturidade e esteja na corrida ao título (um deslize pode ser aproveitado pelo Leicester no dia seguinte). O Liverpool de Klopp tem-se transcendido nos jogos grandes, e se olharmos para o calendário dos spurs esta visita a Anfield emerge como o jogo mais difícil até final da época. O Leicester recebe um Southampton que ainda guarda ambições de se qualificar para a Liga Europa, o Manchester United-Everton é um jogo que pode valer a pena se os ataques estiverem em dia sim, e nos restantes jogos dos "grandes", o Chelsea deve ter tarefa fácil, mas o Arsenal e principalmente o Manchester City terão muito trabalho contra Watford e Bournemouth. O factor casa dos gunners e a luz do título bem ao fundo faz do Arsenal favorito, mesmo tendo perdido no seu estádio com o Watford recentemente para a FA Cup; enquanto que o City derrotou o Bournemouth por 5-1 na primeira volta mas fora do Etihad a história é sempre outra, a não ser que Agüero e Silva estejam endiabrados. Não esquecer que enquanto Leicester, Tottenham, Stoke, Chelsea e West Ham são as equipas que mais pontuaram nos últimos tempos, o City perdeu por 4 vezes nos últimos seis jogos, vencendo apenas um jogo nesse período.
    Olhando para a ronda 31, Harry Kane (16 pts) foi quem mais pontuou - 2 golos e uma assistência contra o Bournemouth. Pellè, Fàbregas, Federico Fernández, Bellerín e Walters realizaram também uma jornada para recordar.
(Podem-se juntar à Liga Barba Por Fazer: Código - 114493-481221)

Nesta 32.ª jornada, sugerimos:

Jermain Defoe - Sunderland - 5.1
     A diferença na luta entre Sunderland, Newcastle e Norwich pode acabar por ser um veterano de 33 anos. Com a mesma eficácia e matreirice de sempre, o avançado inglês que já passou por variadíssimos clubes em Inglaterra, mesmo que de forma tímida já leva 12 golos esta temporada.
    No Fantasy, vem de uma sequência de 5-8-8 e, visto que o Sunderland tem uma recta final problemática (curiosamente, nas últimas épocas os black cats têm-se safado sempre à tangente amealhando pontos que pareciam impossíveis nas últimas jornadas), esta jornada (Sunderland-West Brom) ganha importância capital. Tanto esta jornada 32 como a 34 prometem ser decisivas para o percurso da equipa de Allardyce, treinador que tem sido capaz de contagiar os seus jogadores, incutindo-lhes espírito guerreiro e a crença de que podem garantir a manutenção. 
    Voltando a Defoe, que por vezes até parece ter mais anos do que realmente tem, marcou 1/3 dos golos do Sunderland neste campeonato (12 em 36). E acreditamos que continue a fazer a diferença com a sua astúcia de movimentos e remates rasteiros que os guarda-redes não são capazes de ir buscar.


Danny Welbeck - Arsenal - 7.3
    Três golos e uma assistência nos últimos 5 jogos fazem de Danny Welbeck um dos jogadores a ter em conta nestes últimos jogos. Com Kane num momento incrível, Pellè e Defoe em crescendo, Vardy e Agüero intermitentes e Lukaku com um calendário apetecível, sem esquecer os avançados do Watford, é difícil abrir espaço no plantel para Welbeck, mas o avançado inglês pode eventualmente servir como um diferencial interessante.
    O Arsenal tem 5 jogos em casa nos últimos 8 e por isso, para além de elementos defensivos, há que ponderar Özil, Sánchez e... Welbeck. O jogo deste Sábado contra o Watford servirá para perceber quanta fome têm os gunners de conseguirem intrometer-se ligeiramente na luta do título, segurando pelo menos o 3.º lugar.
    Welbeck é, de resto, apenas um de vários exemplos de um jogador que está longe de ter o seu lugar garantido nos 23 da sua Selecção para o Euro-2016. Com Kane e Vardy cada vez mais indiscutíveis, e Rooney a ter o estatuto de capitão do seu país, Welbeck - tal como Sturridge - terá que provar nestes últimos jogos que merece a chamada de Hodgson. E o facto de poder actuar no flanco pode inclusive colocá-lo a ombrear com os colegas de equipa Walcott e Chamberlain.    
   

Philippe Coutinho - Liverpool - 8.1
    Não é 100% garantido que Coutinho esteja pronto para ir a jogo depois de uma longa viagem de regresso a Inglaterra, mas o facto de ter actuado poucos minutos pelo Brasil deve colocar o 10 do Liverpool apto e no onze inicial no jogo grande deste fim-de-semana.
    Klopp tem Coutinho e Firmino em dúvida, mas o mais provável é que acabem ambos por ir a jogo. Nesta fase importa ter em conta que os reds estão presentes na Liga Europa, e têm a curto-prazo dois jogos de grau máximo de dificuldade com o Borussia Dortmund (7 e 14 de Abril). O técnico alemão tem por isso mesmo uma gestão para fazer, mas saberá certamente que partir para o embate com o Tottenham sem Coutinho e/ ou Firmino pode significar uma derrota caseira diante de uma equipa que está em forma e sempre com alta rotação.
    Caso jogue, como acreditamos, o Liverpool-Tottenham pode ser o tipo de jogo de Coutinho. O craque brasileiro tem perdido vários jogos por lesão mas nos jogos grandes costuma aparecer. Há um certo padrão de rendimento superior, esta época, nos jogos fora, mas seja como for, e com a excelente sequência de jogos do Liverpool a aproximar-se, é importante que comecem a apetrechar as vossas equipas de vermelho.


Cesc Fàbregas - Chelsea - 8.4
    Honestamente, não recomendamos a compra de Fàbregas havendo tantas e tão melhores opções em termos de meio-campo. Mas para quem esteja quase a usar o seu segundo Wildcard e possa fazer uma aposta de uma jornada só, o médio espanhol apresenta um potencial de retorno promissor.
    Falar do Chelsea esta época é, normalmente, falar de fracasso; ainda assim, os blues com Hiddink ainda não perderam no campeonato, e nesta jornada jogam com o deprimido Aston Villa.
    Willian tem sido o jogador mais consistente do Chelsea esta temporada mas Fàbregas - bisou na última jornada - é claramente um elemento a considerar. Depois de 3 golos e 19 assistências em 2014/ 15, o espanhol contabiliza apenas 4 golos e 4 assistências, tendo chegado na última jornada aos 100 pontos. É certo que não grande gozo apostar em jogadores do Chelsea, mas o Aston Villa-Chelsea pode ser um jogo bastante feliz para os campeões em título.
       

Aaron Cresswell - West Ham - 5.7
    O lateral-esquerdo do West Ham é um dos defesas com maior potencial de pontos extra (assistência, clean sheet e bónus) desta jornada 32. O West Ham está de boa saúde e os hammers tudo farão para assegurar um lugar no Top-4, isto numa época especial, a última em que o Boleyn Ground serve de casa para a equipa londrina.
    O adversário desta jornada dá pelo nome de Crystal Palace, equipa com apenas 2 pontos conquistados nos últimos 18 possíveis; e cujo registo é apenas superior ao do Aston Villa no conjunto dessas seis jornadas. Com Dimitri Payet e Michail Antonio num grande momento, e Lanzini radiante depois de ter sido comprado a título definitivo pelo clube, tudo aponta para um grande jogo. Na defesa, Ogbonna e Cresswell têm sido as figuras principais nos últimos jogos. E um dia Hodgson há-de nos explicar o porquê de nunca ter dado uma oportunidade ao ex-Ipswich no corredor esquerdo da Inglaterra.



Outras Opções:
- Guarda-Redes: Na baliza e visto que defronta o Aston Villa, apostamos em Thibaut Courtois (5.3) como o número 1 desta jornada. No Arsenal persiste a dúvida entre qual dos dois guardiões (Cech ou Ospina) jogará nesta jornada, a boa defesa do Tottenham enfrenta um teste muito complicado em Anfield, e por tudo isto Adrián (5.0) parece-nos uma boa alternativa ao belga do Chelsea. O Southampton está em forma, mas Kasper Schmeichel e a defesa do líder da Premier League também, e por fim veremos se é Haugaard ou Given a substituir o lesionado Butland. Pede-se a John Ruddy um grande jogo para travar o Newcastle no jogo de aflitos.

- Defesas: Na defesa, já referimos o esquerdino Cresswell, mas fazemos questão de eleger Héctor Bellerín (6.3), um dos defesas em melhor forma nas últimas semanas, e o melhor lateral direito até ver desta edição. Ivanovic, Timm Klose, Patrick van Aanholt (4.7) e Christian Fuchs (5.0) são opções bastante interessantes. É bastante provável que o Bournemouth marque ao Manchester City, mas atenção ao impacto de Otamendi nas bolas paradas ofensivas contra os cherries.

- Médios: Entre médios, palavras para quê? Dimitri Payet (8.3). O craque francês atravessa um momento brutal, marcou pela Selecção, é capaz de ser neste momento o melhor marcador de livres directos no panorama europeu, e defronta um Crystal Palace vulnerável e fora de forma. Ter Payet é obrigatório.
    Riyad Mahrez (7.4) já vai em 216 pontos, e por isso é jornada após jornada titular indiscutível, embora os melhores jogos do argelino, ao contrário de Vardy, sejam fora; Mesut Özil (9.7) perdeu fulgor mas está quase a chegar às 20 assistências, e é importante tê-lo a ele ou ao colega de equipa Alexis Sánchez (10.8). Marko Arnautovic (6.6), Willian (7.1) e Michail Antonio (5.4) são outros dos jogadores que poderão marcar a jornada 32.

- Avançados: Na frente, o excelente momento de Harry Kane (10.4) é impossível de ignorar, mesmo defrontando o Liverpool fora, e Kun Agüero (13.6) pode decidir o Bournemouth-M. City. Jamie Vardy (7.9), Romelu Lukaku (8.9), o jovem Marcus Rashford (4.5) e Graziano Pellè (7.8) são os outros goleadores que devem ponderar ter.


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11 (3-5-2): Courtois; Bellerín, Fuchs, Cresswell; Mahrez, Sánchez, Antonio, Payet, Arnautovic; Agüero, Kane

Atenção a (Clássico; Diferencial):
Aston Villa v Chelsea - Willian; Cesc Fàbregas
Arsenal v Watford - Mesut Özil; Danny Welbeck
Bournemouth v Manchester City - Kun Agüero; Nicolás Otamendi
Norwich v Newcastle - Georginio Wijnaldum; Timm Klose
Stoke v Swansea - Marko Arnautovic; Joselu
Sunderland v West Brom - Jermain Defoe; Patrick van Aanholt
West Ham v Crystal Palace - Dimitri Payet; Michail Antonio
Liverpool v Tottenham - Harry Kane; Philippe Coutinho
Leicester City v Southampton - Jamie Vardy; Graziano Pellè
Manchester United v Everton - Romelu Lukaku; Marcus Rashford

30 de março de 2016

100 Melhores Personagens de Séries - Nº 42



Série: House
Actor: Hugh Laurie


por Tiago Moreira

    Gregory House, House ou simplesmente Greg. O melhor doutor do pequeno ecrã (desculpem-me fãs de Anatomia de Grey) que é coxo. Uma série de sucesso internacional, não só por construir casos com raciocínios minimamente lógicos à volta do tema medicina (também muitos mitos foram criados que o comum espectador "engolia" sem notar), mas também pela personangem que aqui nos traz hoje.
    House é o epicentro da série, como se pode comprovar pelo nome da mesma. A sua personalidade peculiar foi um autêntico chamariz de fãs. Um génio rezingão, sem paciência para lidar com pessoas na sua generalidade e bastante focado nos seus pacientes. Bem... Não é bem pelos pacientes em si, mas sim pelos seus problemas de saúde. House não se preocupa minimamente com a vida dos pacientes, mas tem sim prazer em desbloquear os quebra-cabeças que lhe aparecem à frente. Seja de que forma for. É conhecido por usar métodos pouco ortodoxos com os seus pacientes, ou até opções arriscadas para o estado de saúde dos mesmos. Isto faz com que House e sua restante equipa médica esteja em constante confronto de juízos, já que os seus colegas preferem permanecer na zona de conforto no que à medicina diz respeito. Limitam-se a aplicar métodos que apreenderam ao longo da sua profissão, contrastanto com o irreverente House que tenta sempre resolver um problema de forma mais ousada e à sua maneira- Tudo porque sua filosofia assenta num ponto: a verdade sobre a condição humana é que toda a gente mente e a única variável é sobre o quê.
    Para além da série se basear nestes casos, aborda pontualmente a vida pessoal de House. No seu abuso de drogas que acabam por influenciar a sua vida como a de amigos. Sim, amigos. Apesar de ser um homem geralmente amargo, anti-social e rabugento é um ser-humano como todos nós. E qualquer ser-humano cede em certo ponto perante a amizade. Quer queiramos ou não admitir, dependendos todos uns dos outros.


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Nota Editorial: A compilação/ organização e ordem das personagens deste Top é responsabilidade de Miguel Pontares e Tiago Moreira. Os textos tiveram a colaboração de Lorena Wildering, Nuno Cunha, Cê e SWP.
Foram tidos em consideração séries com pelo menos 1 temporada, concluída a 1 de Outubro de 2015. Mais informamos que poderão existir spoilers relativos às personagens e/ ou às séries que elas integram, passíveis de constar na defesa e caracterização de cada uma das 100 personagens.

29 de março de 2016

Revisão: 'Daredevil' (2.ª Temporada)

Criado por
Drew Goddard

Elenco
Charlie Cox, Deborah Ann Woll, Elden Henson, Jon Bernthal, Elodie Yung, Scott Glenn, Rosario Dawson, Vincent D'Onofrio

Canal: Netflix

Classificação IMDb: 8.8 | Metascore: 68 | RottenTomatoes: 76%
Classificação Barba Por Fazer: 80


- Abaixo podem encontrar Spoilers - 

A História: 

    "Afinal havia outra". Citar Mónica Sintra para iniciar uma análise à segunda temporada de 'Daredevil' pareceu-nos o mais lógico: depois de uma temporada de estreia que estabeleceu o produto Marvel-Netflix instantaneamente como a melhor série de super-hérois actualmente na TV, as 13 novas aventuras de Matt Murdock souberam manter o nível (no cômputo geral é efectivamente inferior à primeira, uma acepção que decorre de a) a primeira não ter tido termo de comparação, b) o facto desta 2.ª temporada arrancar num nível inesperadamente acima da primeira temporada, sem revelar depois a capacidade de manter esse fulgor e c) excesso de ninjas na segunda metade, o que a torna anti-climática).
    Para os mais esquecidos, o binge-watch que a Netflix nos permitiu em 2015 terminou com Matt Murdock (Charlie Cox) a assumir o seu fato, e com o brutal antagonista Wilson Fisk (Vincent D'Onofrio) condenado, na prisão. Menos de um ano depois, e 4 meses depois de Jessica Jones dar os seus primeiros passos no streaming televisivo, novas pranchas e vinhetas de 'Daredevil' para devorar - a série foi disponibilizada na íntegra a 18 de Março.
    Não há melhor maneira de transmitir o ambiente de 'Daredevil' do que o pitch ambicioso que foi feito para que a série fosse para a frente: queremos ser mais 'The Wire' e menos 'Smallville'. E o que é certo é que a fasquia que Christopher Nolan conseguiu colocar no Cinema de Super-Heróis com a trilogia 'The Dark Knight', Drew Goddard tem-no feito com 'Daredevil' (embora 'Jessica Jones' tenha seguido o exemplo e, em parte, o tom).

    Depois de Kingpin na primeira season, as duas grandes novidades em Hell's Kitchen desta vez são Frank Castle (Jon Bernthal) aka Punisher e Elektra (Elodie Yung). Nomes de peso.
    Tal como a própria promoção que fora feita à série - primeiro com um vídeo com Daredevil e Frank Castle, e depois com outro mais focado em Elektra - as atenções são totalmente voltadas para o choque Daredevil/ Punisher numa primeira fase e depois, embora felizmente o subplot de Frank Castle nunca desapareça mas vá perdendo destaque, Elektra traz consigo lembranças do passado, ninjas, muitos ninjas que escalam paredes e o regressado Stick.
    Um dos temas mais abordados nesta temporada, um clássico em histórias de super-heróis que se torna indirectamente em voga na realidade graças ao terrorismo, é a definição de limites na procura de justiça. Frank Castle, tal como Daredevil, é um vigilante, mas com uma diferença - mata (You're one bad day away from being me; You hit them and they get back up. I hit 'em and they stay down!). Assim se passam os primeiros episódios, com Punisher a dizimar os gangues locais, e Daredevil a travá-lo, convicto de que ambos têm os mesmos objectivos mas diferentes abordagens e regras. Embora Elektra traga consigo alguns bons momentos/ episódios, é indiscutível a marca de Frank Castle nesta temporada - os 4 primeiros episódios introduzem-no de forma incrível, e quando passa para segundo plano volta a roubar atenções, quer na forma como sai da prisão, quer depois cá fora.
    Quando Daredevil vira atenções para Elektra (descurando inclusive o julgamento de Frank Castle) a acção propriamente dita segue-os, envolvendo depois a já conhecida Yakuza, a nova The Hand (que recupera um dos vilões secundários da primeira temporada) e o ancião Stick.
    
    
A Personagem: Frank Castle (Jon Bernthal).
    One batch, two batch, Penny and dime.     
  A personagem, por si só, ajudaria qualquer actor, mas Bernthal é o veículo perfeito para a frieza clínica, brutalidade, sede de vingança e conflito interno de Frank Castle.
    Quando no primeiro episódio se limita a dizer uma palavra (Bang), embora seja indirectamente apresentado através dos estragos avassaladores que provoca, torna-se evidente que o caminho da personagem está bem planeado. Durante os 4 primeiros episódios - juntos fariam um grande filme - a presença de Jon Bernthal como The Punisher catapulta a série para um nível acima do que já tínhamos visto, e vários diálogos com Daredevil são para ver e rever. A reflexão sobre o pouco que os distingue com Daredevil acorrentado no terraço e, finalmente, aquele monólogo no cemitério (porventura longo demais, mas quem é que se importa?!) em que desabafa sobre a família e os seus motivos, e explica a frase que usa para se acalmar em clima de guerra. Uma cena que terá servido para os mais desatentos porem finalmente os olhos em Jon Bernthal, e que sozinha justificava umas quantas nomeações para o actor de 'The Walking Dead', 'Fury' e 'The Wolf of Wall Street'.
    Se juntarmos a tudo isto o facto de chamar Red a Daredevil, de partilhar algumas cenas com Wilson Fisk, as conversas com Karen, o momento em que aguenta toda e qualquer tortura até ameaçarem a vida do seu cão e, por fim, a longa sequência em que sobrevive a um ataque encomendado na prisão... aqui têm uma das novas melhores personagens de 2016.


O Episódio: 03 'New York's Finest' e 04 'Penny and Dime'.
    Em linha do que já aqui foi dito, o melhor de Punisher vs Daredevil teria que ser o melhor desta temporada. Como referimos, os primeiros quatro episódios podiam funcionar isoladamente como um filme, mas se há dois que não podem mesmo ser separados são 'New York's Finest' e 'Penny and Dime', 3 e 4 respectivamente.
    Juntos compõem uma montanha russa de emoções, e uma experiência televisiva completa. Frank consegue ter Daredevil acorrentado, ambos discutem sobre o seu papel e os seus diferentes métodos no controlo do crime, e o terceiro episódio termina com uma sequência de luta filmada em plano-sequência (comparativamente com a sequência brutal no episódio 2 da 1.ª temporada, desta vez é mais fácil detectar os cortes) Em termos de stunts é uma das melhores sequências de combate da temporada envolvendo Daredevil, e só o ataque a Frank na prisão se aproxima, embora com um estilo muito diferente. Depois, 'Penny and Dime' acaba por ser o episódio mais emocional da temporada, com Frank, o anti-herói com que segue um código, a explicar, desfeito, os seus motivos; e quando tudo parece sereno, é-nos mostrada Elektra pela primeira vez.


O Futuro: 
    É sabido que a série 'The Defenders' (que juntará Daredevil, Jessica Jones, Luke Cage e Iron Fist) está projectada para breve, mas o mais provável é ir para o ar só em 2017. Daredevil chegará a esse team-up já com 2 temporadas, Jessica Jones já foi apresentada, e Luke Cage terá o seu lugar ao Sol em Setembro. Em relação a Iron Fist (que será interpretado pelo actor de Game of Thrones, Finn Jones) a série ainda está bastante atrasada em termos de produção portanto das duas uma: ou 'The Defenders' chega mais tarde ou então Iron Fist será aí introduzido, tendo só depois a sua série individual.
    Relativamente a 'Daredevil', ainda há pano para mangas. Depois de Kingpin, Punisher e Elektra, ainda há por exemplo Bullseye para complicar a vida de Matt Murdock; embora as histórias de Elektra e Kingpin (D'Onofrio é incrível) estejam longe de estar concluídas. Já em relação a Frank Castle, Jon Bernthal provou ser capaz de segurar sozinho um franchise e seria interessante ver The Punisher a ter a sua própria série. Importa não esquecer Melvin, o "alfaiate" de Daredevil, que nas BD's torna-se ele próprio um herói.
    Dêem-me um bom antagonista, e terão uma boa série. O mote tem sido este para as séries da Marvel na Netflix, com Kingpin, Kilgrave e agora Punisher (o último com um arco diferente, naturalmente), mas no meio de tudo isto a ligação que o espectador constrói com Matt Murdock é curta, e o seu amigo Foggy passou de comic relief para personagem quase dispensável nesta temporada.
    Concluindo, a temporada foi de um só homem...


    

28 de março de 2016

100 Melhores Personagens de Séries - Nº 43




Série: Orange is the New Black
Actriz: Uzo Aduba


por Lorena Wildering

    Já aqui falámos de “Orange Is The New Black”, uma das séries mais populares da Netflix. Suzanne “Crazy Eyes” Warren, interpretada pela incrível Uzo Aduba, é mais uma inquilina da prisão de Litchfield e uma das melhores e mais interessantes personagens. Suzanne usa o cabelo em nós e tem olhos tão salientes que parece que lhe saem da cara e que lhe dão o seu ar assustador e louco, daí ser apelidada de “Crazy Eyes”.
    Na primeira temporada, Suzanne fica obcecada pela nova caloira da prisão, Piper Chapman (Taylor Schilling), quem apelida de “Dandelion”. Quando percebe que Piper a rejeita, encena um dos momentos mais hilariantes e infames da série: urina no chão do cubículo de Piper.

    Pela segunda temporada, já recuperada pelo amor não correspondido por Piper, Suzanne cai na influência da veterana Vee (Lorraine Toussaint), que rapidamente estabelece o seu poder pela prisão e cria uma pequena rede de tráfico de droga. Suzanne é manipulada por ela durante toda a temporada, sem nunca conseguir chegar a essa conclusão sozinha, sofrendo quando Vee escapa da prisão sem nunca mais voltar.
    A segunda temporada mostra uma Suzanne violenta, onde é revelado que agrediu Piper no meio de um ataque de pânico, confundindo-a com a sua mãe adoptiva, no final da primeira temporada enquanto esta esmurrava Pennsatucky (Taryn Manning). É aqui que conhecemos a história de Suzanne num dos conhecidos flashbacks que conta a história de cada presa. Foi adoptada por um casal branco quando tinha cinco anos, mas a mãe acaba por conseguir engravidar e tem uma filha biológica. Aos 10 anos, apercebem-se de que Suzanne não tem um desenvolvimento social normal e a forma como lidam com isso causa-lhe ainda mais problemas.

    A terceira e mais recente temporada já mostra uma grande evolução desta personagem, guiada por Taystee (Danielle Brooks) e pela nova conselheira de Litchfield, Berdie Rogers, para se tornar numa pessoa mais calma. É na aula de teatro desta que Suzanne cria uma série de ficção científica erótica, os “Time Hump Chronicles”, um hit imediato dentro da prisão. O final da temporada sugere que a personagem vai continuar a ver melhores dias com Maureen (Emily Althaus), uma nova presa que parece sentir-se atraída por Suzanne.

    É verdade que o conjunto de personagens de OITNB nos traz um dos elencos mais diversificados da televisão actual, mas Suzanne é uma das que pertence a três grupos minoritários em simultâneo: é negra, lésbica e doente mental. E Uzo Aduba é uma das grandes estrelas da série (o Emmy ganho o ano passado que o diga) por interpretar esta complexa personagem que ainda tem muito para contar. É esperar pela quarta temporada que estreia já em Junho deste ano.                            


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Nota Editorial: A compilação/ organização e ordem das personagens deste Top é responsabilidade de Miguel Pontares e Tiago Moreira. Os textos tiveram a colaboração de Lorena Wildering, Nuno Cunha, Cê e SWP.
Foram tidos em consideração séries com pelo menos 1 temporada, concluída a 1 de Outubro de 2015. Mais informamos que poderão existir spoilers relativos às personagens e/ ou às séries que elas integram, passíveis de constar na defesa e caracterização de cada uma das 100 personagens.

26 de março de 2016

100 Melhores Personagens de Séries - Nº 44





Série: The Office
Actriz: Rainn Wilson


por Nuno Cunha

    É na versão americana da sitcom original da BBC ‘The Office’ que encontramos o número 42 deste top das 100 Melhores Personagens de Séries. Recheada de humor negro, sarcasmo, jogos de palavras e inside jokes, ‘The Office’ é um mockumentary que procura retratar o dia-a-dia de um grupo normal de trabalhadores num escritório em Scranton, Pensilvânia, e que tem como pano de fundo a empresa de distribuição de papel Dunder Mifflin. Com episódios curtos de apenas 30 minutos e filmados quase sempre com uma única câmara, esta série destaca-se pela excelente interação entre as personagens, num elenco pouco conhecido mas de grande qualidade e onde a diversidade impera.

    Quando a série começou em 2005 a única “estrela” deste elenco era Steve Carell, que iria interpretar Michael Scott, a personagem principal. Mas é no seu “braço-direito”, Dwight Schrute, que queremos concentrar as nossas atenções. Dwight é uma daquelas pessoas a quem o chamado senso-comum não assiste e que não se destaca propriamente pelas suas capacidades de interação social. Estas vulnerabilidades acabam por deixá-lo exposto às partidas do seu maior rival no escritório, o engraçadinho Jim Halpert (um bom exemplo disto).
    Para além de ser um dos melhores representantes de vendas da Dunder Mifflin, Dwight é Assistente do Gerente Regional, Michael Scott. Mas este cargo não chega a Dwight, que se vê a si próprio como Gerente Regional Assistente e, consequentemente, como número 2 da divisão da Dunder Mifflin em Scranton. A aprovação de Michael leva Dwight a mover montanhas, encarando cada pedido do seu ídolo e modelo de sucesso como a prioridade número 1. Mas esta dedicação nem sempre é vista com bons olhos por Michael, que considera no mínimo exagerada a prontidão de Dwight para o servir, que, por outras palavras, se pode chamar de lamber as botas.

    Dono de uma personalidade narcisista, auto-suficiente e com um grande desejo pelo poder e controlo, Dwight esconde a sua inaptidão social na tentativa de racionalizar e de encontrar a resposta mais lógica para cada problema. No escritório, acaba por não ser levado a sério pelos colegas que não veem nele a autoridade que ele desejaria.
    Mesmo não sendo a estrela maior de ‘The Office’, cujo protagonismo é roubado por Steve Carell, Dwight oferece alguns dos momentos mais engraçados e hilariantes desta série de comédia, sobretudo nas cenas de interação com o seu arqui-inimigo Jim.

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Nota Editorial: A compilação/ organização e ordem das personagens deste Top é responsabilidade de Miguel Pontares e Tiago Moreira. Os textos tiveram a colaboração de Lorena Wildering, Nuno Cunha, Cê e SWP.
Foram tidos em consideração séries com pelo menos 1 temporada, concluída a 1 de Outubro de 2015. Mais informamos que poderão existir spoilers relativos às personagens e/ ou às séries que elas integram, passíveis de constar na defesa e caracterização de cada uma das 100 personagens.

21 de março de 2016

100 Melhores Personagens de Séries - Nº 45



Série: Game of Thrones
Actor: Conleth Hill, Aidan Gillen


por Tiago Moreira

    Surpresa, porra! Hoje não temos apenas uma personagem. Temos duas! E esta, hein?
    E são duas das personagens mais importantes da série Game of Thrones. A atenção está muito concentrada nos irmãos Stark, na família Lannister e na única herdeira do sangue Targaryen. Porém, esquecemo-nos que estas duas personagens contribuem duma maneira exorbitante para o enredo da série e proporcionam excelentes diálogos com quem seja. O melhor, provavelmente, é de ambos. Onde acabam por discutir interessentes e diferentes visões sobre a definição de caos.
    Sem mais demoras, falo de Lord Varys e Petyr Baelish (Littlefinger). Dois dos melhores cérebros criados por George R. R. Martin e que são autênticas aranhas. Ambos partilham de visões diferentes, mas - no fundo - partilham do mesmo interesse: o poder. Se Baelish é peremptório no que a este tema diz respeito, onde acaba mesmo por admitir ao próprio Varys (na conversa que anteriormente referi) que sonha com o Iron Throne. O mesmo até é apanhado a olhar fixamente para o trono e chega mesmo a referir que sabe o número de espadas exactas que o perfazem.
    Varys desdenha qualquer sentimento relativo a poder e reafirma que só quer o bem do reino. Porém, acaba por querer manipular tudo e todos no que respeita ao reino em si. Não quer o poder propriamente dito, mas quer manipular quem está no poder. Varys a um jogador de xadrez. Prezando sempre pela audácia, perspicácia, inteligência e - sobretudo - esperteza.
    É unânime para o Barba Por Fazer que ambos poderiam estar mais acima do que estão. Porém, acreditamos (assim como outros personagens) que se destacarão ainda mais na temporada que aí se aproxima.

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Nota Editorial: A compilação/ organização e ordem das personagens deste Top é responsabilidade de Miguel Pontares e Tiago Moreira. Os textos tiveram a colaboração de Lorena Wildering, Nuno Cunha, Cê e SWP.
Foram tidos em consideração séries com pelo menos 1 temporada, concluída a 1 de Outubro de 2015. Mais informamos que poderão existir spoilers relativos às personagens e/ ou às séries que elas integram, passíveis de constar na defesa e caracterização de cada uma das 100 personagens.

18 de março de 2016

Dicas Fantasy Premier League - Jornada 31

Sejam bem-vindos a mais uma antevisão de jornada da Premier League. O anúncio das jornadas duplas (34 e 37, embora falte ainda calendarizar o Crystal Palace-Everton) forneceu uma boa dor de cabeça a todos os utilizadores de Fantasy que ainda têm alguns jókers preservados, principalmente o tridente: segundo wildcard, bench boost e triple captain. O timing de cada um destes jókers nestas últimas 8 jornadas acabará por ser determinante e custar/ valer muitos lugares na classificação final.
    Depois de uma jornada magra que contou com apenas metade dos jogos habituais, a 31 faz regressar o formato tradicional. O líder Leicester (tem o melhor registo no campeonato tanto em casa como fora) viaja ao reduto do Crystal Palace que, embora esteja nas meias da FA Cup, não ganha para a Liga desde 19 de Dezembro. Tanto o Everton-Arsenal como o Chelsea-West Ham têm tudo para corresponder às expectativas, mas é no Domingo que se jogam 4 jogos fantásticos: o derby de Manchester, o escaldante derby da manutenção entre os rivais Newcastle e Sunderland; o Bournemouth (fantástico 13.º lugar) quererá contrariar o favoritismo dos spurs, e o Southampton recebe o Liverpool de Klopp - é preciso ter presente que os reds atropelaram o Southampton naquele mesmo estádio por 6-1 há pouco tempo, e embora actualmente em oitavo lugar, os pupilos estão longe de estar afastados da luta pelo Top-4, com um calendário bastante prometedor nas últimas jornadas.
    Cumprida esta jornada chegará a pausa para os compromissos das Selecções e, daí para a frente, jogar-se-ão sete jornadas non-stop ao longo de Abril e Maio.
    Antes de individualizarmos, num pequeno exercício de especulação, futurologia e análise estatística, importa olhar para os números da jornada 30: Harry Kane e Graziano Pellè (ambos com 13 pontos) foram os grandes destaques da ronda, acompanhados pelo inesperado Barrow, pelo finalmente-a-aparecer Max Gradel e por um trio de médios consistentes - Sigurdsson, Arnautovic e Dele Alli. Destaque ainda para Vincent Kompany, que entretanto se lesionou mais uma vez, com o belga a conseguir a sua nona clean sheet da época, tendo disputado apenas 12 jogos (a sua 13.ª participação durou apenas 9 minutos). Dá que pensar... como seria uma época do Manchester City com Kompany a 100% ?!
(Podem-se juntar à Liga Barba Por Fazer: Código - 114493-481221)

Nesta 31.ª jornada, sugerimos:

Dimitri Payet - West Ham - 8.2
    Sim, Payet vai a Stamford Bridge. Mas e então?
    O West Ham de Bilic tem dito sempre presente nos grandes jogos, e este fim-de-semana não deve ser excepção. A ausência de Diego Costa pode ser bastante útil para os hammers que, completamente envolvidos na luta por um lugar de acesso à Champions nesta altura, só não são a equipa-sensação desta edição porque há um trajecto de sonho (oxalá que dure até ao fim) chamado Leicester.
   As últimas convocatórias para as Selecções primaram pela justiça - N'Golo Kanté e Drinkwater poderão estrear-se pela França e Inglaterra - e Payet fará companhia a Kanté no estágio francês. Têm sido dois dos melhores jogadores, incrivelmente regulares, desta Premier League 15/ 16 e, num universo justo, acabariam titulares no Euro.
    A regularidade de Payet (Mahrez tem sido o melhor jogador do campeonato, mas Payet é classe da cabeça à ponta das chuteiras) tem sido assustadora, no bom sentido, e depois de virar o jogo em Goodison Park com 1 golo e uma assistência, marcou um golaço de livre em Old Trafford.
    O 27 do West Ham é o talismã da equipa, um perigo nos livres directos, cruzador exímio em bolas paradas ou com o jogo corrido, e o Chelsea parece-nos incapaz de o travar. E Payet tem um bónus: sabe sempre bem tê-lo na equipa.  


Romelu Lukaku - Everton - 8.8
    Os toffees estão nas meias-finais da FA Cup e vão pisar o mítico relvado de Wembley depois de Romelu Lukaku atirar o Chelsea para fora da competição com um bis fantástico (que trabalho individual no 1.º golo!).
    A vítima que se segue é também uma equipa londrina: um Arsenal que poderá acusar o cansaço de ter defrontado o Barcelona a meio da semana. Com 18 golos apontados (já é o seu recorde pessoal na Premier League) neste momento, Lukaku reúne todas as condições para ser um dos grandes candidatos ao título de melhor marcador - ele, Kane, Vardy e Agüero deverão lutar pela Bota de Prata, e é provável que o melhor termine com uma marca de 20 e muitos golos.
    Às vezes esquecemo-nos, porque já o vemos em grande na Premier League há quase 4 anos, mas Lukaku tem apenas 22 anos. É difícil imaginar o futuro do avançado belga, por ainda ter muita margem e tempo para crescer como jogador. Mas os próximos meses devem servir para que o Everton receba várias ofertas chorudas - é um dos grandes candidatos a melhor marcador, e deve ser a referência de uma Selecção e de uma geração à procura de ter o seu primeiro grande certame internacional.
   

Craig Gardner - West Brom - 5.1
    Naturalmente, olhando para o West Bromwich Albion de Tony Pulis, faz mais sentido ponderarem a contratação do venezuelano Salomón Rondón para as vossas equipas. O portentoso avançado marcou 4 golos nos últimos seis jogos, recebe agora o Norwich, defronta depois o Sunderland e pouco depois na jornada 34 joga duas vezes. Problema: as prioridades em termos de avançados (Kane, Lukaku, Agüero, Vardy e Ighalo, para já).
    Posto isto, o médio Craig Gardner pode ser um diferencial interessante. Não sendo um goleador, é um elemento com boa meia distância, boa chegada à área e que tem ainda as bolas paradas a seu favor. Nas melhores épocas em Inglaterra marcou 8 e 6 golos, mas está num bom momento: marcou e assistiu diante do Crystal Palace, e voltou a marcar no empate em casa do Leicester.
    Como sempre, na Hora H as equipas de Pulis dizem não a qualquer hipótese de descida. O WBA ganhou 3 jogos e empatou um nos últimos 4, e defronta agora um aflito, o Norwich.


Ashley Williams - Swansea - 4.9
    Embora haja diversos defesas centrais em terras de Sua Majestade adaptados à modernidade - jogadores como John Stones, Virgil van Dijk e Toby Alderweireld sabem sair a jogar com elegância e critério -, dá sempre gosto ver exibições à antiga no futebol britânico.
    A dupla do Leicester (Morgan-Huth) é a prova que elementos limitados ainda podem resultar, e tal como eles quando se vê a capacidade de sacrifício, a dimensão física e a incrível concentração e voz de comando de jogadores como Ashley Williams ou Ryan Shawcross, sabemos que este tipo de centrais continuarão sempre a existir.
    Um dos melhores centrais neste campeonato, e um dos mais fiáveis nas últimas épocas, é complicado compreender como é que Williams custa apenas 4.9. É certo que o Swansea não tem sido capaz de revelar a segurança defensiva como na época transacta, mas o galês é um íman de Bónus. Esta jornada o adversário dá pelo nome de Aston Villa, o cada-dia-mais-condenado-à-descida, e Williams tem boas hipóteses de clean sheet e de Bónus (embora desta vez os 3 pts talvez fiquem com Sigurdsson). Como os números não enganam, reparem nisto: entre todos os jogadores deste Fantasy 15/ 16 só 6 jogadores (Mahrez, Özil, Vardy, Ighalo, Lukaku e Kane) têm mais pontos de Bónus do que o capitão do Swansea e do País de Gales. Williams tem 21 pts de Bónus, mais do que qualquer outro defesa, e nos 7 jogos sem golos sofridos do Swansea, em 6 deles ele teve Bónus 3, recebendo 2 pontos de Bónus no empate a zeros diante do Everton. Se o Aston Villa não marcar, já se sabe o que vai acontecer...    
       

Troy Deeney - Watford - 5.2
    Se Ighalo não estivesse em dúvida seria ele o nosso eleito nesta última vaga, mas a conjuntura desta jornada 31 parece bastante favorável para o inglês Troy Deeney.
    Um diferencial evidente, o capitão do Watford recebe neste Sábado um Stoke City privado de Shawcross. Quer isto dizer, permeável. A defesa do Stoke perde muita capacidade sem o seu líder, e Deeney poderá ter uma tarde feliz se acrescentarmos dois dados ao raciocínio: o facto de Deeney ser o jogador desta edição da Premier League com mais duelos ganhos no jogo áereo, e a motivação extra do Watford por ter eliminado o Arsenal no Emirates Stadium, carimbando o acesso a Wembley nas meias da FA Cup.
    Em relação ao Norwich não podemos dizer o mesmo, mas as subidas de Watford e Bournemouth (magnificamente bem orientados por Quique Flores e Eddie Howe esta temporada) chegou em boa altura.


Outras Opções:
- Guarda-Redes: Alérgicos aos derbies (o City-United deve pender para a equipa da casa, mas o mesmo não podemos dizer do Newcastle-Sunderland), as melhores opções desta ronda são Lukasz Fabianski (4.7), Ben Foster (4.9) e Gomes (4.9). O Southampton pode começar a orar para Fraser Forster estar num daqueles dias, a confiança do Bournemouth pode beliscar uma potencial clean sheet de Lloris e no Crystal Palace-Leicester, acreditamos que o líder consiga os 3 pontos, mas poderá sofrer um golo.

- Defesas: Na defesa, e porque mesmo que sofra um golo ele normalmente vai buscar pontos de alguma maneira, o belga Toby Alderweireld (6.5) parte na pole position. O já referido Ashley Williams faz-lhe companhia, bem como Christian Fuchs (5.0), o defesa do Leicester mais propenso a ter Bónus.
   A profundidade conferida por Danny Rose ao longo do corredor esquerdo do Tottenham (indissociável dos números que Kane terá no Domingo) e a altura do gigante Jonas Olsson podem também fazer a diferença nesta jornada.

- Médios: Entre médios, já referimos o francês Dimitri Payet (claramente mais válido numa perspectiva de longo-prazo do que Craig Gardner) e não se esqueçam que Riyad Mahrez (7.4) costuma destacar-se especialmente nos jogos fora. O Everton-Arsenal servirá para observar Özil, Sánchez, Barkley e Lennon, enquanto os 3 destaques da faixa intermediária na ronda anterior (Marko Arnautovic, Gylfi Sigurdsson (7.3) e Dele Alli) tentarão dar sequência ao bom momento.
     Os derbies de Manchester costumam servir para David Silva brilhar; Firmino e Coutinho podem muito bem semear o terror na defesa dos saints; é chegada a altura de Wijnaldum e companhia dizerem presente e mostrarem que querem permanecer no primeiro escalão; e veremos como aparece o dinamarquês Christian Eriksen depois de, tal como Kane, ter descansado a meio da semana. Especial atenção ainda a Michail Antonio, o colega de equipa de Payet que marcou sempre nas últimas três jornadas.

- Avançados: Já falámos de Lukaku, mas é impossível não acrescentar às contas Harry Kane (10.3) Kun Agüero (13.6)Jamie Vardy (7.9) nunca deve ser colocado de parte, Salomón Rondón (6.5) tem estado em bom plano, e atenção ao veterano Defoe.


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11 (3-4-3): Foster; Williams, Alderweireld, Fuchs; Mahrez, Sigurdsson, Firmino, Payet; Agüero, Kane, Lukaku

Atenção a (Clássico; Diferencial):
Everton v Arsenal - Romelu Lukaku; Aaron Lennon
Chelsea v West Ham - Dimitri Payet; Willian
Crystal Palace v Leicester City - Riyad Mahrez; Christian Fuchs
Watford v Stoke - Marko Arnautovic; Troy Deeney
West Brom v Norwich - Salomón Rondón; Craig Gardner
Swansea v Aston Villa - Gylfi Sigurdsson; Ashley Williams
Newcastle v Sunderland - Georginio Wijnaldum; Jermain Defoe
Southampton v Liverpool - Roberto Firmino; Philippe Coutinho
Manchester City v Manchester United - Kun Agüero; David Silva
Tottenham v Bournemouth - Harry Kane; Danny Rose

16 de março de 2016

100 Melhores Personagens de Séries - Nº 46



Série: Luther
Actor: Idris Elba


por Miguel Pontares

    Silêncio, que se vai falar sobre Idris Elba. Confesso que uma valente desinformação e uma razoável preguiça me impediram de devorar 'Luther' mais cedo. Sim, eu pensava que era sobre Martin Luther King Jr. E pronto, já me saiu um peso de cima dos ombros depois desta confissão.
    John Luther e Sherlock Holmes têm pontos em comum. São detectives, inteligentes, pensam "fora da caixa" e têm uma capacidade invulgar para analisar situações, cenários e criminosos. Aquilo que eu sinto é que a personagem de Cumberbatch me dava 30-0 numa troca de argumentos, e Luther ficava-se pelos dez. E isto não é uma crítica ao DCI John Luther, é apenas o reforço do seu carácter terra-a-terra.
    Sherlock só há um e, se o considerarmos a divindade dos detectives (meu deus, onde é que este texto vai parar, ajudem-me), então é adequado pensar em Luther como a sua representação entre os homens.
    John Luther segue os instintos mas, embora intuitivo, consegue sempre apoiar-se em deduções lógicas. Quer sempre fazer justiça e recorre para isso a métodos pouco ortodoxos, quebrando várias vezes o protocolo. É um workaholic, uma força da natureza, uma fracção de segundo que separa a calma da raiva, uma explosão que está sempre à espera de acontecer. Perdido, mistura o trabalho e a sua vida pessoal, e encontra-se nas pessoas - no colega Justin Ripley, na mulher Zoe que já perdeu, e na sua nemesis Alice Morgan (Ruth Wilson), a nossa personagem 76.
    Quer acreditar que ainda há amor, integridade e confiança no mundo e, consciente de que só nos temos uns aos outros, é a voz de defesa dos mortos que já não se podem defender, incansável, altruísta e sempre leal (conseguindo assim que os outros, Ripley e Alice especialmente, também o sejam com ele).
    A camisa, a gravata e o casaco longo são titulares indiscutíveis a acompanhar o 1,90m de Idris Elba. O actor que a Academia deixou injustamente de fora dos nomeados para melhor actor secundário ('Beasts of No Nation') é Luther, foi Stringer Bell, vai entrar num Star Trek, vai contracenar com Matthew McConaughey na adaptação de mais uma obra de Stephen King ao grande ecrã... enfim, a vida corre-lhe bem. 
    E não há melhor reconhecimento do seu trabalho do que os Screen Actor Guild Awards deste ano, que fizeram de Elba o primeiro actor a vencer 2 SAG's na mesma noite, por 'Beasts of No Nation' e 'Luther'. Agora que actores antes underrated como Idris Elba e Tom Hardy já começaram a ser devidamente valorizados e que DiCaprio já tem um óscar, proponho orientarmos as nossas energias para os seguintes nomes - Gary Oldman, Sam Rockwell, Casey Affleck, Jake Gyllenhaal, Ben Mendelsohn, Cillian Murphy, Jon Bernthal e Paul Dano.                                

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Nota Editorial: A compilação/ organização e ordem das personagens deste Top é responsabilidade de Miguel Pontares e Tiago Moreira. Os textos tiveram a colaboração de Lorena Wildering, Nuno Cunha, Cê e SWP.
Foram tidos em consideração séries com pelo menos 1 temporada, concluída a 1 de Outubro de 2015. Mais informamos que poderão existir spoilers relativos às personagens e/ ou às séries que elas integram, passíveis de constar na defesa e caracterização de cada uma das 100 personagens.

14 de março de 2016

100 Melhores Personagens de Séries - Nº 47



Série: Orphan Black
Actriz: Tatiana Maslany


por Miguel Pontares

    Na obra de Pessoa ortónimo podemos encontrar o seguinte conjunto de versos: Não sei quantas almas tenho. Cada momento mudei. Continuamente me estranho. Nunca me vi nem achei.
    Da História da literatura portuguesa faço a ponte para uma série canadiana, com uma actriz local, Tatiana Maslany, a multiplicar-se em conflitos e identidades, personagens, imagens e desafios.
    'Orphan Black', série de ficção científica criada por Graeme Manson e John Fawcett, aborda o maravilhoso (?) mundo da clonagem, obrigando Maslany a interpretar vários clones nascidos em 1984 através de fertilização in vitro. Com três temporadas - a quarta estreia em Abril - já foram reveladas várias "irmãs de ADN", mas tudo começou com Sarah Manning, a protagonista, original por tudo o que a distingue (nomeadamente o facto de ter sido a única capaz de originar descendência) e para nós espectadores por ter sido a primeira que nos foi dada a conhecer. Desde o dia em que Sarah vê uma suposta sósia suicidar-se à sua frente, assumindo depois a sua identidade, já muito descobrimos sobre os movimentos fanáticos e experiências biológicas, opondo a Ciência (Neolution) e a Religião (Proletheans), os projectos LEDA e CASTOR.
    Mas, como muitos outros sci-fi, o coração de 'Orphan Black' é o seu lado humano e, neste caso, a noção de família. Ignorando clones que pouca importância tiveram, Beth e a vilã Rachel, o interesse da série da BBC America é o quarteto unido pelas circunstâncias e pela genética, mas totalmente heterogéneo em tudo o resto.
    Sarah Manning é o elemento agregador do grupo, aquela que tudo faz para proteger a filha; mas sem Cosima Niehaus, Alison Hendrix e Helena, 'Orphan Black' perderia 90% da qualidade. Cosima, a bióloga lésbica, sexy e vulnerável de óculos e rastas é incrivelmente diferente de Alison, essencialmente o comic relief da série, uma dona de casa preocupada em zelar pela imagem que a comunidade local tem dela, embora acabe sempre em sarilhos (ela e o seu marido Donnie).
    E depois... há Helena. Esta Shakira que parece precisar de uma boa noite de sono nem precisa de apelido. Levada a acreditar desde pequenina que era a única versão original dos clones, é-nos apresentada como uma serial killer de clones treinada para o efeito; só mais tarde percebemos que é irmã gémea da protagonista Sarah, da qual foi afastada à nascença crescendo depois num convento na Ucrânia. O tempo e os vários episódios fizeram de Helena um elemento do núcleo-forte da série, e parte da família inseparável e invulgar, construindo uma ligação única com a irmã Sarah, e uma amizade cómica com o cunhado Donnie.
    Entre as várias almas da actriz Tatiana Maslany (ponham os olhos nela, oxalá os estúdios e produtores percebam o seu potencial, e entretanto dêem-lhe um Emmy), Helena é a que se distingue como melhor personagem porque é... diferente de tudo, verdadeiramente única. Tem sotaque de leste, um estômago infinito e consegue ser ao mesmo tempo uma assassina letal e psicótica, uma autêntica criança nas suas interacções e maneirismos, revelando-se imprevisível e instável mentalmente (tem as costas mutiladas, com os cortes a formarem umas asas).
    Ela é um dos principais motivos para verem este show de Tatiana Maslany, é tão inocente como sangrenta, e trata as irmãs por sestra. E bastava esse sestra para a fazer estar aqui.                                

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Nota Editorial: A compilação/ organização e ordem das personagens deste Top é responsabilidade de Miguel Pontares e Tiago Moreira. Os textos tiveram a colaboração de Lorena Wildering, Nuno Cunha, Cê e SWP.
Foram tidos em consideração séries com pelo menos 1 temporada, concluída a 1 de Outubro de 2015. Mais informamos que poderão existir spoilers relativos às personagens e/ ou às séries que elas integram, passíveis de constar na defesa e caracterização de cada uma das 100 personagens.