Balanço Final - Liga NOS 18/ 19

A análise detalhada ao campeonato em que houve um antes e um depois de Bruno Lage. Em 2018/ 2019 houve Reconquista.

Prémios BPF Liga NOS 2018/ 19

Portugal viu um médio carregar sozinho o Sporting, assistiu ao nascer de um prodígio, ao renascer de um suiço, sagrando-se campeão quem teve um maestro e um velocista.

Balanço Final - Premier League 18/ 19

Na melhor Liga do mundo, foram 98 contra 97 pontos. Entre citizens e reds, entre Bernardo Silva e van Dijk, ninguém merecia perder.

Os Filmes mais Aguardados de 2019

Em 2019, Scorsese reúne a velha guarda toda, Brad Pitt será duplo de Leonardo DiCaprio, Greta Gerwig comanda um elenco feminino de luxo, Waititi será Hitler, e Joaquin Phoenix enlouquecerá debaixo da maquilhagem já usada por Nicholson ou Ledger.

21 Novas Séries a Não Perder em 2019

Renasce The Twilight Zone, Ryan Murphy muda-se para a Netflix, o Disney+ arranca com uma série Star Wars e há ainda projectos de topo na HBO e no FX.

28 de fevereiro de 2015

100 Melhores Personagens de Filmes - Nº 64



Filme: The Departed
Actor: Leonardo DiCaprio

por Miguel Pontares

    Dêem as boas-vindas a Leonardo DiCaprio, o actor capaz de partilhar a divisão dos injustiçados cinematográficos com por exemplo Stanley Kubrick e Christopher Nolan. O ex-Romeu e Jack Dawson que os espectadores, felizmente, já valorizam.
    Embora o seu talento em pequeno (What's Eating Gilbert Grape) já indicasse um futuro promissor, só foi nos anos 2000 que DiCaprio se fez efectivamente homem no Cinema. De forma parcelar. E singular, também. 2002 foi determinante - teve a sua 1.ª colaboração com Scorsese (Gangs of New York) e deixou também Spielberg ajudar a esculpir o camaleão (que raio! Isto poderia ser uma metáfora ordinária, mas não o é); mas foi em 2006 (ano de 'The Departed' e 'Blood Diamond') que, a meu ver, DiCaprio explodiu de vez. E este William "Billy" Costigan Jr. foi a primeira vez em que ficou a sensação de que o actor estava efectivamente a colocar tudo - e mais alguma coisa - na personagem.
    O Melhor Filme dos Óscares 2007, jogo do gato e do rato de Scorsese, foi bem pensado de uma ponta à outra. Mas embora o filme valha pelo todo, com vários momentos em que não sabemos como é que os infiltrados vão passar entre os pingos da chuva, há uma percentagem elevada de responsabilidade da personagem de DiCaprio. 'The Departed' figura entre os Grandes filmes de Gangsters e explora a Identidade como ninguém. William Costigan Jr. e Colin Sullivan (Matt Damon) cruzam destinos - Costigan infiltra-se na organização criminosa de Costello (Jack Nicholson) e Sullivan, apoiado por Costello, sobe a pulso na polícia.
    O que é que faz de Costigan a grande personagem que é? Primeiro, a dedicação à causa - Costigan faz tudo pela operação para a qual o designam, com o histórico criminoso da sua família a jogar a seu favor, acabando por cumprir tempo na prisão apenas para que as aparências façam sentido. E 'The Departed' é um jogo. De aparências, identidades, e conflitos interiores. Segundo, Costigan torna-se paranóico, reportando as suas crises de ansiedade apenas à psicóloga interpretada por Vera Farmiga; e é impossível não sentir a tensão do infiltrado Costigan junto de Costello. O que nos leva ao terceiro ponto: a brutal capacidade de Costigan em viver numa segunda pele.
    DiCaprio não foi nomeado neste seu papel, num ano em que poderia ter acumulado 2 nomeações para Melhor Actor (teve o azar de coincidir com os papéis da carreira de Forest Whitaker e Will Smith), mas talvez tenha ganho algo mais importante - manteve o seu caminho dourado com Scorsese, e dominou algumas cenas com o mentor Jack Nicholson ao lado. Se pensarmos que DiCaprio teve o privilégio de ver bem perto o trabalho de DeNiro, Nicholson e Day-Lewis, não é de admirar que se tenha tornado no actor que tornou.
    Podem esperar mais Leo nestas 100 Personagens, mas começamos com este William Costigan Jr., progressivamente incapaz de confiar nos outros e devoto à sua missão. A prova de que por vezes há quem esteja a fazer o certo, embora pareça errado aos olhos de todos à sua volta.

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Nota Editorial: A compilação/ organização e ordem das personagens deste Top é responsabilidade de Miguel Pontares e Tiago Moreira. Os textos tiveram a colaboração de Daniel Machado, Lorena Wildering, Nuno Cunha, Sara Antunes Santos e Carolina Moreira.
Foram tidos em consideração filmes lançados até 20 de Novembro de 2014. Mais informamos que poderão existir spoilers relativos às personagens e/ ou aos filmes que elas integram, passíveis de constar na defesa e caracterização de cada uma das 100 personagens.

Benfica 6-0 Estoril: Goleada de aniversariante

Benfica  6 - 0  Estoril (Luisão 17', Salvio 26', Pizzi 33', Jonas 35' 86', Lima (pen.) 56')

    No dia do seu 111.º aniversário, o Benfica aplicou a maior goleada da Liga NOS 14/ 15, num jogo com nota artística (sim, Gaitán voltou) e golos para todos os gostos.
    Com o regresso do 10 Nico Gaitán, Jorge Jesus pôde apresentar hoje aquele que será o seu onze de eleição neste momento. Pizzi manteve-se titular junto de Samaris, Jonas e Lima continuaram na frente. E foi a fome de Jonas que alimentou os primeiros minutos de jogo - o avançado aos 16 minutos já levava duas oportunidades de golo, primeiro num remate ao poste depois de uma excelente recepção, e à passagem do quarto de hora num cabeceamento que proporcionou a Kieszek a defesa da tarde. Mas foi desse lance que surgiu o 1.º golo encarnado. Pizzi cobrou o canto com qualidade e Luisão surgiu ao primeiro poste a desviar a bola para a baliza - 3.º golo do capitão no campeonato, a igualar os números de Jardel, Maxi e Eliseu. 
    O golo galvanizou as águias e o segundo não demorou a chegar, com Lima a cruzar tenso para um desvio de Salvio na cara do guardião polaco do Estoril. Mas o melhor ainda estava para vir. O 3-0 e o 4-0, marcados aos 33 e 35 minutos, foram os golos da tarde. Pizzi, o melhor em campo hoje, fez um golaço, estreando-se a marcar no campeonato com um remate em arco à entrada da área (bola na gaveta, e execução difícil de primeira) e dois minutos depois houve espectáculo mas colectivo: Lima, Gaitán e Maxi Pereira cozinharam uma jogada mágica mas simples, e Jonas tratou de a finalizar.
    No regresso dos balneários as águias baixaram o ritmo inicialmente - era aliás quase impossível manter a troca de bola electrizante do final da 1.ª parte - e o 5-0 chegou através da marca de grande penalidade. Jonas foi derrubado, Lima juntou-se à festa colocando também o seu nome na lista de marcadores. Com o conforto de uma mão cheia de golos, Jesus refrescou a equipa, tirando Pizzi e Gaitán para colocar Talisca e Ola John, e até ao término do jogo houve poucas oportunidades. O Estoril teve a sua maior quando Léo Bonatini desperdiçou no frente-a-frente com Artur, e o Benfica fechou a sua goleada com Jonas a bisar. No lance o maior destaque foram os passes de Talisca e Lima, e embora Kieszek tenha conseguido defender o remate de Ola John, nada podia fazer perante a recarga de Jonas para uma baliza sem ninguém.

    Em dia de aniversário o Benfica esmerou-se e tudo saiu bem. Toda a equipa apresentou intensidade, e uma qualidade na troca de bola que culminou numa enorme dinâmica ofensiva, e é inegável que o regresso de Nico Gaitán contribuiu para isto. Jonas bisou, Lima marcou e foi importante na forma como trabalhou diversos lances com os colegas, Samaris voltou a estar bem (esteve fortíssimo nos lançamentos longos, tal como Talisca quando entrou), Salvio teve os seus momentos e Luisão voltou a mostrar que os defesas do Benfica não pretendem parar de marcar. 
    Em jornada de Clássico, o líder conseguiu colocar pressão sobre os rivais, não sofreu golos mais uma vez e distanciou-se como melhor ataque. No epicentro da tarde em que tudo correu bem, para além do regresso de Gaitán, esteve mais uma excelente exibição de Pizzi - o 21 do Benfica jogou, fez jogar, marcou um golaço, assistiu Luisão e provou que neste momento não há ninguém que desempenhe a sua posição tão bem quanto ele. A Selecção joga a 29 e 31 de Março, Fernando Santos há-de estar atento.


Barba Por Fazer do Jogo:
 Pizzi (Benfica)
Outros Destaques: Luisão, Samaris, Gaitán, Salvio, Jonas, Lima

27 de fevereiro de 2015

Sorteio dos Oitavos-de-Final da Liga Europa

Contrariamente aos últimos anos, em 2014/ 15 não resta qualquer representante português nesta fase - oitavos-de-final - da irmã mais nova da Champions. Na época passada havia o Benfica (que chegou à final) e o Porto, na anterior havia o Benfica (que chegou à final), na anterior havia o Sporting, e na anterior havia Benfica e a dupla de finalistas - Porto e Braga. É aliás preciso recuar a 2005/ 06 para nenhum clube português constar entre os 16 sorteados desta fase.
    Com várias equipas bastante interessantes, a Liga Europa tinha ontem à noite um conjunto de favoritos, mas algumas dessas equipas ficarão já pelo caminho porque se defrontam entre si. Na teoria, Wolfsburg, Roma, Zenit, Villarreal, Sevilha, Fiorentina, Nápoles e Everton estão um passo à frente do restante elenco, mas pelo menos 2 destas equipas não chegarão à fase seguinte.
    Num sorteio condicionado apenas para não surgirem duelos entre equipas russas e ucranianas, ditaram-se 3 jogos grandes (Wolfsburg-Inter, Villarreal-Sevilha e Fiorentina-Roma), dois dos quais entre equipas do mesmo país, embora o Everton-Dínamo Kiev e o Dnipro-Ajax também possam dar bom espectáculo.


    O Wolfsburg-Inter é provavelmente o melhor duelo da ronda, com a máquina alemã (responsável pela eliminação do Sporting) a ter pela frente uma equipa que é.. menos equipa, mas cujo valor de algumas individualidades (Shaqiri, Kovacic, Icardi, Palacio, Podolski) pode sempre fazer a diferença. O 2.º da Bundesliga defronta o 8.º da Serie A mas isso pouco interessará durante os dois jogos.

    Muito interessante será também o Villarreal-Sevilha. O Sevilha, detentor da Liga Europa, está em 5.º lugar (1 ponto acima do 6.º, precisamente o Villarreal) e a eliminatória colocará frente-a-frente uma equipa mais madura, que defende bem e um "submarino amarelo" jovem e puro, cuja fome de conquistar troféus pode ser um factor determinante. Vietto, Cheryshev, os irmãos dos Santos, Moi Gómez e Moreno são alguns dos nomes fortes da equipa que eliminou o Red Bull Salzburg. Depois há ainda a Roma (2.ª na Serie A) contra a Fiorentina (5.ª na Serie A), imprevisível sobretudo se considerarmos o momento menos bom que a AS Roma vive, e a forma como Mario Gómez e Salah estão em crescendo em Florença. No entanto, os romanos são favoritos.

    O sorteio ditou ainda um Zenit-Torino onde a equipa de Villas-Boas tem obrigação de seguir em frente, um Nápoles-Dínamo Moscovo onde os italianos irão tentar resolver a eliminatória na 1.ª mão para não passar dificuldades no terreno de Valbuena, Kokorin e companhia. O Club Brugge-Besiktas é o jogo menos mediático dos 8, o Dnipro-Ajax deve facilmente tornar-se uma eliminatória aberta, e pode-se esperar também bastante do Everton-Dínamo Kiev. Os ingleses comandados por Roberto Martínez são a única equipa inglesa em prova, e embora estejam a fazer uma Premier League muito abaixo do desejado podem ter na Liga Europa a sua salvação. Não nos podemos esquecer que o vencedor desta Liga Europa participará na Champions da próxima época. Se isso não é importante para Wolfsburg, Roma ou Zenit, para equipas como o Everton, Inter ou Villarreal pode funcionar e de que maneira como motivação. 

26 de fevereiro de 2015

Sporting 0-0 Wolfsburgo: Benaglio ditou o adeus

Sporting  0 - 0  Wolfsburgo

A "missão impossível" do Sporting revelou-se efectivamente impossível, mas os leões saíram esta noite da Liga Europa deixando uma boa imagem, com um estádio inteiro a rogar pragas ao antigo guarda-redes do Nacional da Madeira, Diego Benaglio.
    Na Alemanha houve 2-0 para o 2.º da Bundesliga, mas hoje o jogo foi bem diferente. O leão fez valer o estatuto de equipa da casa e mostrou boa atitude a partir do arranque, com Tanaka muito irrequieto e William Carvalho a fazer a diferença no jogo a meio-campo. A primeira parte foi do Sporting, e foi de Diego Benaglio. Embora com ligeiro ascendente nos primeiros minutos, só a partir do 36' houve realmente um pequeno massacre junto da baliza do suiço - William obrigou Benaglio a um voo espectacular, Tobias cabeceou para um corte em cima da linha, e num lance a 3 nem Tanaka, nem Adrien, nem João Mário conseguiram inaugurar o marcador. A bola não queria entrar e a prova disso foi o lance com que a 1.ª parte fechou. João Mário cruzou para Tanaka e o nipónico testou os reflexos de Benaglio, com a bola a viajar até ao poste antes de voltar, qual íman, para as mãos do GR dos alemães.
    Ao intervalo o resultado era 0-0, mas com jeitinho o Sporting já poderia ter marcado. E a 2.ª parte teve a mesma tendência - enorme desacerto dos leões na cara de Benaglio, com o guarda-redes a fazer a sua parte. Muito coração, pouca cabeça fria. A primeira grande oportunidade até foi do belga Kevin De Bruyne (hoje não fez jus a esse estatuto, mas foi o jogador de maior qualidade que hoje pisou o relvado lisboeta), num remate ao poste direito da baliza de Rui Patrício. Depois, durante largos minutos houve mais Sporting, com o controlo do jogo mas sempre com Carrillo, Nani e Tanaka a fazerem cerimónia na hora de decidir. Os minutos foram passando, com a missão a ficar cada vez mais complicada, e aos 84' ficou inclusive por marcar uma grande penalidade sobre o holandês Bas Dost. Indiscutível, e bastante mais indiscutível do que a de Vieirinha na primeira mão.

    Globalmente houve mais Sporting, com a estratégia do Wolfsburgo a não surtir o efeito pretendido por Hecking, e para a eliminação sportinguista contribuíram vários factores: uma primeira mão onde a diferença de qualidade foi muito grande, uma boa exibição de Diego Benaglio hoje (fez inúmeras defesas, mas poucas foram de elevado grau de dificuldade) e muita ineficácia.
    No Adeus do Sporting às competições europeias - onde ficamos a torcer apenas pelo Porto, único representante português - Diego Benaglio foi a figura do jogo, embora também William Carvalho e a dupla de centrais tenha estado em bom nível. Um jogador com a capacidade de Nani deveria aparecer nestes momentos, mas observando de forma justa e imparcial tem desiludido, e no Wolfsburgo (dependerá muito do sorteio, mas é certamente candidato a vencer a Liga Europa) é impossível ficar indiferente à simplicidade com que Kevin De Bruyne faz tudo. E tudo bem.
    No Domingo às 19:15 há Porto-Sporting, um jogo no qual os dragões se apresentarão mais frescos. Para o Sporting há agora 2 metas até final da temporada - a melhor classificação possível na Liga NOS (achamos difícil que os leões fiquem acima do 3.º lugar, como já achávamos no começo da época) e a Taça de Portugal.
    

Barba Por Fazer do Jogo:
 Diego Benaglio (Wolfsburgo)
Outros Destaques: Tobias Figueiredo, William Carvalho; De Bruyne

Dicas Fantasy Premier League - Jornada 27

Fantasy Premier League - É uma jornada mais curta que o normal, com 8 jogos em vez dos habituais 10 (o acerto será feito nas próximas jornadas), mas preparem-se para muita Premier League nos próximos dias. A jornada 27 joga-se este fim-de-semana, e a 28 disputa-se a 3/4Março. Nesta ronda, sem Chelsea, Tottenham, QPR e Leicester, os jogos grandes acontecem no Domingo - o Liverpool recebe o Manchester City (quem não festejou o golo de Coutinho no ano passado?) e mais tarde o Arsenal tentará pôr para trás das costas o desaire com o Mónaco, enfrentando o Everton.
    Recuando no tempo até à última jornada, o grande destaque foi David Silva. O 21 do Manchester City bisou, e ainda fez uma assistência, nos 5-0 dos citizens contra o Newcastle; jogo no qual também o francês Nasri (1 golo e 1 assistência), Dzeko (1 golo e 2 assistências) e Agüero (1 golo e 1 assistência) se destacaram. Noutros jogos, Coutinho brilhou com um golaço ao Southampton, e Ander Herrera, Moses, Danny Rose e Adrián conseguiram todos 10 pontos.
(Podem-se juntar à Liga Barba Por Fazer: Código - 2019364-449247)

Com jogadores como Hazard, Diego Costa, Kane, Fàbregas. Ivanovic, Terry, Eriksen e Austin de fora nesta ronda, recomendamos:

 Danny Ings - Burnley - 5.9

    Com 5 golos nas últimas 7 jornadas, o avançado do qual depende em certa medida o destino do Burnley esta época, é um dos candidatos a fazer uma boa jornada. Com Liverpool e Real Sociedad interessados em contar com ele depois do Verão, Danny Ings quererá para já chegar aos 10 golos na Premier League e pela frente terá um Swansea ligeiramente esquizofrénico. Os swans têm alternado entre jogos fracos (Chelsea em casa, WBA fora) e jogos surpreendentes (Southampton fora, M.United em casa) e jogadores como Shelvey, Sigurdsson, Routledge e Gomis tentarão levar pelo menos 1 ponto para o País de Gales. O Burnley-Swansea reúne condições para ter golos dos 2 lados, e Ings tem tudo para estar envolvido.


 Wayne Rooney - Manchester United - 10.5

    Tem sido uma temporada difícil para o capitão dos red devils. Rooney perdeu o seu valor em termos de Fantasy (noutras épocas terminou com totais de 230, 224 ou 190 pontos, e neste momento segue apenas com 89). O recuo no terreno, sacrificando-se em prol da equipa, deixou-o muito longe das estatísticas habituais. No entanto, nesta recepção ao Sunderland - na qual o United é favorito - Rooney poderá eventualmente surgir na frente. Caso isso aconteça, é bem possível que tire a barriga de misérias. Old Trafford pode esperar também uma boa exibição de Ángel Di María (9.6), a subir de forma e já com 10 assistências. O Manchester United está em 4.º lugar, e até ao fim a luta pelo terceiro e quarto lugares promete, com Arsenal, Liverpool, M.United, Southampton e Tottenham metidos ao barulho.


 Scott Sinclair - Aston Villa - 5.2

    Podem escrever isto: se o Aston Villa conseguir garantir a manutenção, poderá agradecê-lo a Scott Sinclair e Carles Gil. A equipa agora comandada pelo "amigo" de Jorge Jesus, Tim Sherwood, está finalmente a alterar a sua filosofia e o mercado de Inverno (que trouxe Sinclair e Gil) foi positivo. Scott Sinclair, com um preço extremamente convidativo, marcou na última jornada e também na FA Cup. Com o 9 nas suas costas, o extremo inglês quer certamente recuperar o tempo perdido e retomar o nível que apresentou no Swansea (época de 151 pontos no Fantasy) e que lhe valeu a (precoce demais?) transferência para o Manchester City. Esta jornada há Newcastle-Aston Villa e a equipa visitante irá correr riscos - com Sinclair e Gil no apoio a Benteke, pode ser que consigam algo frente a um Newcastle recentemente atropelado pelo Manchester City.


 Jonathan Walters - Stoke - 5.3

    Juntamente com o Newcastle-A.Villa e o West Ham-Crystal Palace, também o Stoke-Hull promete ser um jogo interessante, embora longe dos principais holofotes. No papel poderíamos estar perante um jogo fechado, com a abordagem conservadora de Hughes e Bruce em alguns jogos, mas é provável que dado o momento das 2 equipas, o jogo seja aberto e positivo. O Hull tem N'Doye em boa forma, mas no Stoke o ataque com Diouf, Moses e Walters (será que Crouch jogará a titular?) deve conseguir marcar 1 golo ou 2. O irlandês Walters foi o herói da casa na vitória por 3-1 contra o QPR e, agora mais estável depois de uma pequena lesão, pode voltar a facturar. Vamos ver o que consegue o Stoke nas próximas semanas, com 3 jogos em casa nos próximos 4.

 Diafra Sakho - West Ham - 5.5

    Com Andy Carroll lesionado, Allardyce pode finalmente estabilizar aquela que parece ser a dupla de ataque com maior potencial no plantel dos hammers - Sakho e Valencia. O jogo inaugural da jornada promete ser animado mas se Sakho e Valencia estiverem inspirados, tudo será mais fácil. Diafra Sakho voltou aos golos na última jornada, contabilizando agora um total de 8. Resta saber se o momento vai perdurar.

Outras Opções:
Guarda-Redes: No conjunto dos seis jogos, a melhor opção talvez seja, teoricamente, David De Gea (5.9). O espanhol já não consegue uma clean sheet há 4 jornadas mas é sempre uma garantia de defesas. De resto, e imaginando que no Liverpool-Manchester City haverá golos dos 2 lados, veremos quem leva a melhor no duelo Foster-Forster. O segundo, embora jogue fora, leva vantagem. 

- Defesas: Na defesa podemos arriscar em nomes como Phil Jones (5.3), Aaron Cresswell (5.7), sendo que no caso do lateral-esquerdo até pode sofrer algum golo mas oferece sempre potencial ofensivo. Daryl Janmaat (5.3) e Philipp Wollscheid (4.5) também poderão conseguir uma boa jornada, enquanto que elementos como Skrtel ou Koscielny só se destacarão se conseguirem fazer a diferença num canto.

- Médios: O trio Alexis-Cazorla-Özil continua a valer a aposta, mesmo depois de uma noite terrível contra o Mónaco, na qual o espanhol foi o menos mau. Já mencionámos Di María, Sinclair, Walters e Moses, por isso podemos acrescentar Cheikhou Kouyaté (4.9), Stewart Downing (6.6), David Silva (9.5) e Gylfi Sigurdsson (6.4).

Avançados: Para além de Ings, Rooney, Sakho, Diouf ou Valencia, Kun Agüero (12.9) leva vantagem no duelo de goleadores com Daniel Sturridge (11.2); e será igualmente curioso ver quem se fica a rir entre Ideye e Pellè, e Cissé e Benteke. No Arsenal-Everton, será que Wenger confiará a titularidade a Giroud depois de uma exibição europeia desastrosa, e não nos podemos esquecer que Lukaku costuma dificultar a vida aos gunners.

25 de fevereiro de 2015

Champions: Mónaco arrasa Arsenal, Leverkusen surpreende

Contrariamente a ontem, dia em que os jogos correram de acordo com o esperado, a Champions League teve hoje 2 resultados surpreendentes, um deles mais do que o outro. O vice-campeão europeu Atlético Madrid visitou Leverkusen e foi vítima do bom futebol da equipa de Roger Schmidt, mas a surpresa foi ainda maior na derrota caseira do Arsenal perante o Mónaco de Leonardo Jardim (1-3).

Arsenal 
 1 - 3  Mónaco (Oxlade-Chamberlain 90'; Kondogbia 38', Berbatov 53', Ferreira-Carrasco 90+4')

    O treinador português Leonardo Jardim (com os compatriotas João Moutinho e Bernardo Silva a conseguirem ambos 1 assistência) realizou esta noite o maior feito da sua carreira. Olhando de antemão para os confrontos dos oitavos esperava-se que o Arsenal conseguisse seguir em frente, algo que será extremamente complicado (é preciso recuar ao Ajax de 1969 para encontrar uma reviravolta com sucesso nestes contornos) depois do jogo de hoje. Nos últimos 4 anos a equipa londrina  teve azar nos sorteios e apanhou Bayern, Barcelona e AC Milan nos oitavos, mas desta vez Wenger não tinha desculpa.
    O Mónaco, equipa que ficou em 1.º no grupo do Benfica com 4 golos marcados e 1 golo sofrido, surgiu no Emirates Stadium de acordo com o seu histórico europeu em 2014/ 15: excelente organização, incrível performance defensiva, maturidade a decidir e a ocupar o campo, e brilhnate eficácia na finalização. O jogo começou com mais Arsenal, mas a dupla Abdennour-Wallace foi chegando para as encomendas. Só aos 33' surgiu algo de jeito, com Alexis e Özil a cozinharem um lance no qual o chileno rematou por cima. O Mónaco foi segurando o 0-0 e quando pôde, não pediu licença e inaugurou o marcador com a sorte a seu favor. Geoffrey Kondogbia recebeu a bola de João Moutinho e encheu o pé, a bola desviou num poste chamado Mertesacker e traiu Ospina. Ao intervalo o 0-1 era uma verdadeira surpresa, mas a coisa ainda estava só a começar.
    Esperava-se muito mais do Arsenal na 2.ª parte e os gunners começaram bem, mas com Giroud (6 remates hoje, todos para fora) sempre terrível. Não marcou Giroud, marcou o Mónaco num contra-ataque simples mas perfeito. Foi num ápice que os monegascos fizeram a bola ir de uma área à outra, com o jovem Martial a deixar tudo para trás e a servir Berbatov, que não sabe falhar em situações assim. O 0-2 doeu ao Arsenal, sobretudo porque Giroud continuava a desperdiçar oportunidades escandalosas (tanto que Wenger perdeu a paciência e acabou por trocá-lo por Walcott). No Mónaco, João Moutinho ia espalhando classe no meio-campo adversário, e a equipa da casa não queria nada com a baliza. Sinal desse desacerto foi um remate de Welbeck, a acertar em Walcott com a baliza quase deserta. Os minutos passaram, os treinadores foram mexendo nas equipas, e aos 90' surgiu o golo da esperança - Oxlade-Chamberlain num verdadeiro golaço do meio da rua relançou a eliminatória.. por 3 minutos. Simplesmente porque no final do tempo de compensação, depois de uma perda de bola de Chamberlain, o pequeno e genial Bernardo Silva lançou Ferreira-Carrasco e o 7 do Mónaco rematou cruzado. 3-1, e o Arsenal (ainda mais) K.O.
    Foi um jogo perfeito do Mónaco. E um jogo ridículo do Arsenal. A equipa francesa quis sempre mais, ganhou diversas bolas divididas, foi madura, organizada e soube e explorar os muitos erros do Arsenal. Abdennour "limpou" tudo atrás, Kondogbia e João Moutinho (que classe, ao nível do seu Euro 2012) estiveram em todo o lado, Martial mostrou-se, Berbatov e Ferreira-Carrasco foram implacáveis na frente e bastaram cerca de 10 minutos para Bernardo Silva conseguir uma assistência. O Arsenal precisa de um milagre na 2.ª mão, embora não seja difícil ser melhor que hoje. Alexis Sánchez, Özil e Cazorla estiveram muito abaixo do que podem dar, Giroud foi anedótico e perante uma equipa com a filosofia do Mónaco hoje notou-se e muito a ausência de um jogador como Wilshere ou Ramsey perto de Coquelin. A 17 de Março, o Principiado recebe um grande jogo!


Barba Por Fazer do Jogo:
 João Moutinho (Mónaco)
Outros Destaques:
Abdennour, Kondogbia, Martial, Berbatov, Ferreira-Carrasco


Bayer Leverkusen  1 - 0  Atlético Madrid (Calhanoglu 57')

Embora menos surpreendente/ chocante do que a vitória por 3-1 do Mónaco, o Leverkusen bateu o vice-campeão europeu e campeão espanhol Atlético Madrid, numa demonstração exacta do que é o ADN dos farmacêuticos (pior alcunha de um clube?).
    Desde bem cedo houve mais Leverkusen, com as constantes movimentações de Heung-Min, Bellarabi e Calhanoglu a provocarem dores de cabeça a uma das melhores defesas do mundo, e no primeiro quarto de hora valeu até um corte de Mandzukic em cima da linha de golo. Castro fez explodir uma bola no poste de Moyà e até ao fim do primeiro tempo, tirando uma defesa de Leno a um grande remate de Tiago, houve principalmente várias quezílias e um jogo disputado nos limites do recomendável. Assim é o Atlético Madrid de Simeone, quase sempre.
    Ninguém ficaria surpreendido se ao intervalo o Leverkusen estivesse na frente, e a vantagem - único golo do jogo, aliás - chegou aos 55 minutos. Bellarabi temporizou na grande área do Atleti, soltou para o turco Calhanoglu, que se movimentava nas suas costas, e o 10 do Leverkusen fuzilou a baliza, num excelente golo. Desorientado com a pressão e futebol bonito do Leverkusen, o Atlético pouco conseguiu fazer mas num lance polémico Fernando Torres acabou por empatar. O árbitro, no entanto, anulou o golo por entender que, na marcação do canto, a bola terá saído do campo e entrado. Muito difícil de ajuizar. Sempre com alguns episódios de desentendimentos pelo meio, o 1-0 manteve-se, Tiago ainda acabou expulso (2 amarelos indiscutíveis), Papadoupoulos quase ampliou mas até final a vantagem pela margem mínima perdurou. 
    A 2.ª mão em Madrid promete.. A equipa de Diego Simeone passou hoje enormes dificuldades contra o criativo e irrequieto Bayer Leverkusen (em dia sim, é uma das equipas na Europa que melhor troca a bola) e estão reunidos todos os ingredientes para um grande espectáculo. Ao contrário de outros anos, há vários duelos completamente em aberto - o campeão Real Madrid é quem está mais confortável, seguido de Bayern, Porto, Barcelona e Mónaco; mas mesmo em todos estes jogos (para não falar de Chelsea-PSG, Dortmund-Juventus e Atlético Madrid-Leverkusen) está tudo em aberto. Não nos podemos queixar.


Barba Por Fazer do Jogo:
 Hakan Calhanoglu (Leverkusen)
Outros Destaques: Leno, Spahic, Castro, Bellarabi; Godín

100 Melhores Personagens de Filmes - Nº 65



Filme: The Devil Wears Prada
Actriz: Meryl Streep

por Lorena Wildering (Escritora Convidada)


    Caros leitores do Barba Por Fazer, chegou o momento do top em que finalmente se refere um dos grandes nomes do cinema contemporâneo, alvo de admiração por todos nós. Quem não sente o mesmo pode fechar a janela, porque tal como disse Cam de “Modern Family”, Meryl Streep could play Batman and still be the right choice. Já lá chegamos.
    No meio de muitas mulheres com roupa escolhida a dedo na noite anterior, lingerie combinada incluída, coordenada com rímel, batom e muitos acessórios, conhecemos Andy Sachs, interpretada por Anne Hathaway, com o seu blazer de bombazine e hálito a cebola.
    Uma recém-graduada, Andy chega a Nova Iorque com o sonho de ser jornalista e acaba por conseguir uma entrevista na revista de moda Runway, mas para a vaga de assistente, um emprego que milhões de raparigas não olhariam a meios para conseguir. Confundida ao início como um erro dos Recursos Humanos por parte da arrogante Emily, ouve o nome do “Diabo” pela primeira vez sem fazer a mínima ideia de quem seja: Miranda.
    De braço dado com Prada, casaco de pêlo e cabelo branco imaculado, ei-la: Miranda Priestly. Editor-in-chief da Runway. É a opinião dela que influencia tudo o que se passa no mundo da moda e basta franzir os lábios para um designer ser humilhado e ter de redesenhar a sua inteira colecção. Ao fim de uma breve análise ao seu sentido de estilo, Andy é dispensada. Aproveita a sua ingenuidade por este mundo e ousa defender-se, a pensar que pode começar a procurar outro emprego. Acaba por ser contratada sem sair do edifício.
    Aparentemente só tem de atender chamadas (can you please spell Gabbana?) e ser moça de recados enquanto é tratada como a segunda “Emily”, mas apercebe-se de que sem uma boa memória não consegue acompanhar os 10 pedidos que Miranda faz nos segundos que demora a despir o casaco e atirá-lo para cima da secretária de Andy. Ignora os seus caprichos, exigências e olhares de cima a baixo que recebe várias vezes por dia. Andy mantém os pés bem assentes na terra - bastante literalmente, com os seus mocassins - para provar que não são uns Louboutin que a tornam numa boa profissional.
    Contudo, todos aqueles olhares começam a incomodar quando comete o erro de se rir enquanto Miranda tenta escolher entre dois cintos com cores, a seu ver, iguais. Quando não consegue cumprir a exigência do “Diabo” para conseguir um transporte de Miami a Nova Iorque por causa de um furacão, o cinismo e desprezo pelo mundo da moda que antes a fazia sentir orgulhosa acaba por fazê-la sentir-se insegura ao ponto de a fazer passar para o dark side. Surge uma nova Andy com botas Chanel da nova colecção. Não passa despercebida e torna-se numa das raparigas de quem antes fazia troça.
    Andy vai evoluindo, começa a ser tratada pelo próprio nome e torna-se numa “Emily” melhor do que a própria Emily, chegando a conseguir o manuscrito do último Harry Potter antes mesmo de ser publicado. Ao mesmo tempo que o seu o alter ego evolui, começa a entrar em conflito com os seus amigos e namorado, e começa a conhecer o lado pessoal de Miranda que nunca é revelado, como o seu divórcio. Acaba por ser convidada pela própria para ir à mais importante semana de moda do ano, em Paris, traindo Emily que tanto jejuou para caber nos vestidos que teria recebido.
    Depois de Miranda trair Nigel, o seu braço direito, num plot que queria ver o seu cargo ocupado por outra pessoa, Andy sente repulsa quando Miranda se compara a ela, acusando-a de ter feito a mesma coisa a Emily quando aceitou ir até Paris. Acaba por virar costas em plena Place de la Concorde, atirando o incessante telemóvel à água. De volta a Nova Iorque, Andy encontra Miranda e acena. O “Diabo” sorri pela primeira e única vez no filme, mas já escondida dentro do seu carro.

    A genialidade de Meryl Streep está presente ao longo de todo o filme. Conhecemos uma Dragon Lady que gosta de ter o que quer, quando quer, se possível apenas com um olhar. Atrás de portas bem fechadas deixa cair o véu, e com olhos bem inchados Meryl dá-nos um relance de um “Diabo” que, afinal, tem sentimentos. Na cena seguinte, aí vem a Iron Lady (perceberam?) de novo.

    De pensar que a mesma pessoa que interpretou este papel também nos deliciou a cantar ABBA e nos impressionou como Margaret Thatcher. Meryl é uma actriz a ser celebrada, honrada e recordada por quem gosta e até por quem não gosta. Um filme com Meryl Streep é meio caminho andado para ser um sucesso, ou pelo menos um filme que vale a pena ver. Há poucos que conseguem este ping pong de facetas num estalar de dedos. Meryl é a profissional desta arte, a camaleoa-mor. 
    Fá-lo tão bem, como só ela o consegue. Vénia.

That’s all.

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Nota Editorial: A compilação/ organização e ordem das personagens deste Top é responsabilidade de Miguel Pontares e Tiago Moreira. Os textos tiveram a colaboração de Daniel Machado, Lorena Wildering, Nuno Cunha, Sara Antunes Santos e Carolina Moreira.
Foram tidos em consideração filmes lançados até 20 de Novembro de 2014. Mais informamos que poderão existir spoilers relativos às personagens e/ ou aos filmes que elas integram, passíveis de constar na defesa e caracterização de cada uma das 100 personagens.

24 de fevereiro de 2015

Champions: Barcelona à Barcelona, Reus mantém Dortmund vivo

A noite milionária brindou-nos com 2 bons jogos, com alguns dos melhores jogadores do planeta. Em Inglaterra o Manchester City foi dominado pelo Barcelona nos primeiros 45 minutos, mas conseguiu sonhar até à expulsão de Clichy. Em Itália, a Vecchia Signora conseguiu vantagem sobre o Dortmund mas a 2.ª mão promete. E de que maneira.

Manchester City 
 1 - 2  Barcelona (Agüero 69'; Suárez 16' 30')

    Embora se esperasse bastante dos dois jogos de hoje, havia qualquer coisa que conferia maior interesse ao M.City-Barcelona: talvez o facto de Messi, Suárez, Iniesta, Agüero e Silva irem pisar o mesmo relvado. No jogo desta noite a ausência de peso deu pelo nome de Yaya Touré (que curiosamente em 2013/ 14 foi uma sombra contra a sua ex-equipa), e Pellegrini optou por "abrir" o jogo, arriscando tudo de início com Agüero-Dzeko na frente, e confiando que Fernando e Milner conseguiriam dar conta do recado. Mas não deram.
    Nos primeiros 45' praticamente só deu Barcelona, com os catalães a recordarem-nos aquilo que de melhor têm quando transformam os seus brutais dados de posse de bola em efectivamente bom futebol. Messi e Neymar cedo começaram a espalhar magia mas foi o uruguaio Luis Suárez, num país onde foi tão feliz, a marcar. Lionel Messi (o jogador em melhor forma em 2015) descobriu Suárez e o melhor marcador da última Premier League bateu Joe Hart à 2.ª oportunidade consecutiva que teve. O diabo Suárez manteve-se à solta e aos 30' voltou a fazer o gosto ao pé depois de uma demonstração daquilo que é o melhor Barcelona - extraordinária circulação de bola, o génio Messi a dar o seu cunho à jogada, e Jordi Alba a cruzar para um desvio de Suárez, depois de uma inteligente movimentação. Perante a supremacia blaugrana o Manchester City nunca soube o que fazer, e depois de Neymar e Messi obrigarem Hart a intervir, Dani Alves acertou na trave.
    Se a 1.ª parte foi total domínio do Barcelona, a segunda foi bem diferente. O Manchester City entrou forte, Dzeko teve mais do que uma oportunidade clara de golo, e Agüero foi crescendo, ficando perto do golo num remate de longe. Pellegrini alterou a equipa (trocou Nasri por Fernandinho e Dzeko por Bony) e o 1-2 acabou por surgir. Foi aos 69 minutos que depois de um excelente passe tenso, David Silva penteou a bola com classe para o aparecimento de Agüero. O argentino, no interior da área, fugiu aos defesas e marcou. Só que quando parecia que este golo poderia inspirar o City a procurar o 2-2, Clichy foi expulso por acumulação de amarelos e condenou a sua equipa a um final de jogo a ver jogar. Já é complicado jogar com 11 contra o Barcelona, quanto mais com 10. Até ao final do jogo Messi esteve em destaque, normalmente pela positiva, até que no último minuto de compensação - depois de ganhar ele próprio uma grande penalidade (pouco inteligente a abordagem do compatriota Zabaleta) - Joe Hart defendeu o seu penalty, e na recarga o 10 cabeceou em "peixinho" ao lado.
    Foi um jogo com 2 partes bem diferentes, e embora a expulsão de Clichy tenha sido decisiva, também a grande penalidade falhada por Messi foi importante porque com 1-3 aí sim era (ainda mais) impossível para o campeão inglês. De qualquer forma, a 18 de Março está marcado um grande jogo para Camp Nou. Em termos individuais: Suárez marcou por 2 vezes e foi o homem-do-jogo, Iniesta pautou as operações do Barcelona, Piqué exibiu-se como fazia com regularidade há uns anos e Messi só pecou no último minuto do jogo. Joe Hart manteve o City na eliminatória - embora o Barça seja agora ainda mais favorito -, Silva acrescentou qualidade embora se ressinta sempre quando a sua equipa tem menos bola, e Agüero deu sequência ao seu bom momento.


Barba Por Fazer do Jogo:
 Luis Suárez (Barcelona)
Outros Destaques:
Hart, Silva, Agüero; Piqué, Iniesta, Messi



Juventus  2 - 1  Borussia Dortmund (Tévez 13', Morata 43'; Reus 18')

Em Itália o jogo terminou com o resultado que à partida poder-se-ia considerar o mais provável, embora ao intervalo houvesse esperança num maior volume de golos. Frente a frente o 1.º classificado da Serie A e o 12.º classificado da Bundesliga, mas se há coisa que esta Champions nos demonstrou foi a total bipolaridade da equipa de Klopp.
    Allegri deixou Llorente no banco e apostou em Morata (aposta recorrente e em forma ultimamente) ao lado de Tévez; no Dortmund grande parte das esperanças estavam depositadas no fiel Marco Reus. No arranque do jogo os alemães tentaram trocar a bola, mas foi a Juventus que acabou por marcar cedo - com 13 minutos Morata trabalhou na esquerda, Weidenfeller abordou mal o tenso cruzamento do espanhol e Tévez, oportunista, não falhou. Um lance no qual houve um deslize do guarda-redes alemão, mas o verdadeiro "deslize" do jogo aconteceria momentos depois - Chiellini escorregou no pior momento e na pior zona do campo, e Marco Reus agradeceu, silenciando os adeptos italianos. A partir daí o jogo ficou "durinho" e bastante mexido, Piszczek e Pirlo saíram lesionados, e em cima do intervalo a Juve fez das suas: Tévez transportou jogo, e Pogba deu um golo cantado a Álvaro Morata.
    O 2-1 nos primeiros 45' deixava antecipar uma excelente 2.ª parte, mas infelizmente não houve mais golos. Carlos Tévez teve mais do que uma ocasião de golo, e Pereyra dispôs também de um lance que poderia ter escrito o 3-1 e deixado a eliminatória bem mais ao jeito da raposa italiana.
    Com este resultado, a segunda mão na Alemanha tem tudo para resultar num grande jogo, e já vimos o Dortmund (reforçado pelo seu extraordinário público) alcançar reviravoltas épicas. Por hoje a Juventus foi superior, com a dupla Tévez-Morata em bom nível, mas o golo de Marco Reus atirou as decisões para solo germânico. Por terras de Merkel será sem dúvida importante que Pogba (é absolutamente notável a classe e serenidade que apresenta tão novo) repita a exibição de hoje, ou que seja ainda melhor.


Barba Por Fazer do Jogo:
 Paul Pogba (Juventus)
Outros Destaques: Lichtsteiner, Tévez, Morata; Reus

23 de fevereiro de 2015

Boavista 0-2 Porto: Jackson e Brahimi decidem no fim

Boavista  0 - 2  Porto (Jackson Martínez 80', Brahimi 87')

Setenta e nove minutos. Foi este o tempo que o Boavista de Petit aguentou os dragões, numa exibição competente e organizada. Os axadrezados tinham empatado 0-0 no Estádio no Dragão em Setembro, mas desta vez os 10 minutos finais ditaram um Porto vencedor, com golos dos craques Jackson Martínez e Brahimi.

    Para o jogo de hoje, Lopetegui não contou com os suspensos Danilo, Alex Sandro e Casemiro, tendo por isso lançado Ricardo Pereira e José Ángel nas laterais e colocado o jovem Rúben Neves num miolo com Herrera e Quintero (sim, o prodigioso Óliver está no "estaleiro"). A titularidade do ex-Guimarães Hernâni foi uma das surpresas, deixando no banco Brahimi e Tello. E a 1.ª parte no sintético do Bessa foi.. a tender para o pobre. Fértil na combatividade e luta, mas pobre em oportunidades. As melhores jogadas pertenceram ainda assim ao Porto, com Quaresma e sobretudo Jackson Martínez a desperdiçarem ocasiões claras. Nesses primeiros 45 minutos houve ainda tempo para Hugo Miguel ignorar um provável
penalty sobre o extremo Hernâni (sempre com um ritmo impressionante, mas nem sempre com a melhor tomada de decisão).
    No regresso dos balneários o jogo manteve-se fechado, com um Boavista cada vez mais seguro de que poderia repetir o 0-0 da primeira volta, e um dragão que precisou de recorrer ao plano B para garantir os 3 pontos. Perante a falta de golos, Lopetegui viu-se obrigado a introduzir Tello e depois Brahimi, jogadores que acabaram por se revelar determinantes na vitória azul-e-branca. Aos 80', e numa fase em que Brito até já tinha ameaçado a baliza de Fabiano, chegou o golo visitante - o suplente Cristian Tello recebeu a bola com qualidade, acelerou e cruzou para um desvio a meias entre Jackson Martínez e Carlos Santos. O 0-1 chegou numa altura em que Lopetegui já se preparava para chamar Gonçalo Paciência (tendo depois acabado por introduzir Evandro), e aos 87' a história do jogo acabou com Yacine Brahimi, assistido por Tello, a "matar" o adversário num remate à entrada da área.

    O Boavista voltou a exibir-se de forma hercúlea (não nos podemos esquecer que a equipa do Bessa subiu 2 divisões e está actualmente num honroso 13.º lugar), mas desta vez o Porto conseguiu ganhar. Uma vitória dos Dragões que saiu do banco de suplentes, e determinante uma vez que na próxima jornada há Porto-Sporting, enquanto que o líder Benfica tem obrigação de aproveitar o encontro dos rivais, recebendo o Estoril na Luz.
    Para a História fica o regresso do derby nortenho ao Bessa, 169 minutos que o Boavista aguentou este ano sem sofrer golos nos jogos com o Porto e, no fim, valeu a maior qualidade das individualidades - o colombiano Jackson Martínez, melhor marcador da Liga NOS com 17 golos em 22 jogos, continua a destacar-se, mas continua a desperdiçar inúmeras ocasiões (muitas vezes mais simples do que algumas em que marca), e Brahimi que baixou o nível depois de um arranque extraordinário voltou a marcar. Rúben Neves voltou a justificar a utilização, e Tello desta vez soube aproveitar ao ser lançado no jogo.


Barba Por Fazer do Jogo:
 Cristian Tello (Porto)
Outros Destaques: Afonso Figueiredo, Brito; Rúben Neves, Jackson Martínez, Brahimi

'Birdman' vence Óscares 2015

E lá aconteceu. A 87.ª edição dos Óscares da Academia ocorreu na noite passada e, com uma ou outra surpresa pelo meio, distinguiu 'Birdman' como filme do ano. O filme do mexicano Alejandro González Iñárritu, que era um dos favoritos da noite, ganhou 4-1 a 'Boyhood', e empatou em nº de estatuetas conquistadas com 'The Grand Budapest Hotel'. Um 4-4 com clara vantagem para 'Birdman' considerando o valor das categorias ganhas.
    Neil Patrick Harris conduziu a cerimónia, introduzindo-a através de um número musical (com Anna Kendrick e Jack Black incluídos) onde passou debaixo das pernas de Sharon Stone; para além disso, gozou com John Travolta (na piada Cumberbatch-Affleck e no seu envelope final de previsões), ficou em cuecas à la Michael Keaton, descobriu o gémeo de Matt Damon e disparou em direcção à polémica acerca da ausência de actores negros entre os nomeados.
    John Legend e Common (que viriam a ganhar o óscar com "Glory") ofereceram-nos o melhor momento musical da noite, embora Lady Gaga tenha tributado condignamente 'The Sound of Music' 50 anos depois. Adam Levine, Rita Ora, Jennifer Hudson, Tim McGraw e uma invasão de palco que mais parecia a Comic-Con para cantar "Everything is Awesome" foram os restantes destaques musicais da noite.
    Nos discursos, os mais marcantes terão sido porventura Graham Moore ("Stay weird") após vencer pelo Argumento Adaptado de 'The Imitation Game'; Patricia Arquette no seu final feminista, J.K. Simmons a abrir com a ode aos pais, e Alejandro G. Iñárritu - que foi 3 vezes ao palco - quando venceu como Melhor Realizador. Houve também espaço para todos os vencedores de 'The Grand Budapest Hotel' agradecerem a Wes Anderson, tal como as 3 vezes que 'Whiplash' subiu ao palco resultaram no maior reconhecimento de Damien Chazelle. Pelo meio de tudo isto, alguém dedicou a vitória também ao seu cão, o realizador de 'Ida' Pawel Pawlikowski embora estivesse a ter um discurso engraçado foi "convidado" a sair do palco onde parecia querer acampar, primeiro pela habitual música e depois por uma salva de palmas, e o agradecimento mais genuíno foi sem dúvida de Eddie Redmayne. Fica para a História. 

Melhor Filme: Birdman
Melhor Realizador: Alejandro G. Iñárritu
Melhor Actor: Eddie Redmayne (The Theory of Everything)
Melhor Actriz: Julianne Moore (Still Alice)
Melhor Actor Secundário: J.K. Simmons (Whiplash)
Melhor Actriz Secundária: Patricia Arquette (Boyhood)
Melhor Argumento Original: Birdman
Melhor Argumento Adaptado: The Imitation Game
Melhor Design de Produção: The Grand Budapest Hotel
Melhor Fotografia: Birdman
Melhor Guarda-Roupa: The Grand Budapest Hotel
Melhor Edição/ Montagem: Whiplash
Melhor Caracterização: The Grand Budapest Hotel
Melhor Banda Sonora: The Grand Budapest Hotel
Melhor Mixagem de Som: Whiplash
Melhor Edição de Som: American Sniper
Melhores Efeitos Visuais: Interstellar
Melhor Música: "Glory", Selma
Melhor Filme de Animação: Big Hero 6
Melhor Filme Estrangeiro: Ida
Melhor Documentário: Citizenfour
Melhor Curta-Metragem: The Phone Call
Melhor Documentário (Curta): Crisis Hotline: Veterans Press 1
Melhor Curta de Animação: Feast

    Contas feitas, 'Birdman' venceu 4: Melhor Filme, Melhor Realizador, Melhor Argumento Original e Melhor Fotografia, confirmando um realizador mexicano a suceder a outro realizador mexicano, e manteve-se a correlação entre Producers Guild Awards e os Óscares. Aliás, se considerarmos os vencedores nos Producers, Directors, Screen Actors e Writers Guild Awards a única diferença acabou por ser 'Birdman' ganhar o Argumento Original e não 'The Grand Budapest Hotel'.
    Os 4 actores vencedores foram os apontados como favoritos (torcíamos sobretudo por J.K. Simmons e Redmayne), num ano em que não nos podemos queixar propriamente de justiça nas categorias de interpretação. 'The Grand Budapest Hotel', embora não tenha sido um papa-técnicos como 'Gravity' no ano passado, venceu 4 óscares (imaginava-se que poderia ganhar 4 ou 5); e 'Whiplash' acabou por ficar no último lugar do pódio ao juntar ao Actor Secundário e Mixagem de Som a estatueta por Edição/ Montagem que se esperava que fosse para 'Boyhood'.
    A Edição foi assim uma das surpresas da noite, juntamente com o facto de 'Birdman' ter batido 'The Grand Budapest Hotel' no Argumento Original. Embora nesse caso tenha sido menos surpreendente. Uma grande surpresa foi a vitória de 'Big Hero 6' quando 'How to Train Your Dragon 2' parecia uma certeza como Melhor Filme de Animação.

    Venham os próximos!

100 Melhores Personagens de Filmes - Nº 66



Filme: Iron Man
Actor: Robert Downey Jr.

por Miguel Pontares

    Aquilo que faz com que determinada personagem seja considerada um herói é discutível, mas dentro dos super-heróis tradicionais do universo Marvel (Spiderman, Capitão América, Thor, Hulk e afins), Tony Stark a.k.a. Iron Man é o único ao qual demos bilhete para este Top 100. Incluindo os X-Men, este raciocínio deixaria de fazer sentido porque já poderão ter lido sobre o Wolverine no mês passado.
    A armadura vermelha e amarela (eu sei que é dourada, mas é estranho eu dizer isso assim de repente, e é mais aceitável admitir nesta confissão entre parênteses) dá-nos alguma vontade de a experimentar, mas não é isso que faz de Tony Stark uma personagem marcante. O engenheiro, bilionário e playboy diferencia-se nomeadamente de um Batman porque enquanto que Bruce Wayne manda vir muitos dos seus brinquedos, Stark cria-os ele próprio. Com a voz de Paul Bettany como Jarvis a fazer-lhe companhia. E uma Gwyneth Paltrow como Pepper Potts que fica melhor com ele do que ficava com o vocalista dos Coldplay.
    Em filmes de super-heróis, esquecendo o que Nolan deu ao universo Batman (da DC Comics), pensando exclusivamente na Marvel, tendo em consideração que 'The Avengers' é normalmente sobrevalorizado pelo simples facto de reunir a malta toda, e embora haja um ou dois filmes da saga 'X-Men' superiores à média, é difícil encontrar um filme de lançamento de um super-herói com tanta qualidade como 'Iron Man'. As sequelas são inferiores, mas o primeiro contacto com Tony Stark, desde a cave afegã até à sua conferência de imprensa, é do melhor que a Marvel já teve no cinema.
    No entanto, não é nada do que já foi dito que garante este lugar a Tony Stark. É simplesmente a forma como Robert Downey Jr. assumiu a personagem, e a catapultou com a sua abordagem confiante e arrogante. Uma arrogância de que não nos queixamos, pelo contrário, conjugada com um sentido de humor apurado e requintado. Downey Jr. é mais actor do que por vezes faz crer, mas a verdade é que a persona que criou e manteve em alguns dos últimos filmes a que se ligou - 'Sherlock Holmes' (embora o verdadeiro Sherlock seja Cumberbatch), 'Due Date' e este 'Iron Man' - (con)funde-se com o próprio actor, considerando as suas aparições públicas.
    Por isso, não sei se gostamos verdadeiramente de Tony Stark ou de Robert Downey Jr. Seja como for, cá está ele. Porque basicamente seja qual for o conjunto de super-heróis que se reúna numa sala, Iron Man será sempre a personalidade que sobressai. O líder, mesmo que não queira liderar.


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Nota Editorial: A compilação/ organização e ordem das personagens deste Top é responsabilidade de Miguel Pontares e Tiago Moreira. Os textos tiveram a colaboração de Daniel Machado, Lorena Wildering, Nuno Cunha, Sara Antunes Santos e Carolina Moreira.
Foram tidos em consideração filmes lançados até 20 de Novembro de 2014. Mais informamos que poderão existir spoilers relativos às personagens e/ ou aos filmes que elas integram, passíveis de constar na defesa e caracterização de cada uma das 100 personagens.